sábado, 30 de abril de 2011

039 - UMA VEZ LÁ TRÁS

Uma tarde nem de calor, nem de frio, daquelas que a gente não sabe... E ele então menos ainda. Recostado na cama com 3 travesseiros, lençol de camatrocado após 2 semanas, sapatos recolhidos, cuecas brancas penduradas no mancebo; o cinzeiro lotado, o cheiro de suor - apesar que o maior cheiro ali de medo da solidão contínua. Os carros passavam pela rua. observava o pequeno castelo que lhe restara.
"Porque eu não tenho um Mercedes como aquela branca que canta feito negra diz em um dos versos? 
Uma vertigem contante eu tenho sentido e os remédios que me receitaram só me fazem tremer mais quando vou dormir. Aquela toalha molhada em cima da escrivaninha... Quem sabe de branca ela não vira cor 'tabaco'. 
Acaou o Marlboro e eu aqui, há minutos, com um acesso de tosse...
Lembrei que em um tempo, perdido, lá trás, de uma vertigem de se jogar do Copan, eu tive um amor. Sempre eu possuía a sensação de estar caindo... Caindo...Para o alguém me receber no mergulho, com a última descoberta que virara... O que? 
Um ser melhor, certeza".
O plástico ainda meio remendado de substãncia "tóxica", sempre para dar um up grade estava ali à vista quase caindo do quinto bolso da calça jeans um tanto surrada. Ganhara de Simão, uma vez lá trás.
Relógio marca 15h47.
"Ainda não é hora?
Vou esperar o Simão ligar, porque ele sempre liga".
Pôs um traveisseiro entre as pernas peludas, abraçou o outro, ajeitou o terceiro sob a cabeça. 
Com espasmos voltou a dormir depois de minutos. 
Simão mandou um recado digital que ele só viria mais tarde.

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