terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

VIAGEM CCLXVI - ESGANANDO OS JOGOS/TRUQUES


Tomar o temor que ele tem pelas mãos, amassar, picotar, e jogar no ralo do esgoto mais podre que existe, porque de podridão ele conhece, ele sabe, ele é. Ele fez podres coisas ao longo da vida. A diferença com os outros é a o assumir de tais fatos. Mais homem com H de humano.
---- Podre sim, fedido não. Tomo banho todos os dias. 
Ria com escárnio para os que lhe apontavam o indicador "limpinho de unha suja".

Mas o temor não o domina, não mais. Dominou-o pelo pescoço, esganando-o.
Vazio que ficara, enche-se agora de um ar de soberba milimetricamente contada, da maravilha de poder ser o que ele quiser. Seja aqui em São Paulo ou em um bar em Reykjavik, longe de quem conhece: gelado, gelado em uma procura de calor de mãos. 

Lá, pela distância oceânica, ele pode ter, sem meias medidas, sem floreios, com certezas (algumas) o que lhe é oferecido: figuras públicas, celebridades instantâneas e os guerreiros da vida (na Pauliceia também, com restrições impostas pela fama que adquirira pelo trabalho que realiza).

Um dos piores do mundo ele é? Pode ser que sim. Mas ele pensa que está na média.
Um dos piores do mundo é o seu trabalho? Pode ser que sim. Mas este ele julga que não.
E podres - como foi citado logo acima - ele entende os tais jogos de conquista, de amor que de tão enfado que sente, manda todos estes para o inferno; fez muito dos tais, jogou muitas partidas e nunca empatou.
Retrospecto: vitórias de Pirro e derrotas acachapantes.

Então, vai direto ao ponto, fala, eloquente que é, porém jogar ele não joga mais. 
Cansara-se sobremaneira sobretudo de jogar sem ao menos ter um prognóstico. "Chega" murmurou logo ao se levantar em uma segunda-feira que se anunciava chuvosa.  
Àquele dia esganou os tais joguinhos de amor/traição e os truques inerentes. "Quanta melhora terei daqui para frente. Lá na Islândia eu também esganarei estes falsetes no escuro inverno".

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