quinta-feira, 22 de outubro de 2015

VIAGEM CCLVIII - ESTE SENHOR: O TEMPO QUE SE DEMORA

Arquivo pessoal
I
desatinos desmedidos cometeram
deliberações duvidosas enfrentaram,
tudo em dicotomias que se apraziam,
destemperados pelas danações datadas
daquele tempo de desfrutes frugais
de prazer
dobraram-se ao assombro da vida - ao terror do tempo

II
intempéries que mesmo o tempo - o senhor
parece destruir
ele tentou, dividiu, desmantelou
e diletante que era - o tempo -
este senhor, igual um druida dos antigos celtas, 
placidamente toma em sua xícara de cristal de vida
um café coado, nigérrimo

III
e como se demorara no açúcar demerara dulcíssimo
uma, duas... dez colheres derramadas,
despencou em diabetes
pelas dunas da decadência do tempo - o senhor 
e de descrentes
que se tornaram
duvidosos, deficientes

IV 
em comunicar, desprender-se de danos anteriores
a defensa deles foi deteriorada
arremetendo-os ao cais...
desbragadamente dirigiram-se em devaneios,
e devorados em dúvidas
drenaram seu carácter diáfano
ao tempo afora e adentro - o senhor -

V
a dor que drapeou displicentemente, 
em uma dualidade que lancinava, lancetava, não os deteve, 
desdobraram-se em divagar com o tempo
impingiram dúvidas a ele - os tempos senhores
fizeram-se de dublê um do outro,
e restabeleceram o duunvirato 
de vida, de controle, de divinos amores

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