domingo, 12 de dezembro de 2010

033 - AINDA NA MANHÃ

Tudo parecia bem longe... o ruído ele ouvia de longe, abafado, como um som surdo distante. Caminhava para o meio-dia e ele entraria no trabalho logo mais às 14h.
"O que eu faço? continua aqui... Ou não?"
As dúvidas, de montes andinos, o atormentavam toda vez que isto acontecia. Sofreria ele de paranoia? O amigo Simão dizia toda vez para ele diminuir um tanto o consumo porque deste jeito teria que internar em uma clínica psiquiátrica. E incrível como ele nunca achou que pudesse chegar a este ponto porque neste ponto parecia não haver retorno. 
"Preocupação. E agora, ainda escuro aqui. O sol lá fora dominado tudo, ardendo feito brasa. Tenho que sair".
O telefone tocou na hora. Simão do outro lado vociferando coisas ininteligíveis para alguém com quem falava no outro telefone
Finalmente, a atenção que precisava.
"--- Saia do armário. Sei que você está aí. Tem o trabalho cara.
--- Não consigo.
Será que ele vai vir me ajudar? Às vezes me sinto como se sobrevivesse e que o condutor para uma realidade nada de carochinha é o Simão. Eu acredito em tudo. Nas pessoas. Nas instituições e talvez por isto fique assim, ao leú, ou melhor paranoico quando me deparo com esta porra de realidade. Bem que o Simão diz que 'quem disse que era fácil, que as pessoas são de bem, que ninguém é canalha e que o mal não vence... mentiu'
--- Acabei aqui. Estou indo te salvar. Não faça nada"
Parece que a solução real chegaria em minutos.

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