quinta-feira, 5 de agosto de 2010

016 - DECIDINDO SOBRE VIVER E MORRER I

O frio que fazia na metróple paulistana, alfa do Brasil, emudecia muitos carinhos que poderiam vir das entranhas vocais de qualquer um que fosse. Mais ou menos como "...a tua voz dizendo amor, foi tão bonito...". Duílio, humanista desde sempre sem muito praticar, não engendrava planos de aplicar a pena de morte em suas opiniões acerca dos desmandos dos homens pelo mundo afora. Queria mesmo amor para dentro do peito e por mais "tatibitati" que isto soe, sói para ele ser música para emablar seu sono na cama fria de inverno.
"As pessoas tergiversam, parece que elas possuem dois pesos e duas medidas porque para uns pode ser aplicado, mas para outros ela não vale. E para falar bem a verdade mesmo, para muitos é a vida que não vale nada, os desvalidos são abandonados à própria sorte; que é de um azar sem tamanho depender só da sorte. E mais uma vez a opinião dos novos amigos divergia frontalmente.
---Simão, o que você acha, o que pensa seriamente, sobre a pena de morte? 
--- Você já conhece, ou deveria, minha opinião. Não difere muito dos fracotes que se matam - aqueles que se jogam na linha do trem, do metrô, prédio abaixo, o cacete a quatro atrapalham mais ainda - e causam transtornos e dor de cabeça nos francamente pragmáticos, naqueles que levam a vida da maneira que podem. São uns idiotas aqueles que pensam poder reverter assassinos, pedófilos, sequestradores, estupradores e o cacete a quatro para o convívio social. E a mim, quem ajuda? Só eu mesmo. 
--- A favor não é? Previsível...
--- Sou mesmo. E é o que eu penso: morte para estes crimes que eu te falei. 
--- Nivelar por baixo. Isto que você faz.
--- Por baixo? Por baixo é o que a sociedade me obriga a fazer...
--- Como assim?
--- Coviver com estes canalhas e ainda 'pagar pensão' para que cada um deles tenha moradia e comida gratuita. Sem falar em progressão da pena, visitas íntimas, bom comportamento. Se nós queimarmos nossos colchões como eles fazem, me responde, o Governo vai nos providenciar outro para descansarmos o esqueleto todo dia depois de trabalhar honestamente?
--- Resposta negativa, claro.
Verdade, não foi novidade ele ser a favor da pena de morte. Só fiquei meio surpreso foi com a enfátiva defesa deste tipo de pena. Ainda mais aqui no Brasil, onde a Justiça é falha e lenta como uma lesma".
Duílio orgulhara-se várias vezes em ser humanista e apresentar argumentos que o assim colocassem. Sempre a favor da vida, mesmo da vida daqueles que não se importam nada com a vida dos outros.

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