sexta-feira, 19 de março de 2010

TODA FORMA DE AMAR VALE À PENA

O AMOR SEMPRE É DIVINO
Algumas perguntas sobre o maior sentimento que um homem (espécie homo homo sapiens) pode sentir por um semelhante. Aquele mesmo que nos aproxima daquilo que cada uma acredita ser Deus.
Deixo claro que falo do amor verdadeiro sem interesses financeiros e reciprocamente igual que faz de duas pessoas melhores para a vida.
Vale mesmo toda forma de amor?
Vale, toda e qualquer.
Qual a melhor forma de amar uma outra pessoa?
Livrá-la das amarras que nos tornam tão mesquinhos. Se você ama alguém o deixe livre.
Ouvia aquela música do Milton “Paula e Bebeto” que a maioria das pessoas como eu há até um tempo atrás conhecia não pelo nome, mas pelos versos iniciais:
“Qualquer maneira de amor vale à pena...
Qualquer maneira de amor valerá”
E não é verdade?
Óbvio que a sociedade humana dos quatro cantos do mundo (que é redondo e não tem canto algum...) vocifera conceitos, amarras e preconceitos contra toda e qualquer forma de amor com o intuito de fazer com que cada um se coloque em seu lugar pré-estabelecido. Que lugar é este, pergunto eu? Soa como mais uma forma de dominância que os homens insistem em realizar para conseguir e/ou permanecer no poder, seja lá qual for.
Então, um amor que una a prostituta e o cliente apaixonados além, muito além, do dinheiro é criticado porque não pode. Não pode porque? A senhora já de idade com um rapaz mais novo também não pode porque pegar mal para ela. Pegar mal porque?
Um negro e uma branca? Também não pode, afinal ele é um “safado”. E uma negra com um branco? Bem, ela deveria se colocar no “lugar dela”.
Uma rica e culta empresária e um pobre mecânico de 2° grau são mal vistos. “Ele é burro como uma porta e não se comporta bem socialmente! Ela é muito fina para ele”. Quem determinou que fineza é maior que o “amor maior”.
O DJ que trabalha à noite ‘eletronicamente’ e namorada que gosta de pagode também não pode porque haverá pessoas que dirão “ah, isto não vai dar certo. Eles são tão diferentes”. Então, porque os outros acham que você vai dar com os burros n’água você nem tenta.
E a forma de amor que é homoafetiva? Bem, esta é “absurda” aos olhos de grande parte da sociedade porque “atenta” contra a moral e os bons costumes e porque a Bíblia/Corão/Tora dizem isto e aquilo.
E o que Deus diria?
Creio que obtivemos permissão divina para “aparecer” no mundo (aquela história de Adão e Eva... Difícil) e dotados, cada um dos sete bilhões de habitantes, de amar outra pessoa. E ninguém mais a não ser Ele dirá o que é certo e o que é errado. Tenho certo para mim que um homem e uma mulher podem se amar valendo toda forma, assim como duas mulheres e dois homens também. Se há amor verdadeiro e livre, se há respeito mútuo e o que é o sentimento-chave para mim: se há cumplicidade, Deus está ali. Porque amar é ter um tantinho de Deus em seu coração e creio que Ele não faz distinção entre um amor negro ou branco, entre um amor heterossexual ou homossexual, entre um amor velho e um novo, entre um culto e outro inculto.
Sinto-me imensamente feliz por crer que, a Deus, somos todos iguais naquilo que é o pior e o melhor do homem; e quando chegar a sua hora, a minha, a hora de todos, então teremos que nos haver com Ele, que abrirá o caderninho e examinará os nossos feitos aqui na Terra. Quem tiver amado verdadeiramente sua (seu) parceira (o) terá mais chance.
O que você acha?

Um comentário:

heitor yassuda disse...

O homem, afirmou Sartre, é um ser para-si, o que contrasta com a natureza de tudo o mais que é meramente em-si. Os seres humanos têm que escolher como vão viver suas vidas; não podem contar com nenhuma regra ou princípio preestabelecido (religioso, moral, cientifico) que lhe diga como fazê-lo. Adotar determinado principio, um axioma moral ou religioso, por exemplo, é a expressão de uma escolha. Assim, não importa o que você faça ou como viva, isso será em ultima instancia, uma expressao do seu livre-arbitrio. Os homens estão condenados à liberdade.
Um abraço,
Heitor Yassuda (seu colega da oficina de criação literária do nelson de oliveira)