quinta-feira, 20 de agosto de 2015

VIAGEM CCXLVII - UM ACERTO

Arquivo pessoal
recortes, lanhadas, 
pontas de metal,
tétano e bactérias

sulcos na madeira, 
desenhos no ferro,
malhar, bater,

caminhos sinuosos do asfalto,
comendo poeira,

luta que parece no escuro tamanha ferocidade
respirando dor...

várias vezes, insistindo em
cutucar...
ferir sem pestanejar

que faz sangue jorrar
mas não é de um azul real,
como o céu de agosto,

é azul de tanto coroar-se pelos anos de vida
em sua batalha contra as vicissitudes dela,
$, amores, doenças,

miséria, injustiças,
matança, escarnecimento,
mas ele é coroado pois se cansou das batalhas frenéticas

que o faziam desgastar toda energia,
conta, aqui no presente, com algum trunfo para melhorar
o que ele faz, porque ele faz e de maneira que tenta acertar

(erros sim, mas os acertos devem ser de maior valor)

um amigo
dois amigos
talvez três, não mais do que isto

um cúmplice que estejam ligados, carne com carne,
mente com mente
sem mentiras (pelo menos não as de traição...),

acertar pela vida traz riscos que antídoto algum preserva
tudo traz riscos rasgados, sem remédios restritos,
de tarja preta por perto:

não há prescrição, tampouco tais erros caducam...
repetem-se alguns, pulam-se outros
e há os resolvidos - para a parceria, resoluções são esquemas 

de tentar viver a felicidade, o sexo e gana
por uma receita (esperadamente) infinita 
(ao lado de quem ele pensa e guarda em sua orações)

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