segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

12] CENÁRIO SP - ÀS RUAS NO VERÃO

Quando se dispõe a sair de casa - e se dispõe em quase todos os dias - nas tórridas noites de verão paulistano em o único companheiro seria o suor que lhe salga o corpo branco se permanecesse fechado em seu domínio de centena de metros quadrados (estes sim foram às custas de muitos pingos, trabalho extenuante e noites mal dormidas), ele vê a profusão das pessoas no solo da cidade alfa do Brasil, a São Paulo dos milhões. 

Como baratas a solapar nosso sossego, os paulistanos em temporada de calor vão às ruas em frêmito de diversão, companheirismo, sexo e sabe-se lá mais o que: mas vão, porque são lotados os parques e bares e festas ao ar livre.
Sossegar deve-se, porém apenas depois da procura, dos olhares, dos encontros físicos de mentirinha e dos de verdade.

Às ruas!
Pouca roupa, muito tesão; pernas de fora, ombros à mostra, cofres vistos, torsos nus e uma miríade de ajustes que demarcam e folgas que soltam (às roupas, ele se refere).
Beijos dos mais demorados virando a esquina, dentro do carro, nas praças.
Garçons, atendentes e os frequentadores formam-se como um corpo que dá vida à metrópole. Dia e noite - e as madrugadas então!? - seguem mesclando os habitantes daqui tão desejosos de companhia.

"Por aqui que eu vivo e vivo bem e por aqui devo fechar os olhos - espero que a demora seja para eu esperar deitado refestelando-me em lençóis manchados e suarentos. Por isto, vou à rua". O tempo dele é ele quem faz - aprendera após alguns entreveros com a vida - mas sem pressa ou estabanar-se: do contrário estabacar-se-ia na calçada da rua.

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