sábado, 9 de agosto de 2014

VIAGEM CC - MAIS DO QUE A MODERNA TECNOLOGIA

--- Mentira, porque insiste em mentir assim? Você não fez nada do que eu pedi. Não sou seu chefe naquela sua empresa de fundo de quintal que você obedece feito um idiota com medo de perder o emprego...
--- Chega! Você sabe muito bem que eu lutei muito para ter este emprego e que se eu ainda não ganho mais do que 5 mil reais... É uma questão de tempo. Não tenho meu negócio próprio, como tem você. Que aliás, paga-se muito mal seus funcionários.

--- Não somos mais nada um do outro. Correto?
--- Hum... Me deve algumas explicações. Satisfatórias, claro! Do contrário, jogo no ralo. 
--- Ok, vamos lá. Apareci aqui feito um fantasma - que já me me falou isto - de mãos abanando somente porque saí correndo do meu compromisso para vir para cá para gente tentar se entender civilizadamente. Agora, já duvido desta civilização propalada berrando como você tem feito.

--- Definitivamente você não compreende nada. Nada!
--- Eu obedeço porque saí meio atrasado na corrida da responsabilidade e do comprometimento. Entende? Fiquei até mais tarde para terminar todo o desenho e o esqueleto do modelo vivo para expormos na próxima feira aqui em São Paulo. E mais: eu nem precisaria ter vindo aqui, bastava ter te mandado uma mensagem para o seu telefone mega moderno que só falta vocês treparem...

--- Está me colocando na mesma classe gramatical que o aparelho mega moderno?
--- Não me arremede. Estou falando sério.
--- Eu também! Eu quero transar com você, quero fazer amor com você, quero trepar com você. Meter, entende?
Silêncio do outro lado.
--- Ainda me quer? Pensei que...
--- Pensou errado. Eu te amo mais do que minha empresa, mais que meu tecnológico telefone. Mais do que tudo.

E beijam-se feito um beijo ancestral, há muito guardado e ansiado por todo o rosto. Bocas que percorrem dos pés à cabeça, sem senãos, despudoradamente. Não existe tecnologia que supere (nem que medeie) a ancestralidade do amor dos 2.

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