terça-feira, 22 de novembro de 2016

VIAGEM CCCXIII - LEVE E BRUTO

Arquivo pessoal - Viaduto 9 de Julho, São Paulo

aquela força bruta que cansa, exaure, estremece e faz os joelhos quase arquearem?
gotas que escorrem pela face, pelo corpo, 
pelas reentrâncias e protuberâncias molhando-as 
e que exalam aquele cheiro de brutalidade?

um poder suave, um toque que desliza, eriça pelos das escondidas partes
e que faz a boca encher-se d'água? 
pelas pontas de suas digitais tão únicas entre os 7 bilhões, derreter-me-ei à leveza,
encostarei meu corpo ao seu em um movimento firme, porém calculado?

um apertado abraço, daqueles de sufocar, de sentir corações em disparada,
duradouro em minutos de solidão a 2 e que desperta o sangue?
um abraço que se chega tímido e aos poucos se entrelaça em corpos desnudos,
que vigiam as reações para não cometerem algo de errado?

todas estas sensações, todos estes toques, dos leves ao brutos,
daqueles premeditados aos descompassados
fazem parte de uma parte que desoladamente solitária, na qual desconheço
porque tais fatos e acontecimentos distantes permanecem

"e tem jeito de descobrir", pergunto quase toda manhã e quando não é nas manhãs
persegue-me pela noite, pela madrugada pacífica na metrópole São Paulo...
renovo-me a cada dia e atento sempre estou
mesmo que a timidez e o medo da leveza e da brutalidade me faça solitário

é uma ineficácia sem tamanho esta paralisia... 
para todo o resto eu vou bem (na maior parte das vezes)

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