quarta-feira, 24 de junho de 2015

VIAGEM CCXLII - O PARTIDO DAS MIGALHAS

Reprodução [endereço abaixo]

Partido, como o bolo que comera ontem, seu corpo parecia querer um pouco de cama -  e se fosse por horas e horas e horas... E assim seria o ideal. 

Partido todo ele, feito o bolo de chocolate, para que conseguisse se recuperar da luta renhida ontem pela posse de seu telefone recém adquirido com relativo suor da testa que aumenta um tanto de espaço, expondo suas entradas em meio ao denso castanho cabelo que lhe cobre a cabeça. 

Partido, como o bolo de aniversário de um amigo, ele quebrava - e quebra também nos dias de hoje - a cabeça tentando entender porque tantos partidos que segregam, rotulam e se auto-proclamam os únicos salvadores de sei lá quem, como ele mesmo diz a torto e a direito. E para que salvar às partes as pessoas? "Este sim, aquele não?".

Partido, como o bolo tão doce cheio de pasta americana, ele percebe que tudo será assim por um bom tempo, talvez pela tempo que a humanidade merecer viver neste planeta. Assim como? Separações, decisões intra-muros, corpos murados, casas cimentadas, duros corações e impenetráveis mentes.

Partido, como o bolo que "se esquecera" em seu farto bigode em migalhas, ele por vezes tão esmigalhado que resolvera partir aquele ser que se satisfazia com migalhinhas espalhadas pela sua imensa capacidade de amar - que quase fora exaurida... Quase. Sobrava tanto espaço em luta pelos tais "farelos" distribuídos por sua vida.

Partido, não ele e não mais, sente-se uno, único, considerável, possível de ser amado sem partituras prévias. Todo o corpo, sem partes escapadas: assim ele é.

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