domingo, 2 de janeiro de 2011

035 - VÔMITO E FEL

"Hoje eu vomitei até a bílis, líquido amarelo-esverdeado ou verde amarelado, de um gosto de fel amarrando as papilas gustativas que eu tenho. Vomitei, sem medo, sem dó, e onde quer que eu fosse pela casa, sentia náusea. A última - não sem antes contrair o abdômen tentando controlar - nem deu tempo de chegar ao banheiro e esparramei o fel pelo chão alvo e quadriculado dele. 
Minha garganta esta arranhada de tanto que fumei ontem e só faz piorar com esta bílis que cheira mal.
Comecei a passar mal no bar mesmo, em Vila Monumento, e o Simão insistiu para que eu tomasse uma coca-cola e eu virei mesmo é na vodca com energético que agora, só de lembrar, me enjoa.e me enoja. Bem, que eu deveria ter ouvido a voz da razão. Ou pelo menos ser parecido com o Simão um pouco - eu nunca o vi passar mal por nada; nem por trabalho, nem por amor, nem por noitada alguma. Sem arrependimentos.
Sabe, que para falar a verdade, esta sensação de fel eu venho sentindo desde que eu comecei a beber, quer foi na mesma época que eu comecei a me masturbar, freneticamente: bebida e punheta. 
Agora, sem vontade nenhuma de bater uma punha, mas o vertedouro de bebida que é meu cérebro não para de aumentar seu fosse e hoje eu acho que o fígado, o pâncreas, a vesícula reclamaram e resolverão, resolutos, se vingarem deste fodido-nauseado aqui, 
Que sensação horrível esta de salivar esperando refluxo gástrico.
Tá bom, ninguém me obrigou; eu me obriguei. E para mim é bem pior. 
Nossa... banheiro de novo".
Seguiu naquele domingo vomintando seu estômago para fora só lembrando de tudo come era e como é hoje: diferente na idade, no tempo; igual no fel, na vontade de querer continuar.

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