domingo, 1 de julho de 2018

VIAGEM CCCXXXVII - EXPLOSÃO CANHOTA

Arq. pessoal - Estação do metrô/São Paulo
quando vê passando, treme por total
igual vara verde em ventania de agosto

(não se quebra e sim se dobra diante do colírio,
vira-se, contorce-se para ver o andar pelas costas,

para ver o remelexo, o jeans a apertar, 
pulsa, impulsiona e enrijece...)

e o amor personificado - confiante, sorridente, igual bilhete premiado - passa,
vai-se embora; e ele? 

perfume, suor, hálito em um frêmito de narinas febris 
só escuta aquela voz, só olha  enxerga mais do que vê... 

quisera ele sentir no paladar aquele corpo
e tateá-lo em reentrâncias;

E o amor personificado? vai-se toda vez, todo hora, todo dia...
E ele? Só rastreio seu cheiro,

alargando-se, na (vã?) tentativa de captar seu corpo
tanta intimidação, que se recolho

quando se recolhe parece que vai explodir
pelo tamanho megalítico do desejo, de mais desejo,

pela perda do juízo, do compromisso,
da hora, "pela perda da vida";

auto-explora por mãos incansáveis e doídas de cansado
cansa-se toda vez desta explosão canhota...

e a repete, repete e repete - única alternativa 
diante daquela confiança todo exibida e amostrada 

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