domingo, 29 de junho de 2014

10 - CADERNOS DO ESCRITOR - NOITES E MANHÃS

"Pelas noites... Pouco a se  falar somente o fato de, talvez, um tempo desperdiçado que não volta mais. Tanto enganação e auto-enganação que o melhor mesmo é poder deitar a cabeça no travesseiro hoje e dormir um sono tranquilo - na medida do possível - daqueles de sonhos sem fim, mesmo que eu não me lembre de todos eles. 

As manhãs sempre "agitadas" de pouca valia. Bem ao contrário das manhãs de hoje: producentes, acordando de bom humor e lendo pequenos trechos do NT - a melhor parte para mim.Café e um banho e toda a disposição que não tem tamanho.

Sem bafos alcoólicos, sem fritadas na cama e uma larga vontade de enterrar o passado que de pouco adiantou; ou melhor, adiantou bastante sim! Só para mostrar como ele pode ser bom ao me fazer relembrar o quão ele foi ruim em boa parte destes anos que já se foram.
(mas outros ainda virão)

A certeza do recorte "histórico" de alguns anos de antes, para melhorar as noites e as manhãs de hoje e, por certo, aquelas do futuro, faz-me melhor a cada dia. Sem proselitismo barato, sem "colonização do pensamento" (como disse certa vez José Saramago) e contado esta história apenas para quem se interesse/pergunte. Ela é minha e serviu a mim, que escreve.

De tudo o que vejo - e só vejo o porvir e o adiante - parece-me melhor e mais claro. Que manhãs transparentes e noites de sonolentas - todas elas de vida".

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