Arquivo pessoal - Moema, São Paulo/SP |
sempre vem, sempre aparece e é para sempre
sem remédio
sem paliativo também...
ou sim?
alguns instantes e vida
para remediar aquilo para o que não tem cura
o clichê
podemos então... Devemos então tomar algumas pílulas a seco
de maneira certeira:
que nós dancemos até o fim
requebrando por ora, colados em outro hora
até cairmos juntos
até acenderem as luzes
para iluminar o escuro clichê
que a gente caminhe entre as dores
entre as alegrias
pelas ruas e avenidas, pelas calçadas
até o cansaço
para enganar o clichê
que a gente durma junto
em um tépida noite de outono
que chova, chova sem parar
baixinho e miúdo, renitentemente,
para o clichê absoluto dormir um pouco
que ouçamos mais um ao outro
que nos mostremos verdadeiros, reais
feios, sujos e malvados por vezes,
e lindos e limpos da mentira e bons na sinceridade em outras
para o clichê aprender o que é a cumplicidade
que nós vivamos parceiros
em saudáveis e doentes momentos
de briga, de amor, de sexo, de repulsa,
de tudo o que o ser humano faz quando ama
para o clichê se atente aos momentos únicos
porque se ele vence - e vence todo o tempo -,
resta-nos não bater de frente
sobra então uma vida de "esquecimento" do senhor absoluto
do senhor infalível,
do clichê da morte que anda lado a lado a nós
sublimar a morte traz um certo esquecimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário