Arquivo pessoal - Avenida Paulista/SP |
"onde pode ser" você perguntará
onde pudermos falar as verdades de cada um, as vontades recônditas
onde eu posso largar meu sorriso em seus olhos
onde você possa me passar o calor de suas mãos
vamos, vamos tentar
arduamente, sem tréguas, sem bandeira branca, sem arrego
na Terra da Garoa, na Pauliceia Desvairada,
na cidade-alfa, envoltos em 12 milhões
(onde seremos 2 apenas)
porque pra vida não importa se tentarmos ou não: a vida vai passar do mesmo jeito
se fizermos ou ou não
(somos e seremos apenas mais dois tentando
e quer saber: envolvente que seja assim, amém)
mas quero a verdade
"e eu quero a sinceridade" você me dirá
serei eu/seu, somente seu
será você/meu, somente meu
sei dos problemas
das intempéries do humor
das manifestações, dos choques,
das polarizações e dos inimigos que se criam
você sabe da inveja que atrairemos
dos rabugentos que maldirão nossa cumplicidade
ali, onde?
naquela esquina paulistana
tanta gente na metrópole
a passar, a correr, a ir e vir
vindo do trabalho
vindo com a verdade no coração,
na cabeça que só pensa em você
no sexo que deseja tocar
pelos pelos nós suaremos
ofegantes
trêmulos
e os barulhos de fora
que se ferrem todos, um a um
e então, largarei meu sorriso na sua boca
porque você me faz rir (e a vontade de lhe beijar vem em seguida)
de mim, de você, de nós
ah... deixa, eu deixo desde agora.