O Brasil - País-continente de grande penetração ocidental América do Sul adentro e largamente debruçado nas franjas central e sul do oceano Atlântico - apresenta homegeneidades e heterogeneidades que são perceptíveis a qualquer que seja, de relance apenas, mais atento. Estas heteros e homos são de carácter social, econômico e cultural, além de outros fatores que também poderiam ser elencados de forma abrangente.
O idioma que falamos do Rio Grande do Sul a Roraima, do Acre à Paraíba é um só: este, quiçá, tenha sido o maior legado que a antiga metrópole, Portugal, nos deixou. E não resta dúvida que falar a mesma língua em um território vasto como poucos há sobre a Terra é sim uma das premissas que corroboram para a nossa unidade político-administrativa.
Bem, feita esta ressalva... Tratarei de uma das heterogeneidades que o Brasil apresenta de longa data: a renda per capita dos Estados cuja variação do < para o > realiza-se de tal forma que impossível não causar um mínimo de perplexidade.
Variação em R$ [entre as Unidades da Federação (estados e o Distrito Federal - UFs)]:
6.051 a 50.438
Brasilienses detêm renda per capita/ano 8,3 vezes > que os piauienses.Dividi as 27 UFs em três listas, segundo critérios apresentados a seguir. Creio que fique mais fácil de lidar com tantos números.
A) Temos os 10 primeiros colocados:01º | DF | 50.438 |
02º | SP | 26.202 |
03º | RJ | 22.103 |
04º | SC | 21.215 |
05º | RS | 19.778 |
06º | ES | 19.145 |
07º | MT | 19.087 |
08º | PR | 17.779 |
Brasil | 16.918 | |
09º | MS | 15.407 |
10º | AM | 14.621 |
Considerações: Não é á toa que o Distrito Federal encabeça a lista (com quase o dobro do segundo colocado, o estado de São Paulo que produz 33,5% do PIB total da República Federativa do Brasil). Uma razão preponderante: é a capital do país com muitos servidores públicos trabalhando nos vários órgãos federais. Ainda veem-se todas as UFs da Região Sul e mais a nova fronteira agrícola do país no Centro Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; e o Amazonas, única da região Norte em razão da Zona Franca de Manaus.
Portanto, das 27 UFs em que o Brasil é dividido administrativa e politicamente, somente oito logram ter renda média acima da nacional. Estes a puxam para cima (os 5.565 municípios do país não são objeto de pesquisa nesta postagem).
B) Vem então uma outra parte da lista, na qual listam-se UFs com renda acima de R$ 10.000.11º | GO | 14.447 |
12º | MG | 14.329 |
13º | RO | 13.456 |
14º | RR | 13.270 |
15º | AP | 11.817 |
16º | TO | 11.278 |
17º | AC | 10.687 |
Considerações: esta lista é mais "esquisita" em meu entendimento. cinco estados da Região Norte, com populações e PIBs estaduais pequenos em volume; e Minas Gerais, 3º maior do país economicamente falando e 2º mais populoso entre todas UFs. Existem muitas razões para que Minas não esteja lá, mas também longe da rabeira: e uma delas é o grande fosso de renda que separa as sub-regiões Norte e o Vale do Jequitinhonha - mais pobres - do Centro Sul [incluindo BH] e do Triângulo, mais desenvolvidas. Nenhum outro, entre os grandes do país, apresenta tamanha disparidade entre regiões.
C) Finalizando, aquelas 10 UFs com renda inferior a R$ 9.999.
18º | SE | 9.787 |
19º | BA | 9.365 |
20º | PE | 8.902 |
21º | RN | 8.894 |
22º | PA | 7.859 |
23º | CE | 7.687 |
24º | PB | 7.618 |
25º | AL | 6.728 |
26º | MA | 6.259 |
27º | PI | 6.051 |
Considerações: nesta última divisão, estão todos os estados da Região Nordeste, com cinco deles ocupando as derradeiras colocações; e mais o Pará, no Norte, a menor renda da e maior população de sua região. Apenas Sergipe, que tem o menor PIB e população, se aproxima da lista do meio (dos R$ 10 mil); e a Bahia aparece na sequência, UF que tem o maior PIB e população do Norte-Nordeste.
Agora mais uma rápida análise acerca dos números da renda per capita das cinco grande regiões que o Brasil subdivide-se. A diferença entre os extremos é em menor grau que o citado anteriormente:
8.168 a 22.365
Habitantes do Centro Oeste (DF, GO, MT e MS) tem renda 2,75 vezes maior que os brasileiros que vivem no Nordeste (BA, PE, CE, MA, PB, RN AL, SE e PI).
01º | CO | 22.365 |
02º | SE | 22.147 |
03º | S | 19.324 |
04º | N | 10.626 |
05º | NE | 8.168 |
Considerações: mais uma vez o caso de Brasília é determinante para alavancar o Centro Oeste ao posto mais elevado no quesito renda média de cada cidadão. O Sudeste, com SP, quase empata: em números relativos, 99% de R$ 22.365. Explica-se pela razão de o estado bandeirante ser líder em valores do PIB e população e também é o único com renda acima de sua região geográfica. No Sul, o Paraná puxa o valor para baixo regionalmente, ainda que tenha renda 5% superior à nacional. Mais uma vez, SE, BA e agora PE e RN, esticam a corda do Nordeste para cima - lembrando que é a região de < poder aquisitivo - 48%. E no Norte, o Pará é o único abaixo da média, mas devido ao % do PIB dentro da região, é determinante para fazê-la bem abaixo da do Brasil - alcança apenas 62%.
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