Arquivo pessoal - Praça do Patriarca/São Paulo |
Mais uma vez chegou a ele, desta feita um papel impresso em sua mesa, estrategicamente ali posto. Leu com atenção se demorando em detalhes que estavam, quiçá, um tanto incompreensíveis.
Quem poderia ser?
Não fazia a mínima ideia; gostaria de saber para poder conversar sobre, explorar mais tal mente e saber mais sobre a pessoa. Porém, esta vez seguiu as outras: ficou sem saber o autor e parou de se ater a isto, pelo menos por hora...
"a dor no frio é de matar, machuca, corta, "queima"
o frio da dor solitária transparece em nossas caras, em nossos corpos
a dor de ver você ir é sofrimento
o frio sem você na cama é imensidão
a imensidão do nosso amor é a cama desarrumada
desarrumação de meus sentimentos quando você para longe
espera de dias, de semanas, com os ponteiros lentamente a andarem
imaginando, fantasiando em derradeiros gozos solitários
separados e, por isto, somente em reparos nestas construções solitárias de prazer
nos dígitos do telefone um alívio
separados e, por isto, somente em reparos nestas construções solitárias de prazer
nos dígitos do telefone um alívio
minutos que nos ouvimos se tornam bálsamo benigno para nossas vidas
depois... Vem o dia todo com suas tarefas, problemas, definições
pessoas e toda a cidade que frenética se move,
desvairadamente se mexe, se chacoalha, se requebra
e São Paulo vai seguindo adiante o tempo porque não para nunca
mas as horas... quão feitoras elas se tornam,
a vida longa longe de mim e longe de você
de intermináveis horas que não cessam de parar a a cada vez que olho o relógio
parecem paradas no tempo
tempo que não é nosso amigo
porque se fosse, este tempo de estarmos distanciados não teria tempo".
depois... Vem o dia todo com suas tarefas, problemas, definições
pessoas e toda a cidade que frenética se move,
desvairadamente se mexe, se chacoalha, se requebra
e São Paulo vai seguindo adiante o tempo porque não para nunca
mas as horas... quão feitoras elas se tornam,
a vida longa longe de mim e longe de você
de intermináveis horas que não cessam de parar a a cada vez que olho o relógio
parecem paradas no tempo
tempo que não é nosso amigo
porque se fosse, este tempo de estarmos distanciados não teria tempo".
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