Arquivo Pessoal - Passarela sob a Av. da Consolação |
Mais um que veio impresso e caiu sobre sua mesa limpa, limpa, e quase vazia; tentou descobrir quem poderia ser e não conseguiu pensar em ninguém.
As letras o fizeram pensar pelo dia todo, por alguns outros também, na finitude e na tristeza daquele (a) que escreveu, em sua dor que o consumia... Seria um pedido de socorro secreto? Um exasperante pedido?
"pelos pelos um arrepio,
um corte com a lâmina afiada, fria,
em abril um frio de julho, enregelante
das tristezas que sofre, que produz, que o atacam, uma doença da auto-estima,
pela crise da economia, a crise no espírito,
em dias de respiração descompassada pela saudade, o antigo amor,
dúvidas muitas, e certezas sem plurais
singularidades escondidas e enterradas, similaridades aos montes
pelas dores crônicas agudizadas, a esperança moribunda
tossir até pôr os pulmões para fora, e a respiração mínima em seguida,
vigiar por todos os lados/cantos, e ainda assim ser pego sempre de surpresa,
o cheiro do corpo pela roupa suada usada dia todo, a máquina que perfuma artificialmente,
pelo sorriso que magnetiza, dentes alvos, e a língua que engana,
e sim, o seu maior engano, uma vida toda"
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