Arquivo pessoal |
de um vapor que exala das mais variadas vertentes dos corpos
caindo ao chão varrido
você vem, fica e lavra meu corpo
em um labor que nunca tive;
lambemos cada gota
as gotas no chão varrido,
limpo feito o amor que nos nutre,
(e que nos faz deitar abraçados
em ganchos de pernas e corpo todo),
que nos ensina cada dia destas nossas existências;
em lambidas extensas
e os dias se seguem resolutos,
inexoráveis e implacáveis, comendo o futuro
mastigando o tempo, engolindo nossas vidas
de intensa febre e delírios
dominicais e nunca sabáticos;
eu lambendo meu domínio
variadas manhãs de sábado, visitávamos-nos
alternando nossas casas,
uma no Paraíso, que de forma paradisíaca falávamos de nós,
outra na Liberdade, que liberávamos os anseios que tínhamos
um pelo outro;
você lambendo seu domínio
os outros já não contavam mais,
vindos de onde viessem tornar-se-iam
apenas figurantes, de fulguras mil,
porque nos bastávamos para explicar,
elucidar, e embrenhar-se na vida visceralmente;
lambidas frêmitas mútuas
em fotos de 'lambe-lambe' que tiramos ontem mesmo
corpos que aparecem,
bocas que se alcançam,
apertos de satisfação
que nossa mutualidade nutre
pelos cantos, os suores lambidos sem hesitação
viver ao seu lado:
é verdade
não paramos com o exercício do êxito
vastidão de vida:
é ao seu lado
de deglutição de gozos
voltas e mais voltas:
e sempre me cerco de você
somos lambe-lambes: eu de você, você de mim
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