Arquivo pessoal - Vale do Anhangabaú |
Vertem-se pelas artérias da cada um dos paulistanos loucos, de cada rua/avenida/alameda vida/suor/esperança.
espraiamento sem areia desperdiçada: e bem, que bom que não há praia por aqui, os prédios necessitam-na;
enchimento sem encheção: são tantos os acontecimentos diários, nas 24h ininterruptas,
sanidade sem que os sãos protestem: e há um só da dúzia de milhões que não se caotize por aqui?;
ziguezague de idas e vindas: pelos aplicativos, o viés é sempre ir para esquerda/direita, para o centro;
temporalidade histórica: aproxima-se dos 500 anos e os temporais vieram nos salvar neste ano de 2016;
luminescência vista nas fotos dos satélites: pontilhada de luzes a cidade que mancham o mapa com o claro espaço geográfico no escuro vácuo do universo;
beleza escondida, introspectiva quase na totalidade: o total de gente acostumada a outras paragens que gritam... Aqui ela sussurra, quase murmura entre muros e intramuros;
se é sua, minha, nossa ou deles a resposta não aparece fácil: o desaparecimento de um só dono e a pertença compartilhada em milhões tornam-na desprovida de amarras egoicas, já que tal heroica atitude a fez mais forte;
é um amor confesso nas reentrâncias da cidade: no mais recôndito ponto, de trás para frente, de cabo a rabo.
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