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Pingando... Pingando...
Faltando pouco para o meio da madrugada do segundo dia, com um silêncio mais categórico que de outras madrugadas que cobrem São Paulo, fazendo-a soar menos sons, todos eles são menos por estas horas e as luzes acesas nos apartamentos dos prédio próximos quedam-se em minoria, tudo pelo avanço da escuridão que segue à luz maior do dia. Pode-se ver a luz da TV alternando a cor da luminosidade; também as coloridas luzes que se acendem por motivo específico.
Mas são poucas os quartos/salas iluminadas.
Pingando... Pingando...
Dorme a grande maioria em camas grandes, em dois, ou em um. Algumas devem estar vazias pelas viagens desta época; outras, esperam habitadas por um que mantém-se à espera de quem virá (ou de quem deve vir - seria voltar?).
Desalinhada, a própria não conheceu arrumação hoje; somente fronhas foram trocadas por novas que cheiram à limpeza de lavanderia. A dele está no time dos que, via de regra, apenas um se deita: ele. No calor destas noites que o obriga a dormir espalhando-se pela território de molas, trajando apenas cueca, existe uma certa dificuldade em pegar no sono. Transpirar é o seu forte para dormir no verão paulistano de trópico desvairado.
Pingando... Pingando...
E agora o que vem? Virando a esquina alguns adolescentes gritando, rindo, correndo e mexendo um com o outro, despreocupados com a chuva que pode cair. A sirene da ambulância sobe a rua com pressa, corta o sinal vermelho e faz um grande strike, jogando dois deles para o alto, freia, bate no poste e quase capota. Ele pôde ouvir a tentativa de frenagem, mas as rodas derraparam pela fina camada de umidade combre o asfalto, da chuva que acabou de cair.
Verão sufocante.
http://www.therealblairfamily.com/we-have-a-court-date
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