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Embalando o balanço, eu vi o brilho dos seus olhos
em me olharem com calma e admiração.
estávamos ali, eu e você, fazendo o nada que sempre nos aprazia.
Verbos e substantivos e adjetivos e pronomes
(o "nós") já tinham tido sua vez.
Àquela hora era hora de descompassar, de minha perna para fora e bater rente ao chão e balançar...
Sem mais, sem menos, só mais de nós mesmos.
Sentíamos tão cúmplices pelo vento, pela aragem de verão que fremia em nossos corpos,
nus em pelo, enroscados e misturados aos nossos cheiros.
Balançando... Balançando...
Silêncio, quietude e respiração.
Fazíamos sem pecado, sem escrúpulos o que um queria do outro,
sem medo, sem reticências e com muito, muito, amor que balançava
minha vida e a sua vida.
Ficávamos a arder sob o sol, do império do calor, vindo lá de longe.
E nós, aqui, tão perto um do outro. Vibrando na brisa que fazia ao balançarmos juntos.
assim que combináramos: juntos, unidos, mesmo que separados fisicamente estivéssemos.
(como você falava mesmo sobre isto...? Hum...
"Não dá para estar junto de você
todo o tempo atados pelo corpo todo,
mas pelo meu coração e pela minha mente
eu estou onde você está. E você?)
Repetindo quase todo santo dia - porque é de santidade que você apareceu - eu dizia o mesmo, rindo.
"Levo você também, mesmo que tendo mais peso que eu". Aí você ria, ria...
Parece que não parava.
E eu? Eu vendo aquele sorriso, ouvindo aquele sorriso, chorava quase de tamanha felicidade,
porque aprendi com você que também homem chora por estar feliz.
Balançando... Balançando... Ficávamos, feito 2 que pareciam 1.
Porque a vida nos deu este balanço de ninar. Porque eu te amo e porque você me ama.
Ainda restava muito tempo neste balanço sem parada e sem fim.
http://www.concerttee.com/posters/posters.php?item=3527088
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