Reprodução, cambagem [sítio abaixo] |
Vem cambaleante com a cambagem do velho Escort 96
desregulada dos anos descuidados,
inquietante!
Como é dele faz e, de repente - assim! - das mãos sacadas instantes longe do
volante,
bate palmas, uma, duas, três, mãos de volta à direção. Olha o
semblante
no retrovisor que já andou pelas estradas porque todas iguais as de Santos.
Canta e grita esganiçadamente, inflando as veias da garganta, como
anabolizante.
Pela ruas que formam a grande praça abandonada
derrapante,
Estaciona em um dos pontos do
sextante de grama verde,
e cai no chão pelo tropeço na pedra
que sangra o pé desnudo.
Uma vitória! Vai tirar a dor que deveras sente, para
sangrar em volta do carro, pulando feito saci,
Doente como um
protestante contra as reformas que versam em nada.
Chão molhado, e nada rogado, feito
rolante
mascando a última bala vermelha de morango para lá e para cá na boca.
E deita, e roda e deita e roda.
E molha o suor com a grama molhada.
Faróis acesos, portas abertas, o som ligado
protuberante
na noite afastada do rumor do centro da cidade.
Ele faz o que quer agora, porque nunca fez deste jeito.
Mutante
daqui mesmo sem viagens intergalácticas,
na cabeça erguida centímetros do solo olhando para o azul-negro,
o maior, o dominante
que vem lá de cima.
E porque tantas atitudes
rastejantes
se para chegar até ao carro só mesmo um andante
normalizante, em pé?
Longe, do outro lado, oposto, a antítese.
Antagônico.
Nada normal com a música do RC em último volume
quase no meio do nada que se traduz no fim
da cidade, daquele menor aglomerado, de gente
errante, dissonante.
Em um grito de arrepiar, acordando o vento, estourando tímpanos,
volta a dirigir cambaleante,
nada hesitante.
Nada que o faça sangrar mais que o dedão do pé com a unha descolada.
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