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Poucos são aqueles que lhe tiram do sério, mesmo porque é um cara muito sério, de cenho franzido. Outro dia ouviu quando 'passeava' a pé - uma raridade - pelo centro de São Paulo um "olha a cara de bravo do tiozão!". Estes deveriam ter adentrado na lista, mas achou pura perda de tempo. Gastar o latim - opa, a energia - com quem mal afeta a sociedade não valia o esforço.
(baratas também o tiram do sério)
Claro, não gostou do que ouvira, ainda mais pelo sério; afinal tiozão ele já se considera: beirando os 40 e uma expressiva intolerância com seus pares citadinos contam muito para o apelido de tio, mesmo que nunca tivsse tido irmãos ou irmãs (teve uma que morreu faz tempo, ele nem conta)
Bem, quanto ao sério... Ele tem lá suas razões, mas não se vê exatamente com esta seriedade toda. Apenas é profissional naquilo que faz - como o é nas horas vagas do outro trabalho que lhe dá um ganho qualquer por mês - e nas outras horas, na outra profissão, ele faz tudo com muito mais competência.
Até ri dele mesmo de vez em quando. Então, de sério somente a tal propalada competência profissional de quem adquiriu uma destreza sinistra em arrumar aquilo que é visto e sentido como errado.
Vê-se então, pelas noites, como esta que se apresenta logo em minutos, compelido a ter ainda mais 'seriedade' no trato da coisa pública (como os canalhas políticos dizem e como mentem a respeito). Vontade de começar logo, a esmo, para apaziguar aquela grande pressão abissal que sente todo santo dia. Só que assim as chances de naufragar em seus intentos são maiores. E como o profissionalismo vem sempre em primeiro lugar...
Resolve mudar de lugar, perscrutar em outros locais. Aliás, acaba de se lembrar de um especial que é contaminado de vaidade e de gente enjoada tamanha a valorização de conceitos tão comezinhos.
--- Bem lembrado; serão os primeiros de hoje, sem falta. Gente que tem enjoo ao falar com os outros por ter que respirar - de nariz empinado - o mesmo ar dos "pobres mortais", o 'lumpen proletariat'... Só aguardar.
Quantos aos políticos ele havia deixado em terceiro plano nestes últimos tempos e a razão é uma só.
--- São como pragas! Parecem baratas: enquanto você corre atrás de uma para matar, existem outras 100 nascendo e apodrecendo o mundo. É um sem-fim. Então, por enquanto os deixo de lado para logo mais voltar à carga toda. Eu odeio baratas e seus afins. Serve bem a esta classe formada por carcaças fedorentas, infestada de baratas.
O local escolhido - a sede de uma grande veículo de comunicação - é perto de onde ele está, em 10 minutos chegará lá.
Direção tranquila ainda que um breve engarrafamento em um semáforo quebrado. O cheiro de chocolate derretido no sedã mantém-se. Afortunadamente, não é alérgico a inseticidas específicos e dentro dele nunca aparecera sequer uma pulga ou aquelas cascudas quase pretas que mexem as longas antenas para xeretaram em seu companheiro de todas as horas.
Sempre há chocolate no interior porque o aroma lhe traz uma paz fria, como uma vingança.
Aí, é só estacionar o semi-novo carro de velho em local adequado e aguardar aquele editor, redator, chefe "ou a cacete a 4 que ele seja" para manter uma conversa bem agradável. Com muita seriedade.
A seriedade de um tiozão determinado em manter e reverberar seu profissionalismo mais uma vez.
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