Arq. pessoal - Vila Mariana/São Paulo |
sem roupa, de gorro meio remendado
enrolo-me em pensamentos no quarto grande
em um cheiro, rolo de amor que roça meu corpo
rouba a quietude
rouba de forma rota meu juízo
ao lado do criado-mudo
tudo enrolado
naquele papel vindo de Roma direto para São Paulo,
que só espera por nós
neste frio gélido de julho, a Pauliceia madruga com a garoa
cobrindo a vasta metrópole
o frio nem consegue roubar o tal calor
que sinto, que tenho, que quero em você
e eu insone, reto nas partes, rijo, enrolo-me ainda mais
e mais em você
que veio, viu e venceu as resistências
bem das esfarrapadas dadas por mim
quando você me disse
que era um ladrão, um ladrão que não rouba $, bens ou casa
"Roubo você", explicando em um pausado, mas sôfrego
e alterado em cada sílaba
ah, e eu enrolando
em cima
embaixo
pelos lados
pela fresta da janela, São Paulo me roubou o sono,
o vidro embaçado rouba uma visão do céu...
só não me roube você de mim
(porque estou sozinho, com saudade do calor que um roubava do outro)".
Nenhum comentário:
Postar um comentário