"NON DVCOR, DVCO"*
Arq. Pessoal - Ed. Altino Arantes, no Centro Velho |
Parabéns à cidade alfa, à maior cidade do Brasil.
Parabéns à mais brasileira de todas e à mais cosmopolita de todas.
Parabéns aos que vão, aos que voltam, aos que constroem, aos que protegem. Para aqueles que fazem poesia, que trabalham à noite e de dia, que cuidam de pessoas e bichos.
Parabéns aos 12 milhões de habitantes paulistanos, paulistas interioranos (este que escreve é um) e caiçaras, brasileiros e estrangeiros que aqui vivem.
Para os números desvairadamente superlativos: os quase 700 bilhões do PIB, aos mais de 7 milhões de veículos, ao milhão de pedaços de pizzas vendidos diariamente; aos hotéis, restaurantes, boates e inferninhos que acolhem e que divertem às centenas, aos milhares juntos; Praça Roosevelt, Vila Madalena e Augusta.
Obrigado Adoniran, Rita Lee, Mutantes, irmãos concretos Campos. Ao Mario, ao Oswald, à Lygia Fagundes Telles; aos modernistas de 22. Obrigado Vanzolini pela cena de sangue num bar da Avenida São João.
Obrigado Parelheiros pela reserva indígena, pela onça-pintada; Pico do Jaraguá e Serra da Cantareira. O Ibira, a Oca e a cidade coalhada de obras de Niemeyer.
Interlagos onde o paulistano Senna despontou. Palmeiras da Pompeia, Corinthians de Itaquera, São Paulo do Morumbi.
Obrigado Avenida Paulista, Masp, Trianon, arquitetura e imponência de encher os olhos; centro financeiro, nervoso, onde passam desde engravatados e mulheres de tailleur, a skatistas e também minas de cabelos alegremente coloridos.
Sim, existe cor - muita cor - e dentro delas existe o cinza, o branco, o preto, o vermelho e o amarelo.
A maior Parada Gay do Mundo, que desce a Consolação que se dispersa na Praça da República.
Os edifícios Martinelli, Itália, COPAN, Altino Arantes/Santander, Mirante do Vale que parecem mesmo arranhar o céu desabotoado de inverno ao carregado de verão.
São Paulo do verão de suores e do inverno tremores.
Todos que moramos aqui vamos de metrô, carro, trem, ônibus, bicicletas e helicópteros em ritmo frenético. "Vam'bora", "vam'bora", olha a hora, "vam'bora"
Ao mercadão e suas delícias de sabores, cores, odores e texturas. O que seria do comércio brasileiro se a 25 de Março não fosse o que ela é?
O samba também é paulistano. O rock, o eletrônico, o rap e outras expressões musicais.
São Paulo, meu amor, minha cidade, meu lar; uma sinfonia de amor, pressa, gente e diversidade mis.
São 465 anos desde que Anchieta e Nóbrega fundaram o povoado, nos campos de Piratininga. São Paulo dos Bandeirantes, da Proclamação da República, do MMDC de 1932, do comício das Diretas Já na Sé.
A São Paulo do café, nosso ouro negro que fez a cidade deixar de ser vila para se tornar metrópole.
São Paulo se fez pelos paulistanos e paulistas de norte a sul, de leste a oeste. E se fez também por baianos, pernambucanos, mineiros, cearenses, paraenses, paranaenses, goianos, alagoanos, gaúchos, amazonenses.
Tem gente do Líbano, da Coreia, de Angola, de Portugal, Argentina, Itália, China, Espanha, Japão, Alemanha, Nigéria e mais uma centena de nações.
Tudo é superlativo por aqui em Essepê: dos problemas às soluções.
São Paulo não é uma urbe ensimesmada no próprio umbigo, porque não há tempo para contemplações egoísticas: aqui se contempla tudo, do pouco ao muito, de dentro para fora e de fora para dentro.
São Paulo não para à toa. São Paulo vai.
Mais ainda superlativo que tudo é o amor que verte, transborda, que sua e que existe pelas artérias, marginais, avenidas e travessas.
Parabéns à cidade de São Paulo - é tanto amor.
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