Arq. pessoal - avenida Paulista/SP |
esparramando-se como só São Paulo sabe fazer
superdimensionado problemas e soluções
habitantes encarapitados em milhões, uma dúzia deles,
metrópole-alfa, cidade do mundo, megalópole brasileira
sul-americana, do hemisfério Sul, Ocidental
passeios por lugares aqui perto, nunca percebidos
o interior e suas ruas largas de paralelepípedo
as ruas estreitas centrais, históricas de tanta gente
as grandes construções, modernas caixas de vidro
reflexos, tantos reflexos pela cidade
expondo-a, desabrida, ofegante e adiante
sobrados dos anos 50, casas modernistas
terraços, sacadas, flores, pequenas árvores
caminhos retos, tortos, sinuosos serpenteando o chão
o trânsito, tantos carros
avenidas Paulista, 23 de Maio, 9 de Julho,
Rebouças, Bandeirantes, Radial Leste
cavocar, o grande tatu do metrô,
leva e traz, passeios trabalhos,
território debaixo da terra é livre e solto
cores de alegria, as sete delas,
e mais o prata, o preto, o cinza
e o céu de inverno de um azul mesmo intenso
o dia, a noite, as gentes passeando e trabalhando
relações de intercurso aqui perto, aí perto, lá longe
e em todos os lugares paulistanos ofegantes e grunhindo
e então... ele se dispôs a escrever mais e mais para tentar sanar
o que?
e precisava sanar alguma na sua mente?
a loucura, o zumbido nos ouvidos, o corpo elétrico para lá e para cá
ansiedade, impaciência que sempre teve
no corpo frenético hoje o que ele quer é um pouco de descanso
na brisa gelada da manhã invernal
muniu-se de um grande copo de café, amargo,
e de tão amargo, despertou suas papilas
e imediatamente começou a escrever
abriu 2, depois 3 arquivos no computador
e pela primeira vez escreveu diferentes assuntos
crônicas, contos, pequenos romances iniciados
ficcionais - e nisto era bem bom mesmo!
olha! como ele era bom em imaginar e pôr todo os neurônios a trabalhar
voraz, vorazmente digitou até os dedos não mais aguentarem
vastidão de fonemas e letras
veloz, terminou tudo antes mesmo do almoço
e deitando-se novamente, nu em pelo
sentiu o ar gelado a lhe percorrer o corpo, eriçando pelos
e sentiu mais: a saudade daquele corpo insano que tanto lhe trazia a...
tranquilidade de viver em meio aos 12 milhões
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