Arquivo pessoal |
(à casa em construção solitária, fria e poeirenta - os homens e mulheres com calor do cão)
ao recém nascido apartado no parto - o choro da vida;
ao recém nascido apartado no parto - o choro da vida;
à criança iletrada - as descobertas da leitura;
ao adolescente "diferente" - a compreensão de um mundo melhor;
ao adulto cansado das lutas - uma vitória que traga descanso;
ao velho senhor alquebrado e sofredor - a última inspiração da dor e o alívio;
aos adultos solitários na grande cidade - a possibilidade dos milhões de São Paulo;
ao asfalto que frita ovo - a chuva que penetra, que inunda que faz brotar
aos beijos que fremem - incandescentes e a fervura dos sexos
à casa vazia, cheia da presença do fantasma - a depuração e a expulsão dele
ao mundo judiado por egoístas humanos - o esparramar de compaixão e os abraços solidários;
ao ar, à água, à terra poluídos sem piedade - a revolta, o desconto, a vingança impiedosa;
aos animais, todos eles, que coabitam - a certeza da habitação intacta;
a você que tanto amei no passado - a saudade guardada por pouco tempo no presente e lacrada no futuro;
a você que tanto amo - a alegria do agora e a tentativa do futuro;
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