sexta-feira, 19 de junho de 2015

VIAGEM CCXLI - TEMENDO, OS PELOS SE ERIÇAM

Reprodução [endereço abaixo]

temendo, ele tomou todo o poder em suas mãos suarentas, com as unhas sujas e mal cortadas e assim ele foi até chegar onde queria chegar. E chegou bem, senhor de si depois daquele tempo que viveu desgovernado se acercando de gente ruim, de drogas (das mais pesadas). 

hoje, ele percebe que estas drogas sintéticas influenciam em sua linha de pensamento como nunca fora feito antes; ele pensa que seu cérebro virou um queijo suíço, todo esburacado que deve estar depois dos anos e anos de consumo. mas que nada, como diz a música, e ele não se deixará afetar por tantos buracos cerebrais. sua capacidade de ir vir - intacta; sua capacidade de amar e odiar - intacta.

temendo, ele tomou as rédeas de sua vida depois do período de obscurantismo absoluto no qual viveu: lugares ermos, sujos, fétidos, com pessoas piores que os adjetivos qualificados logo atrás. Até hoje ele não sabe como não adquiriu AIDS durante este tempo; afinal, ele transara sem camisinha várias vezes; na verdade, quase todas as vezes, inclusive quando fazia sexo anal - seu preferido por exercer uma dominância  cuja qual ele não dispunha no restante de sua vida. 

este sexo, encruava algumas ideias em sua mente, tais como poder, exigir e exercer a dominação sobre o outro ser, mandar e por fim, tornava-se o senhor absoluto daquela relação, como um ditador faz com sua população. no caso dele, a população deveria, ainda, lhe render homenagens, afagos e prazeres para ele tão-somente.

entretanto, isto foi àquele tempo e mudanças aconteceram. atualmente, para ele, o sexo pode ser enquadrado em outras paragens mais pacíficas, sem ter que se sentir tão poderoso para fazer aquele sexo que ele tanto gosta. 

fato é que gosta de certa dominância que continua a trazer um prazer maior, só que nestes tempos, ele acrescentou um carinho mais preocupado com quem está junto dele, seja de costas, seja de pernas abertas. quanto à leitura dos clássicos, temendo morrer e não lê-los, afinca-se agora nos gregos - consumiu boa parte deles, fazendo anotações a lápis em parágrafos, palavras e períodos. 

vez por outra tem que reler tais páginas porque o seu suíço cérebro (é o que ele julga!) não apreende tudo como antes. e aí ele se lembra que no antes, ele lia somente revistas semanais, jornais (alguns cadernos, seja dito) e conclui que estes escritos demandam um mediano conhecimento das coisas do mundo e das coisas das pessoas; lia tão rápido quando ia aos consultórios de dentistas, médicos ou mesmo nos barbeiros.

temendo, ele consegue seguir mesmo que de pavor os pelos de todo o corpo se ericem. 

http://www.cheesusfried.com/home/cronache-studente-fuori-sede-capitolo-3-saga-daniela-parte-viii-highlander-ne-restera/

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