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Os dedos cansados, doem.
Os nervos do punho em trabalho exaustivo, repuxam.
Nuca forçada, para cima, para baixo, fisga.
Rins curvos, padecem; olhos cansados marejam
E as palavras vão soltas, díspares e quem sabe algumas delas repetitivas?
Só o que está aqui dentro não se repete, nem se diminui;
aumenta, avoluma-se e parece que igual a represa
tende romper a grande muralha de concreto espesso e grosso.
Insiste-se ainda mais porque há uma razão:
esperança de que lá, em dado momento, toda a dor far-se-á passada
e dias de contorcionismo horizontais verterão
melhorando as cores, os cheiros, as texturas, os gostos e os
Ruídos de respiração resfolegante.
Ainda há todas as dores e mais outras que aparecerão
na solidão do teclado e das noites em silêncio
em que a cama, vazia, grande e fria está no mesmo lugar.
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