Vento, muito vento assobiando pelas janelas do apartamento de madrugada. Ele acordou sonhando com um alguém que gritava em seus ouvidos, alternando ora ou mora outro, com voz aguda e parecendo uma lâmina a cortar sua carne.
Barulho. A porta de vidro da cozinha bateu e rachou um tanto. Despertou assustado tentando entender estes barulhos todos e o sonho em que ele estava em um teatro com uma orquestra e a voz aguda, ele achou, que era um saxofone desafinado.
Estancou a respeiração e quase sorriu aliviado em saber que p vento é que uivava por todas as fresras possíveis. Sentou-se na cama e coçou-se. 5h25 marcava; daqui a 1h teria que se levantar para fazer o exame.
Levantou-se para beber água. viu que o estrago no vidro foi grande e requereria trocar o nada robusto vidro que separava o cômodo da área de serviço.
Luz ligada. Ainda estava escuro e detestava tatear pela casa. Nunca gostara de escuridão e lhe confortava que vampiro algum ousaria entrar em sua 'castelo'.
Andou descalço com cuidado mas foi inevitável. Corte na planta e um sangramento copioso. Correu para o tanque e lavou-se com cuidado porque um caquinho havia se incrustado na sola, arrancou-o cokm vontade. Uma colher cheia de açúcar e pronto. Sangue para dentro de novo.
Assobio aumentou e se não precisasse ir fazer a bateria de exames, voltaria à cama para continuar a dormir sem preocupação alguma. Nem poderia se quisesse.
Voltou mancando até o quarto e o Felino começou a roçar-lhe as pernas cabeludas. Fome.
Sangue, HIV, hepatite, triglicérides e mais uma quantidade grande destes exames. tudo daria certo, sem sopetões emocionais. Era uma certeza na qual ele não se demoveria.
O oitavo mês do ano começou hoje. Vento, muito vento. Sexta-feira, dia 13. Poucos casamentos.
"Bobagem. Idiotice. Como daqueles que Netuno entra na '1000ª' casa influenciando negócios, amor. Bobagem. O que Netuno tem a ver comigo? Daquela distância toda...?".
Serão 31 dias os de agosto, com carinhos e avanços.
Despedida do Felino que subira na cama e aninhou-se por ali.
Olhou ao sair a sacada, o carpete fino, a persiana. Dormiria na volta ali, no final de tarde sentindo o vento de agosto.
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