Bem, aqui vai um trecho de mais um conto escrito por mim e ainda não publicado. E quando o será? Milhões me fazem esta pergunta... hahahaha.
De número 5 na minha conta da nova fase, chama-se "Ingrediente Humano".
Versa sobre um personagem estranho que analisa pessoas conforme seu estado de humor (afinal ele é um jornalista que trabalha na televisão) até que por uma razão desejada por muitos por aí, ele muda. Fiz uma "comparação" entre sentimentos humanos e ingredientes que compõem alimentos e etc. Os nomes são "ótimos": goma guar, espessante, goma xantana, sorbitol...
A todos que lerem, muito grato. E havendo tempo, façam um comentário.
"Parecendo qual um
raucíssono ao ver pessoa que por qualquer motivo o chamasse atenção
verbalizaria comentários os mais variados. A preocupação única que devia ter
mente em tempos de abstração completa, ao realizá-los, devia-se ao fato de
meritoriamente quedar-se a falar baixo. Murmúrios. Como o nome daquela rua aqui
em São Paulo: Murmúrios da Tarde. Vale para o corpo, para indumentária e outros
objetos, alguns abjetos, que portavam: telefone, bolsas, pastas, MP4, garrafas
de água e quaisquer que fossem. Voz e maneirismos adentravam na pequena lista.
Corpo, se interessante fosse, merecia um comentário ‘ordinário’ – aquele que
iguala todos. Determinados estilos e ou descendência. Proporção corporal.
Andar. E pés.
Para pior ensejar a tarefa o melhor
mesmo se fazia pelas pernas. Andando em lugares fechados e públicos, em movimento
ou parado. Perfumes logo pela manhã, principalmente àqueles que tomavam banho ‘de',
dirigia algumas palavras, no mínimo, similares àquelas que são impressas em
bulas de remédio e em adoçantes: metilparebeno, sorbitol, goma xantana,
espessante, umectante, goma guar... Quem são os mentores destes nomes para lá
de ‘formosos’? Químicos e farmacêuticos aliados aos biólogos são os responsáveis
por casar prefixos, sufixos com radicais gregos e ou latinos tornando-os assim
dificultosos em ler de primeira mão. Verborragias escritas, necessárias,
entretanto que se desnuda em ser engraçada, de um humor sarcástico de
trava-línguas. As palavras dirigidas far-se-iam esdrúxulas e ofensivas tais
como as citadas, apenas proferidas acompanhadas de um algum meneio e/ou
movimento da boca e nariz. E não se apoquentava com o fato de algum outro o
visse ou ouvisse, desde que o humano de sua análise não desconfiasse de nada.
Edulcorante.
Chato cabia-lhe bem
a uma análise mais detalhada. Reitere-se a questão de sua competência
profissional ainda que na redação da TV SP todos o tinham como o mais sério e
significativo representante da exigência, beirando a chatice extrema. “Goma
xantana neles”, pensava quando ouvia burburinhos a respeito. Não permanecia no
emprego para realizar de forma estrita seus afazeres e sim de forma abrangente:
recebera, pois duas promoções tão-somente em três anos de trabalho, começando como
editor-adjunto depois editor-chefe e agora diretor de redação; sendo
responsável pelo horário das 7h às 14h, com o primeiro telejornal, o do Estado,
competindo diretamente com evangélicos, culinaristas e desenhos, vendas pela
TV... Enquadrando ao modus operandi
da grande mídia o pensamento dos espectadores. Nas quartas produzia um programa
de entrevistas – Personalidade de Bem – de 1h30 de duração com pessoas ligadas
às minorias artísticas, literárias, de carácter físico, sexuais e étnicas.
Concorria diretamente com o futebol da TV Universo pelo horário nobre e
invariavelmente perdia pelo placar de 20 pontos a 12 de audiência na Grande São
Paulo e Baixada Santista, média dos últimos meses. O índice alcançado superara
os previstos oito pela direção da emissora quando foi ao ar o primeiro programa
há dois anos; e agora dava o segundo lugar das 21h30 às 23h (a sobremesa doce
quase inatingível). O formato em câmara de poucos cortes e secos enquadrava o
entrevistado em vários planos. Cenário composto pelos arranha-céus paulistanos
e iluminação um pouco difusa, música baixa ambiente. Como cada entrevistado
idiossincraticamente possuía suas diferenças o cenário sempre tinha um toque
diferente acompanhado a arte/obra e/ou personalidade do convidado fosse de alta
tecnologia ou primitivista. Gaio assinava o roteiro. A direção fica sob
responsabilidade de uma quase amiga."
Nenhum comentário:
Postar um comentário