sábado, 30 de janeiro de 2016

VIAGEM CCLXII - PARA NÓS E PARA ELES

Reprodução - endereço abaixo
erros: para os mortais relés admitirem;

acertos: para os "imortais" proclamarem;

arrependimentos: para a massa ignara sofrer;

nunca se arrepender: para os "superiores" que pairam acima;

dívidas: para os honestos pagarem;

dívidas: para eles fazerem e não pagarem;

crise: quem se ferra são os mortais citados acima;

humildade: para aqueles que trabalham dia após dia;

arrogância: para os que detêm algum poder em algum lugar sobre alguém;

salários: os indignos para a grande maioria

dinheiro, um pouco: para que luta com dificuldade no passar da vida

dinheiro, muito mesmo: para os canalhas que levam a vida assim;

sobrevivência: àqueles iguais a tantos que fazem as máquinas;

fausto: àqueles dominadores da máquina;

peso: ao cotidiano de incertezas sobre o amanhã;

leveza: ao cotidiano de certezas sobre o hoje e sobre o futuro;

valores: para mim, para você, para nós (quase todos)

valores invertidos: para os que manipulam e fazem nos crer que estão corretos;

dificuldades: a vida que nós levamos;

facilidades: a vida que poucos levam.

http://www.chriskeegan.co.uk/psychedelic-print

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

VIAGEM CCLXI - OS CELULARES E O HOMEM RARO

Reprodução - endereço abaixo
Fervoroso que é no ser humano, qualquer que seja, ele ouve, ouve mais e então, pode falar; ele crê na feitura das coisas deste modo. Conhecer mais e ser mais conhecido. Estabelecer um diálogo a 2, a 3... Nos tempos de hoje, no qual as pessoas conversam com os telefones celulares ele é...

Raro. Um homem raro - conectado; e quando se fala/escreve conectado logo somos impelidos a relacionar com PCs, tablets, notebooks, celulares... A tal da internet, a maravilha dos anos 90 é agora carne de vaca. A tal dos aparelhos que se utilizam dela para aproximar (?) as pessoas das outras pessoas; e isto tem acontecido?

Prefere e gosta e do ser humano; porque nem sempre gostar significa preferir (obrigatoriamente) nestes tempos de celulares de alta ("gigante") tecnologia. Ela nunca para de avançar e "é assim mesmo que é, o mundo vai ser sempre assim, cada vez mais conectado", ele diz.

Mas ainda prefere a conversa das pessoas à conversa das pessoas que conversam por celulares mensagens infindáveis, pequenos símbolos, músicas, gifs animados, vídeos e aquela coisa toda que os tais celulares contêm e que contêm cada vez mais. 
---- Como contêm! Como será então o iphone 8? Porque o 7 já está a caminho.

Prefere a nós aos métodos virtuais.
Não, como já foi escrito, da tecnologia ele gosta "porque combina tanto com esta cidade". Resume-se que ele gosta de gente - como também já foi escrito. 

E gosta muito. Até dá para se falar/escrever que ele vive boa parte da vida em função deste novo "travar conhecimento" depois que toda a parafernália cibernética/computadores tomaram conta. "É diferente porque hoje, parece, que os homens sabem se conhecer primeiramente pelo virtual".

Descreve-se como uma categoria de homem em severo processo de diminuição... Em números mesmo. Ele é raro; e os telefones em São Paulo já somam mais que a "diminuta população" de mais de 11 milhões. De um lado uma raridade, de outro a sobra, a quantidade.

Ele prefere, e é verdade, valorar mais quem ele pode ter por perto. "Tenho certeza que na pilha de celulares, no meio dela, dentro dela, deve haver outros mais. E não, eu não creio em extinção". 

http://raredelights.com/iphone-the-phone-of-the-future/iphone-the-phone-of-the-future-5/

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

41] CENÁRIO SP - CAMBALEANDO DOS JARDINS À CONSOLAÇÃO

Arquivo pessoal
Cambaleia, nego, cambaleia pelas andadas pelas calçadas "caramelizadas" da fritação do cérebro criativo lá pelas 9h, vindo de um clube que ele nem se lembra mais o nome, onde, com quem... (há tantos em São Paulo, para tantos gostos, com tantos valores, frequentados por tantos tipos de gentes). 

Cambaleia, sozinho, cambaleia até chegar em casa ainda em um efeito estufa no corpo.
Calor, tanto calor, que empapava todo o corpo; nas extremidades, nos recônditos lugares, todo aquele corpo.

Custe o que custar, ele vai continuar a tentar chegar em casa, ali mesmo na Consolação no fim dela, antes que o relógio - do celular, claro! - aponte às 10h. Está perto de soar o tal alarme de escândalos mil.

Crível é sua sede, mas água ele não quer; algo gelado para jogar na cabeça rapada como aquele eletrolítico sabor carambola, talvez... Sua cabeça parece que dela arrancaram a tampa e o todo o "creme" cinza de dentro exposto está ao sol. Fritando, fritando.

Mas que sol? Nada, em pleno verão paulistano, um "invernico" de fazer inveja às pessoas ao sul do trópico de Capricórnio; mas que a tampa parece aberta... Ah, isto parece. Gelo, fruta, cabeça, jogar nela, para apagar aquela fritação sintetizada lá... Onde? Falaram pela madrugada, quase dia, que veio da Colômbia... "Cáli", o cara lhe disse, emendando que "daquela cidade do cartel, o mais foda do mundo".

Ele creu sem devaneio e aspirou nariz adentro, uma vez, duas vezes, três vezes... Bem, várias vezes. Detalhe que já se fazia amanhecer e ele se esqueceu que o "baile todo" estava por acabar.

Vê-se agora cambaleando, parecendo um carro sem cambagem correta, para chegar em casa e descansar a carcaça suada. Passando pelo cemitério... Nem quis descansar por ali não! Vendo a Praça Roosevelt, pensa que "eu se eu descansasse um pouco em um dos degraus? Embaixo da frondosa árvore".

Por sorte (dele), desiste na hora porque ao ver a igreja no final da avenida (que desceu boa parte), seu apartamento está a menos de 100 metros. Conforta-se; menos a sede da cabeça e agora da língua seca feita o Saara.

Cambaleia, nego, cambaleia, pelo hall do prédio. Porteiro que pergunta, elevador que demora, gente que olha. Pronto, chega em frente à porta. Corre, enfia a cabeça no tanque e deixa escorrer o jato d'água por minutos.

Despe-se, banheiro, balança, bebe mais água. E, cambaleante, deita-se na cama. Tamanho esforço o faz nem ouvir a igreja da Consolação bater às 10h.

sábado, 16 de janeiro de 2016

RENDA DAS CAPITAIS E OUTROS

Arquivo pessoal - Piracicaba/SP
Lista contendo a renda per capita das 27 capitais brasileiras e outra com alguns municípios selecionados por unidade da Federação, segundo dados do IBGE para 2013 (em seu, reitero sempre, confuso site):
0106º Vitória 64.002 ES
0110º Brasília 62.859 DF
0199º São Paulo 48.275 SP
0262º Rio de Janeiro 43.941 RJ
0278º Curitiba 42.934 PR
0350º Porto Alegre 39.092 RS
0552º Belo Horizonte 32.844 MG
0568º Florianópolis 32.385 SC
0570º Manaus 32.301 AM
0643º Cuiabá 31.016 MT
0743º Recife 29.037 PE
0744º Goiânia 29.034 GO
Brasil  26.446
1022º Campo Grande 24.839 MS
1113º Porto Velho 23.639 RO
1144º Natal 23.413 RN
1223º Aracaju 22.647 SE
1231º Palmas 22.584 TO
1309º São Luís 21.949 MA
1340º Boa Vista 21.664 RR
1606º Fortaleza 19.494 CE
1633º João Pessoa 19.285 PB
1689º Rio Branco 18.947 AC
1698º Macapá 18.863 AP
1775º Salvador 18.264 BA
1808º Belém 18.074 PA
1877º Teresina 17.698 PI
2094º Maceió 16.439 AL

Alguns municípios selecionados de maneira aleatória:
0069º Osasco 80.265 SP
0164º Piracicaba 52.620 SP
0230º Caxias do Sul 45.833 RS
0249º Campinas 44.851 SP
0321º S. José dos Campos 40.699 SP
0325º Niterói 40.284 RJ
0328º Joinville 40.184 SC
0335º Uberlândia 39.858 MG
0371º Guarulhos 38.016 SP
0419º Rio Verde 36.539 GO
0445º Maringá 35.602 PR
0506º Anápolis 33.692 GO
0558º Rondonópolis 32.699 MT
0706º Londrina 29.635 PR
0873º Dourados 26.909 MS
1151º Mossoró 23.325 RN
1468º Marabá 20.687 PA
1481º C. do Itapemirim 20.580 ES
1545º Imperatriz 20.041 MA
1796º Ji-Paraná 18.144 RO
1845º Feira de Santana 17.885 BA
1902º Araguaína 17.539 TO
2112º Campina Grande 16.347 PB
2241º Caruaru 15.529 PE
2723º Arapiraca 12.985 AL
2845º Juazeiro do Norte 12.328 CE
2940º Lagarto 11.835 SE
3010º Santarém 11.553 PA
3514º Parintins 9.255 AM
3516º Parnaíba 9.248 PI


(atualização em breve)




sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

VIAGEM CCLX - NA CHUVA SEM GUARDA-CHUVA

Arquivo pessoal
Um de seus alunos mais sagazes lhe enviou este na última hora... Como um apêndice do trabalho de final de semestre para finalizar o conto de um quase-livro; o professor gostou mais deste do que de todo o resto.

"a chuva está ácida aqui dentro
choros com
lágrimas igual a réptil que rasteja
e então, o seu
comportamento é histérico

exige compreensão
demanda atenção
quer sempre mais
reclama de quase tudo 
grita e não sabe falar

eu lavo as mãos
depois de ter me banhado sem você
(e já tinha um tempo sem que acontecesse)
limpei o quarto
mudei os móveis

para sair da imobilidade
limitei-me a não ter limites para a mudança
lá fora... a água não para de cair
forte, em seguida suave, logo mais forte de novo
eu deixei de verter o sal pelos olhos

desisti de nós
invisto em mim
e a chuva que derrama vida
é um alento para mim
nesta energia de histeria que insistia em perpetuar

até saí sem guarda-chuva
só para me molhar"

domingo, 10 de janeiro de 2016

40] CENÁRIO SP - ENTRE DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS

Arquivo pessoal
Que terra é esta, do solo paulistano? Entre tantos milhões o que mais ele gostava é o "ser anônimo", é o "estar no anonimato" que se transformou ao longo de sua vida por aqui. 

Porque antes, toda aquela gente, o referenciava como já alguém não tendo ele feito nada para tanto. Antes mesmo de vir para este mundo, ele já era alguém com referências... As dos outros, que ele recebeu, que ele não escolheu.

Depois da mudança que ele preparara com tanto esmero, da viagem de horas, da ansiedade contida... Vieram a incontinência, o despudor, a liberdade e o aprendizado.

Conheceu tantas faces ocultas dos sentimentos humanos - aprendeu mais.
Viu tantos espertos querendo se dar bem na grande cidade - aprendeu a se proteger de verdade.
Andou por tantas ruas presenciando à luz do dia encontros e desencontros.

Caminhou por vãos abertos, outros escuros e pôde ser ele mesmo: vários dele mesmo. Eram tantos que apenas em uma cidade alfa como São Paulo, ele poderia ser muitos e ao mesmo tempo ser apenas o que ele sempre fora. 

Desejou viver para sempre na metrópole porque aqui ele mesmo se construíra com alicerces desenvolvidos com dureza e suor. Mas estariam iludidos aquele que o pré-julgariam como a negação de tudo o que acontecera/fora/estivera/falara antes. Longe disto. 

Ele fez acréscimos no livro aberto de sua vida de mais páginas extensas. Anônimo em meio aos 12 milhões que, por vezes esquecidos pelos ares do Cerrado (assim vem sendo desde... Desde décadas), ziguezagueiam por esta mancha urbana de tantos outros. Ele ziguezagueara por este oceano de gente em pleno Planalto de Piratininga, em meio a dias de garoa, em meio a invernos que congelam, em verões que quase esturricam... Ele em meio a esta gente toda.

Mais um entre tantos com as tais idiossincrasias; um homem com diferenças e com semelhanças. Onde mais ele poderia ser tudo isto que não fosse a cidade que se expande, que engloba, que atrai, que vertia suor, que derramava vida? Em São Paulo.