sexta-feira, 31 de julho de 2015

VIAGEM CCXLIV - SEM/COM

Reprodução [endereço abaixo]
sem título

sem-fim

sempre

sensatez

sem vontade

sem vida

sem som

sem emprego

sem responsabilidade

com contas

sem amor

convívio

sem nada

sem tudo

sem cem

o que mais sem?

sem $

sem roupa

com as partes de fora

sem casa

sem sapato

a cem mil quilômetros daqui

sem falta

com certeza

sem trancos

com barrancos

http://wallmeta.com/psychedelic-wallpaper-picture-gallery/

sábado, 25 de julho de 2015

33] CENÁRIO SP - CARROS DA AVENIDA EUROPA

Reprodução [endereço abaixo]
Ferrari, Maserati, Lamborghini para citar apenas as marcas italianas; claro, há também Porsche, Mercedes, alemãs, e Rolls Royce, a inglesa com carros também muito caros. Passeando pela avenida no pequeno horário de almoço, eu vi você passar a caminho do restaurante "bem"  frequentado (não sei o que este advérbio significa quando falam assim) pelos donos de Ferrari, Maserati... Todos os outros. 

Gerente-geral você é agora, não sem antes ter entrado, de início, como assistente de compras, depois gerente de caixa e por fim a última promoção desde agosto passado. Pelo que eu ouvi falar, você ganha um salário com cinco dígitos - "uns 12 mil ele ganha" me contou a vendedora da loja de cosméticos de marca francesa. 

Bem, ela me contava muitas coisas e fazia outro tanto para mim... Um sexo dos melhores.

Mantivemos um caso de pura atração sexual, eu e ela, encontrando-nos no subsolo da loja onde trabalho nunca esquecendo de retirar os "entulhos" da foda e sempre molhando a mão do segurança para el fazer vista grossa ou mesmo atrasar seu almoço. Ela sabia que eu o subornava e aceitou desde o início.

A garagem era quase escura e apenas os carros dos donos

Certa vez, sob o capô do Mustang Shelby, vermelho anos 60 (claro!), transamos em meio a grunhidos animalescos com minha calça arriada e ela com o vestido subido até o peito. Lembro bem que esta foi uma das mais memoráveis. E começamos no sexo oral mútuo pelo chão mesmo - o 69 - nos amarrotando por completo. 

Já nos recompondo, o segurança começou assobiar - que era nosso código para se alguém descesse pelo elevador de funcionários. E funcionou porque deu tempo de nos escafedermos pela porta lateral que dava direto na escada. E ainda deu tempo, rapidamente, de limpar o gozo sob a lataria do "carrinho" italiano passando o lenço que sempre eu levava no bolso da calça social.

Voltando aos valores... Os monetários, não de carácter (rsrs). 
Eu, ao contrário, vendedor de uma loja de marca americana, com carros na faixa de uns R$ 150-200 mil reais ("apenas" duzentos mil...), devo ganhar a metade no lugar que trabalho. Não que seja importante, pelo não para mim, mas como você passa olhando do alto com o nariz empinado... Mal me olha. 

Tudo bem, um dia eu ainda pego você de jeito e te levo para passear no meu nacional 1.6, 2012, sedã, 4 portas com ar condicionado (ufa!). Quem sabe não fazemos também uma bagunça no banco detrás? Sem mesmo ter que precisar sair correndo, nem subornar ninguém e sem ainda se preocupar recolher o que quer que fosse. 

E atrás da avenida Europa, virando à esquerda na transversal, tem uma rua sem saída bem tranquila com casas em reforma. Vamos no meu carro até lá, comecinho da noite e gemeríamos arfando um para o outro. 

Nem mesmo passar o lenço precisaríamos para limpar nada. Só mesmo colar em seu corpo minha língua encarapitados um no outro no exíguo espaço do meu possante de 40 mil reais! 

http://screen-wallpapers.com/wallpapers/view/865

quinta-feira, 23 de julho de 2015

VIAGEM CCXLVIII - O CÃO QUE NÃO SUBIA MAIS AS ESCADAS

Reprodução [endereço abaixo]
Aconteceu aquilo que ele menos esperava, mesmo que seu cachorro já marcasse 13 anos no seu relógio biológico canino - e os grandes vivem menos, portanto, o dele já devia estar nas horas extras; ambos haviam passeado pela parque da Aclimação no finzinho de tarde, daquelas bem geladas como convém ao mês de julho em São Paulo. 
Faria 14 anos em agosto, o cão, é claro; ele já beirava os 45.

Recorda bem o dia que adotara o mestiço de boxer com vira-lata, em uma manhã invernal do mês do cachorro louco (só faltou ser sexta 13 e lua cheia - não era... Bem, quanto à fase lunar ele não se lembra). Rex completara apenas 25 dias até então, e o jeito como ganiu e a mistura de raças encantaram seu futuro tutor.
--- É este que eu levo para casa. E levo agora! Ele é muito lindo!

Meio que sem entender nada, Rex (fora batizado a caminho de casa) veio dormitando no banco de trás dentro da cesta forrada com um edredom já meio gasto. Claro que um xixi também aconteceu, o que o fez posicionar-se longe o máximo que conseguiu dentro da cesta. E voltou a fechar os olhos.

Hoje, entanto, seu amigo acordara mais tarde, nada usual em se tratando de quem desperta quem no velho sobrado perto do cemitério de Vila Mariana. Subir as escadas tornara-se um martírio para o conjunto coxo-femural do cão e, por razão disto, o humano montara a cama na sala bem confortável dispondo de uma forração especial para os dias de frio na cidade alfa do Brasil. A displasia canina o atingira.

Rex não subia os 15 degraus tinha um ano, mas mesmo assim, ficava no primeiro, logo às 6h/6h30 ganindo baixinho e arriscando uns latidos de baixo tom - tudo para acordá-lo. Bem, verdade que se ele não acordasse o amigo tutor, os latidos ficavam mais altos. 

Diferente de antes, quando parava na porta e ficava arranhando e bufando para chamar a atenção; e sim, nestes tempos, latia alto que podia acordar a vizinha do lado (no começo houve reclamações, mas depois, o velho Rex fez amizade e quase todo dia cochilava no quintal da senhora, bem tranquilo e de bucho cheio por grandes ossos que ela lhe dava).

E então aconteceu, logo que chegaram em casa depois do passeio: o velho Rex fechou os olhos, e nunca mais abriu, ao pé da escada que ainda mantinha as ranhuras de suas unhas: quando subia e descia feito raio nos bons tempos - certa vez levou um tombo de cinema. 

Ele, o amigo, o abraçou e fez uma pequena prece; em seguida levou seu amigo para o cemitério de animais. Lá, sem mascarar nenhum sentimento chorou igual a um menino quando perde seu cãozinho de estimação. Voltava melancolicamente para casa quando decidiu, para variar, passar na feira de adoções perto de sua casa. 

https://3dmagicmodels.com/shop/dog/dog-boxer-3d-model/

domingo, 19 de julho de 2015

VIAGEM CCXLVII - DESTA VEZ?

Reprodução [endereço abaixo]

foi desta vez? estou achando que passou longe.../
não foi desta vez, quem sabe na próxima... e sim, bem longe/

e se eu não acreditar nisto?/
creia, é melhor!/

e se eu não quiser assim... eu quero desta vez...
e é esta matéria que passa por isto/
a matéria mataria por isto?/

por isto o quê? como?/
para que seja desta vez e não da próxima/

garante que será a vez em seguida?/
sem garantias, apenas possibilidades...
não me serve/

o que te serve então?/
o agora, porra! não quero logo mais, amanhã, ano que vem...
muito menos quero de uma próxima vez/

resigne-se, aja com resiliência, reforce-se, restabeleça-se.../
já disse e reitero: serve para nada esta possibilidade ínfima.../

atrás, em um tempo medido em tempo infinito, perguntaram a você.../
perguntaram? quem perguntaram? /

até mesmo sua "assinatura" consta que você concordaria em esperar./
assinatura? mentira, discordo, e o inferno /

por isto que disse que desta vez foi assim, mesmo que não goste
e da próxima, quem sabe, terá mais vez, mais.../
sorte? baseado neste conceito tão vago e difuso?/

terá mais argumentos para pedir suavemente e ser atendido/
bem... Para resumir, então, ainda não será desta vez?/

não será não... Não é e não foi desta vez!/
obrigado pela deferência em me explicar o que eu já sabia e
que discordo... Que vez, quando?/

não sei e quem sabe responder queda-se calado/
e tenho que viver assim, não é? não responda... apenas divagava comigo 
porque sei da resposta/

http://www.cgfeedback.com/cgfeedback/showthread.php?t=468&page=22

quinta-feira, 16 de julho de 2015

32] CENÁRIO SP - INTENSIDADE E IMENSIDÃO

Uma conversa que poderia ser no metrô, em algum clube noturno, na sala da universidade, nas raias para corredores no Ibira, em alguma fila de banco com a senha nas mãos, farmácia, no hospital do SUS das maravilhas de Alice do 'país Brasília'... 
Pode ser a conversa em tantos lugares da grande urbe alfa do Brasil, que as possibilidades são intensas e imensas, por lugares óbvios e inusitados...

Reprodução [endereço abaixo]

"Ansioso, ou melhor impaciente, ele espera para entrar e tentar resolver o problema que o enerva e murmura falando não se sabe com quem ao telefone.

--- Bom mesmo é onde você está. Sol, praia, mulher bonita de biquíni minúsculo. Não aqui, nesta cidade caótica, que faz frio e é cinza. 
Realiza o gesto típico de deslizar o dedo pela tela de seu iphone 6, comprado com o salário que ganha em uma grande empresa sediada... Onde? 
Claro, aqui na cidade de São Paulo.

--- Vivo só para trabalhar e não tenho tempo para nada. nem consigo descer o litoral para surfar naquelas praias... Que, aliás, nem se comparam com as daí, parece que compraram e poluíram. Fora o frio que faz. Nossa! Hoje está 12°C, agora, às 11 da manhã! Tem noção?

Ajeita o jaqueta comprada em uma loja da rua Oscar Freire, também aqui na Pauliceia e não se dá conta que sente-se aliviado por não passar frio com as pesadas roupas.
Reclamar, porém, ele sabe bem.

--- Eu estou bem agora, tirando este frio, claro. Semana passada eu tive uma gripe ferrada e, não bastando, tive uma tosse que bem foi complicado. Foda!
O convênio médico da empresa atendia no melhor hospital da América Latina de referência em doenças respiratórias; atendimento rápido e certeiro.

--- Fim de semana? Ah, queria estar na praia, mas aqui é impossível. Vi a agenda do sábado e tem algumas atrações. 
Imensas possibilidades culturais e esportivas gratuitas que pouco o farão mexer na polpuda conta bancária na qual é depositado seu salário. 

Imensidão combina com São Paulo.
Intensidade denota o que São Paulo é.

Problema resolvido após menos de 20 minutos de fila.
Intensamente, ele teve dias de gozo de cultura e de trocas de fluídos corporais de sexta à noite à manhã de segunda".

http://wallpapers.mi9.com/wallpaper/3d-city-wallpaper_1166/

quinta-feira, 9 de julho de 2015

VIAGEM CCXLVI - "CULPE A MÚSICA", ELE PENSOU

Nas noite que nada parecia acontecer... Insistência...
Reprodução [endereço abaixo]
"quando entrei no lugar cheio de luz 
estroboscópica 

lugar lotado
cores, tantas cores, tecidos variados

mundo da moda
descolados
fashionistas

moderninhos de plantão
eletrônico som
DJ catártico
pilotando tudo

álcool
química
eu no aquário feito peixe fora d'água
suores

beijos
trocas de pares
fumaça
e vi você dançando, no canto da pista

com movimentos tímidos
jeans surrado
camiseta azul
uma pulseira de couro

sorrindo, dançando
e começou o DJ a mixar MJ
então, seu corpo se deixou levar
eu, que observando, me encantei

e quis você
tanto, tanto!
vi você conversando com alguém
destes que pareciam a modernidade em conceito

e eu que encantado fora
não culpei ninguém
nem o dia, nem a noite
nem ninguém

culpei seus movimentos, requebros
quadris
culpei você!
corajoso que fui (vencendo feito Pirro a timidez)

aproximei-me com decisão férrea
na solidão de seu frenesi dançante
quem conversava com você ausentara-se
observei mais uma vez, de perto

esbarrou em mim, desculpou-se 
abrindo o sorriso metálico que refletia a luz negra
(piscante, atordoante)
e eu, de sorriso escancarado retribuído, disse:

'vim ver de perto você dançar
e eu não posso culpar ninguém, só mesmo 
a música'
magnificamente feliz dançou junto"

http://www.hyperlino.com/lon/dance-floor

sábado, 4 de julho de 2015

VIAGEM CCXLV - VARIAÇÕES

Reprodução [endereço abaixo]

às variações
sua certeza de dias atuais de um homem

aos desvairados
um pouco de calma

ao inverno
edredons calorentos e suados

ao seu corpo
outra boca molhada

ao nariz
ar, mais ar, mais...!

às tristezas
passear pela cidade

aos generais
um campo sem batalha

ao soldado
o reencontro da volta

à mente dele
a liberdade do passado

aos seus filhos diretos e indiretos
o amor certeiro

às minorias
uma maioria que inclui, amigável

àqueles que incitam ódio e desesperança
a inteligência e a predisposição de saber

à cidade
habitantes participantes

à cidade (ainda)
a consciência que transforma

aos fundamentalistas
o Deus do acolhimento

a ele
paz, muita paz e um chocolate já mordido

https://grabcad.com/library/male-human-body-1