quarta-feira, 30 de abril de 2014

04 - CADERNOS DO ESCRITOR - CARROS DA COLEÇÃO MATCHBOX

A coleção começou com um Mercury Cougar, verde metálico, com as rodinhas dianteiras que mexiam à esquerda e à direita, modelo 1968. Todo o resto, que um dia teve 95 unidades dos carrinhos de ferro, deu-se a partir de 1969-1970. Ainda o tenho, o Mercury. Hoje, deve estar ao redor de umas 70 unidades a coleção guardada.
Matchbox! Era o nome porque eram um pouco maior que uma caixa de fósforos americanas. Importados, eles fizeram sucesso entre os garotos da minha geração.

Lembro de fazer filas, apostar corrida, separar por cor, por modelo, de brincar com eles pelas paredes, muros, chão e até mesmo no grande autorama em formato "8" com aclive e declives. As paredes do quarto, perto da cama, estavam riscadas de tanto passar com eles antes de dormir.

Nunca os levava na escola porque, neste caso dos Matchbox, eu era um solitário entre os meninos. Porque? Simples: eu não batia um contra o outro como a maioria deles fazia, tampouco desejava trocar para sempre qualquer um deles. Havia modelos americanos, italianos, alemães, franceses e ingleses; depois apareceram também os japoneses que a fábrica resolver modelar e fabricar.

Eu tinha muito ciúme da coleção toda e brigava mesmo até ficar embirrado se meus pais me obrigassem a emprestar para primos menores brincarem. Nossa! Rumava para quarto batendotodas as portas que tivesse pela minha frente. E depois, contava cada um deles. Este desvelo todo foi até o começo dos anos 1980.
Aposentei-os desde então.



domingo, 27 de abril de 2014

03 - CADERNOS DO ESCRITOR - AINDA OS 70, DIVERSÃO DAS 19H ÀS 23H

Sim, as festas começavam às 19h/19h30 e se estendiam até no máximo - no máximo mesmo - às 23h, nunca até meia-noite. Chamávamos as tais de brincadeiras dançantes, sendo aniversário ou mesmo sem motivo aparente. Improvisado na sala do anfitrião, ou mesmo na garagem, tinha um produção dentro do que era possível e passível de ser feita.
Música para dançar separado - disco music - que fazia sucesso porque todos dançavam formando uma grande roda. Sem receios, sem vergonha e com muita disposição.

E havia a "sessão lenta", lá pelas tantas, ou melhor, no meio da festa até quase o final desta... Nervosismo de tirar qual menina para dançar. Apreensão em ouvir um não (raro, mas podia acontecer). Como eu era tímido e por certo não estava em primeiro lugar em beleza dentre o sexo oposto, ia com cautela e com certo receio, porém ia mesmo assim. Não havia alternativa - tinha-se que arriscar e convidar alguma para dançar.

Admiração pelo amigo/colega que conseguia tirar qualquer uma delas porque todas aceitariam dançar com ele. Mais masculino que nós no início da aparição das características de macho - puberdade - Fernão tinha barba já aos 13 anos! Eu e todos os outros da faixa dos 11-13 anos ainda mal tinham pelos lá embaixo. Pelo menos eu não os tinha. Nosso "ídolo" já se barbeava 2 vezes por semana e quando nos contava isto ficávamos ouvindo atentamente. Pensava "quando eu vou fazer?".

Teve um beijo também bastante intenso para os nosso padrões em uma das festas que ele e a menina loira de olhos azuis deram (sim, é um clichê, um lugar-comum e etc). Causou uma sensação e foi o comentário da festa e na segunda-feira na aula não se ouvia outra coisa. Os mais atrasadinhos demoraram mais a beijar. 

Eu pertenci a este grupo e só aconteceu mais tarde com uma menina, ambos com 14 anos, perto do muro da escola onde ela estudava, depois da aula, fim de tarde (haveria uma festa no sábado seguinte). Interrompemos quando ouvimos o carro, um Corcel 2portas, estacionar logo virando a esquina. Afastamo-nos.
--- É meu pai! Disfarça!

quarta-feira, 23 de abril de 2014

02 - CADERNOS DO ESCRITOR - OS ANOS 1970-1979

Não comecei bem a década de 1970, nada bem; na verdade, já não finalizei bem a anterior - mesmo que as lembranças sejam poucos e nada dolorosas. O contrário dos primeiros anos da década que viria, porque são bem vívidos: dor, febre, lágrimas, jejum, fome, médicos do interior com cara de "hã" quando perguntados sobre o que este aqui tinha nas entranhas, seguido de um "leve o menino à capital porque aqui esgotamos tudo o que sabíamos". 

Tiveram também as brincadeiras iniciais na escola, colégio dos bons católicos, e também aquelas com uma vizinha da mesma rua: escondida e prazerosa - talvez mais pelo escondido do que pelo frêmito (?) provocado por ficarmos nus e mexermos um no outro em épocas de verão até o inverno, voltando a ele.

Lembro também que já havia uma fixação minha pela parte detrás da tal vizinha. Preferência que levo pela vida toda fazendo-me virar/entortar o pescoço quando cruzo com um destes traseiros que fazem a festa de qualquer um - bem a minha faz e muito.
Lembro mais ainda das faltas e muito do ano de 1971. Faltas, dor e 1971 e presentes. Jejuei tanto que poderia entrar no céu só pelos dias qaue fiquei sem comer, pelo arroz sem sal com banana, ou pela sede que mantinha meu choro seco...

Passaram, como tudo passa "tudo passará" e "que nada fica, nada ficará", os anos velozmente escorreram e findou-se 1979. O melhor deste período decenal foi 1977 com muitas festas, com a iniciação à disco-music, o quase namoro com a menina do bairro pegado, para baixo da igreja frequentada por todos os jovens. Já o seguinte é ainda menos amargamente relembrado, o de 1978.

Atrasado em alguns aspectos pessoais, estes anos proporcionaram o começo da defesa que se perpetua - varias coisas se perpetuam neste escrevinhador - até 2014. Claro, os métodos de hoje diferem destes anos púberes.

terça-feira, 22 de abril de 2014

01 - CADERNOS DO ESCRITOR - NASCIMENTO

(Esta é uma nova série, uma nova tentativa, de iniciar outro processo de escrever - uma retomada. Diferente que misturará realidade e ficção, talvez em proporções iguais, talvez não...Quando estiver na dúvida, carregarei na ficção)

Nasci em 1965. Portanto, mais para os 70 do que para os 50; explicando: a década de 1960 foi a mais foda do século passado, principalmente em sua última metade, porque a primeira foi um tanto parecida com a década de 1950 que de inovador mesmo, ali na dura, foi o nascimento do rock e do rei Elvis. Depois de 1965 nasceram tantos conceitos, libertariamente, movimentos de autoafirmação.

Poderia me chamar psicodelia, flower power, black is beautiful, Stonewall, women lib, make love not war e tantos outros slogans representativos de movimentos que aconteceram de 1965 em diante.

Mas pode ser Jim, Jimmy ou qualquer outro; pode ser guitarra e/ou teclado que escalam os batentes das portas como aqueles acordes de Manzarek. Cores lisérgicas que vieram com os anos 1960. Nasci bem no meio, como eu disse. Não que seja uma vantagem tampouco desvantagem, mas que é histórico, ah, isto é.

Bem, eu sou histórico sem dúvida, aos 48 anos, mais do que qualquer ditadura no Brasil, mais do que qualquer periodo democrático ao longo deste século. Quase metade de um século - o que ja configura em ser chamado de tio por aí, ou ainda, coroa - quando adjetivado de "tesudo", confesso, fica bem mais sonoro. 

Pode me chamar pelo nome de vietecongue, ou de Biafra, ou de reformas de base. Não, eu não sou comunista - não gosto de ditaduras à esquerda e tenho asco aquelas alinhadas à direita.Gosto mesmo é de poder decidir o que eu quero e posso fazer e isto já é bastante difícil de resolver e de sair do marasmo que me encontro em determinadas fases de 1965 para cá. Complicado ser congruente; e ser incongruente pode até me tirar o sono.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

VIAGEM CLXXXIII - TRAPALHADAS SEM ÊXITO

Reprodução [endereço abaixo]
Trapaças atrapalhadas que causaram tremores sem fim naquele dia de outono na cidade de São Paulo; a chuva só contribuiu para que as trocas de calor se intensificassem entre eles, mesmo que meio a contragosto daqueles atrapalhados monstrengos. 

Porque a chuva fez o frio de sempre aterrorizante vislumbrar a aparecer suores... Então, ajuntaram-se e vieram a perceber que mesmo diante das tentativas de outros seres rasgarem o que haviam construído, manter-se-ão verdadeiramente perto um do outro.

Porque muitos fizeram por atrapalhar, intrigar, xeretar e, apesar disto, perderam fragorosamente como o primeiro que se julga o primeiro para sempre. "Este logo vai cair para segundo, terceiro...". Disseram um ao outro. Tais tentativas não surpreenderam, tampouco lograram êxito, apenas fortaleceram o que já se compunha em força.

Perto o suficiente para respirarem e para perceberem o sem fôlego causado um ao outro. Espreitavam-se e velavam um ao sono do outro. como as vezes em que um ficava trabalhando em escritos tortos noite adentro e podia ouvir o outro ressonando pesado envolto em edredons do inverno de julho de 2013. Havia 40 anos que não fazia frio assim na metrópole alfa síntese deste país de brasileiros debruçados ao Atlântico e espalhados pela continentalidade milhares quilômetros distantes do litoral sul-americano.

Tiritaram de frio encarapitados no centro da metrópole no trigésimo terceiro andar. Pelos eriçados, pele ásperas em mistura e os suores de outono ainda muito vieram - e não faz tantos anos assim, mas são anos de intensa cumplicidade. Pela contagem de ambos, 2014 será igual entre os cobertores pesados; a pretensão que repitam em 2015, em 2016, em 2017... Sem temores de "até quando", apenas praticando a certeza hoje para que possa ser futura. Longamente futura.

http://www.huffingtonpost.com/2013/06/01/mens-sweat-pheromone-cooperation_n_3371709.html

RENDA DOS ESTADOS DO BRASIL

Renda per capita e PIB das Unidades da Federação (a primeira coluna em milhares de reais e a segunda coluna em bilhões de reais).
UF    RENDA    PIB
01 Distrito Federal    63 020,02    164 482 129
02   São Paulo    32 449,06 1 349 465 140
03 Rio de Janeiro    28 696,42    462 376 208
04 Espírito Santo    27 542,13      97 693 458
05 Santa Catarina    26 760,82    169 049 530
06 Rio Grande do Sul    24 562,81    263 633 398
07 Mato Grosso    23 218,24      71 417 805
08 Paraná    22 769,98    239 366 010
09 Mato Gr. do Sul    19 875,45      49 242 254
10 Minas Gerais    19 573,29    386 155 622
11 Goiás    18 298,59    111 268 553
12 Amazonas    18 244,30      64 555 404
13 Rondônia    17 659,33      27 839 144
14 Roraima    15 105,86        6 951 190
15 Amapá    13 105,24        8 968 032
16 Tocantins    12 891,19      18 059 159
17 Sergipe    12 536,45      26 198 908
18 Acre    11 782,59        8 794 362
19 Pernambuco    11 776,10    104 393 980
20 Pará    11 493,73      88 370 610
21 Bahia    11 340,18    159 868 615
22 Rio Gr. do Norte    11 286,99      36 103 202
23 Ceará    10 314,29      87 982 450
24 Paraíba    09 348,69      35 443 832
25 Alagoas    09 079,48      28 540 304
26 Maranhão    07 852,71      52 187 204
27 Piauí    07 835,75      24 606 833





Sudeste    28 350,39  2 295 690 429
Sul    24 382,79     672 048 938
Nordeste    10 379,55     555 325 328
Centro-Oeste    27 829,64     396 410 742
Norte    13 888,49     223 537 900
Brasil    21 535,65  4 143 013 337

sexta-feira, 11 de abril de 2014

VIAGEM CLXXXII - A LEI E UM CAFÉ LOGO CEDO

Reprodução [endereço abaixo]
A lei, a melhor, aquela da felicidade com você que supriria as tristezas - que tentássemos juntos e que às vezes um faria sozinho pelo outro.
Uma obrigação cumprida de felicidade - ao menos que a mentira não existisse ao seu lado...

Porque mentir é sempre um começo de tristeza não sabida que, quando descoberta, é ainda maior que qualquer fossa oceânica. Pensando bem, fossa é um conceito bem apropriado para as mentiras sinceras que nunca, nunca, me interessaram - sejam as esmigalhadas ou aquelas de contêiner de docas, cheirando a peixe podre.

Lei de estar ao seu lado e de fazer café forte antes mesmo do sol nascer para você trabalhar disposto; beijar sua boca com aquele gosto de leve amargo antes de fechar a porta e eu voltar a dormir na cama quente envolto aos edredons sentindo seu calor (porque quando levantamos, cuido para cobrir a cama para mantê-la aquecida). Voltando a me deitar, por mais uma hora no máximo, sou presentado com um sonho bom - aquele sonho que traz paz e trespassa minha mente e coração.

Esta é minha felicidade.
De poder fazer algumas coisas para você: levantar cedo mesmo não precisando, levar seu café no quarto quando ainda está se vestindo...
De receber seu sorriso escancarado de volta.
De ouvir me chamar de "cabeçudo" pelas minhas teimosias ibéricas; de dizer que me ama deste jeito.
Quando você liga dizendo que vai me pegar, mesmo que a distância em São Paulo seja sempre um fator de contratempos.
De você mandar mensagem irritadiço com o trânsito porque foi me pegar. E finalizar "To chegando, meu primeiro".

Lei de felicidade obrigatória é mentira e existe como crer que os homens vivem em paz pelos rincões do planeta. Que a vida é sempre açucarada. Não é nada disto.
E que você me fala verdades e eu acredito; só pode ser felicidade. 

http://www.123rf.com/stock-photo/black_smoke.html

terça-feira, 8 de abril de 2014

VIAGEM CLXXXI - PELOS, LÂMINA E AÇÚCAR

Reprodução [endereço abaixo]
Escanhoando pelo pescoço até a costeleta perto das entradas fazendo barulho quase igual a rasgar um papelão - barba espessa ruça como deve ser a um descendente de italianos dos Apeninos. Creme nem pensar em dispensá-lo porque deixara de usar algumas vezes causando alergia  mesmo diversificando tipos de sabonete.

Dançava ao som da lounge music em frente ao espelho despreocupadamente, sabedor que tudo lá fora não vai fugir, tampouco com quem ele vai se encontrar logo mais. Bastará que ele ande por menos de 5 minutos até chegar ao Café Paulista. Para que se apressar, se o tempo desta vez joga a seu favor? Sempre, de agora em diante.
O corte! O sangue vertendo!
Descendo do lábio inferior caindo pelo queixo.

E ele para de dançar. Em mistura com a água, a espuma, o sangue se destaca; um filete dor acompanhando o desenho o sangue já está perto de um gogó proeminente que possui desde os 13-14 anos - época complicada... A lâmina permanece vermelha, escorrendo, gotejando.
Álcool gel na bancada do banheiro quase com data de validade vencida é colocado sobre o corte e provoca aquela ardência da desinfecção que poderia vir. 

Volta-se ao restante do resto de sua preparação para o encontro dissimulando certa ansiedade no alto de seus 40 anos. Para que ficar ansioso? Para que, por outro lado, dissimular tal sentimento? Sabedor razoável das características sentimentais e afetivas sobre si dá-se então, que, aprendera a tolerar-se mais e mais e ser exatamente como é, sem firulas e rodeios, sem rococós à Luis XIV.
"Nem gosto deste francês afetado. Achava que o mundo era ele! Só que não".

O corte teima em manter-se aberto vertendo o preciso sangue O+ - o que fizera dele um doador universal desde muito tempo - sem que ele consiga estancar. "Calma. 'Você' não é hemofílico nem diabético".
Vai à cozinha e pega uma boa colherada de açúcar e coloca no corte. Incontinente, o sangue fica empedrado de grânulos rosa escuro e para de verter. Resolvido.

http://www.mensxp.com/grooming/skin-care/9221-5-most-common-shaving-problems.html