quarta-feira, 31 de julho de 2013

VIAGEM CXXX - O FIM, O COMEÇO

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no fim do mundo do nosso mundo,
eu fiquei naquele mundo pensando que o fim do mundo
era infinito
no fim da história com você.
o fim pareceu tão amargo e frio como uma lâmina
afiada a cortar,
sentindo em seguida o arrepio de rasgar a pele
e no fim de tudo, jorrar sangue.
mas jorrou também o amor para fora
caindo ao chão gelado, branco
e secou.
tudo isto no fim,
vendo as ruínas imponentes de tantos amores e perdições.
no fim do nosso mundo de tantas conquistas
e afetos e trocas e beijos
de tanta cumplicidade
no fim eu fiquei só
de mão abanando
voltei-me, refiz o caminho
e tive um recomeço,
a dois, com você fora do meu mundo
alguém me resgatou do fim e me pôs no começo.

http://www.nbcnews.com/id/7722019/ns/world_news-europe/t/germans-still-grapple-wwii-legacy/#.UfkjaKw5P-o

sexta-feira, 26 de julho de 2013

87 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - EXAGERADO SEM NADA AOS PÉS

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 Acorda com dor. Dor do frio provocado pela intensa massa de ar polar, inédita há alguns anos, que cobre a capital de São Paulo. Os dois edredons o cobrem, mas mesmo assim o ar gelado entra e lhe machuca o tato de seu corpo - costas e pernas até o dedão, principalmente. Eles doem e começam a formigar ao mesmo tempo. Levanta sem hesitação. Vê seus dois companheiros peludos enrolados também com 2 mantas grossas. Rex ronca e Felino ronrona.

Vai ao armário tiritando de frio e pega mais um cobertor de casal (de outros tempos idos...) e o dobra, colocando na altura do torso até os pés. Indeciso se seria o suficiente, pega uma manta e estende sobre todos os outros. Veste mais um par de meia e se rende ao ver a temperatura de 6°C, porque decide vestir uma velha malha de lã e uma calça de moletom tão ou mais velha. 

Deita-se e demora a se esquentar mesmo todo coberto, gorro e quase enrolado feito uma cobra. "Ainda bem que não moro no Canadá, na Rússia ou na Finlândia, no gelo! Se passo mal com este tempo, imagine viver em um lugar que faz -30°C, com exagero, mas aqui também está exagerado e não tenho ninguém jogado aos meus pés! Mas hoje está difícil e a garoa que deixa o ar mais úmido não ajuda, aliás bem atrapalha". Demora bem quase 1h para pegar no sono e só consegue quando finalmente seus pés são aquecidos pelo peso das cobertas. Uma sensação de conforto e alívio. 

"De novo esta umidade. De novo este caminho que não conheço, mas que vai me levar ao meu castelo de pedra escondido logo... Ali, depois de... Sei lá, acho que ainda vamos andar mais 40 minutos. Vamos porque de novo porque meus dois soldados que devem me guarnecer e eu a eles, estão comigo. Caminham,os lado a lado sempre que possível por este caminho às vezes estreito, com pequenos aclives e declives. Sim, posso ver nossa respiração condensando-se no ar úmido e gelado destes lugares percorridos pelos exércitos imperiais de Roma. o castelo, por mim descoberto e até então, desabitado, foi construído por volta de 1100, algo assim. Eu sei porque as pedras confirmam. 

'Estamos sem luvas, mas bem calçados. Devemos dar as mãos, é possível'. Em seguida, um deles o chama. 'Senhor, estou com muito frio, meu nariz está escorrendo e sai lágrimas de meus olhos', me diz o dono dos bichos; já o outro, querendo demonstrar ser mais forte para proteger seu senhor, nada diz, mas bate o queixo quase sem controle. 

'Vamos dar as mãos. Vejam, a ponta da torre do meu castelo! Mais alguns minutos chegaremos lá. Venham, unidos pelas mãos. Seguraremos nossas armas nos ombros'. Assim eles vão. Chegam ao castelo, rumando para o quarto que uma lareira fora deixada acesa, proporcionando uma calor que senão quente, mais aprazível. Há 3 camas emparelhadas em frente ao fogo, quase juntas e pilhas de cobertores. Deitam-se tirando toda a roupa, exceção de cuecas. dão se aos mãos e dormem.

Ele sente um conforto tão grande em proteger e ainda ser mais protegido pelas camas habitadas, à esquerda e à direita, que sorri de um lado e sorri de outro. 'Nós somos três, um pelos dois, os dois por um. Somos melhores e maiores; não passaremos mais frio. Vocês são meus e eu sou de vocês.' Seus companheiros concordam devolvendo o sorriso".

Quase amanhecendo, ele precisa ir ao banheiro, com urgência; sonolento e contente pelo sonho que tivera, desperta ao colocar os pés no chão gelado do banheiro: acontece toda vez, porque mesmo que vá dormir de meia, lá pelas tantas que não sabe precisar, acorda sem elas. Alivia-se e corre para o quarto, veste-as de novo e joga-se na cama cheia de cobertores que quase se perde. 

http://www.photocase.com/photo/81335-stock-photo-man-vacation-travel-feet-free-sleep-bed

quinta-feira, 18 de julho de 2013

86 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - SOBRE SEU CORPO

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Deitado na cama em uma manhã fria do inverno de São Paulo, ele acorda antes do despertador do celular, ainda com preguiça e vontade de ir ao banheiro, mas não vai. Imóvel sob os edredons pesados que abraçam seu corpo, pensa que este já não tem contacto físico com nenhum outro "e já faz tempo que nem sei calcular", o que fora escolha sua diante dos fatos rememorados com frequência por ele. 

Faz algum tempo, como sabemos e como já foi escrito, depois daquele dia da saída pela porta da frente sem explicações com apenas um "eu tenho medo e não posso continuar", ele quedou-se e ainda se queda solitário no castelo inatingível e intangível para todo o mundo que habita o mundo. 

Parado, cobrindo as orelhas com o velho gorro e vestindo uma cueca tão-somente, ele se põe a imaginar o que seria de seu corpo se acaso encontrasse outro para ajudar a carregar a bagagem e vice-versa... Aconteceram melhoras ao longos das décadas de existência, principalmente de uns 15 anos para cá. Porque? Bem, ele parara com os vícios que consumiam sua biologia e psique; demorou cerca de uns 20 anos para notar que do jeito que as coisas iam, não deveria chegar aos 50. 

Hoje, aos 40 e tantos, pretende ao menos ter mais uns 20 anos, "porque mais de 70, com tudo o que fiz, eu não chego. Adiante desta data, acho meio improvável", para realizar, ou ao menos continuar tentando, seu grande sonho que se tornara mais do que um sonho: uma vontade que por vezes o angustiava - publicar seu livro, um romance de ficção com viés verídico, ambientado em São Paulo, com apenas quatro personagens.
Então, seu corpo, por vezes, pedia uma companhia para poder trocar pele, saliva, secreções, cheiros, prazeres... E de uns tempos para cá, este pedido aparecia com mais gana. 

"Será mesmo que é o corpo que pede? Hum... Como é isto de o corpo pedir sem 'consentimento' da cabeça? Não é isto... Eu sei, aprendi que quem manda mesmo é o que está por dentro dos ossos do crânio. Queria que fosse de outro jeito, mas sem jeito de ter este outro jeito... Cadê a concentração logo de manhã? Deve ter ido embora..."

Ganhara alguns quilos nestes anos, as entradas no desenho do cabelo castanho indo para o ruivo aumentaram e o efeito foi muito bom: antes muito magro e cabelos compridos. Hoje, com a barba feita dia sim, o outro também, milimitricamente calculada, o deixava com aspecto saudável. Sim, ele vem se cuidando biologicamente com mais rigor: exames de sangue, de próstata, diabetes e tudo mais... E adquirira os quilos formando uma leve - pequena - barriga que conferia um aspecto másculo, algo como uma "distração masculina sem exageros", segundo sua secretaria que saíra por motivo de gestação. 

O fato é que a masturbação, esquecida por um bom tempo, voltara a carga e ele bem sabe o que isto pode significar: uma hora a prática da punheta cessará de lhe dar prazer e aí então a coisa toda vai desandar no alto castelo na grande urbe. Já experimentou estas fases - tanto de sim, quanto de não se masturbar -, só que agora lhe parece fustigante.

"Devo estar ficando louco, sem foco, só pode ser, porque devo focar no trabalho e deixar de lado estas necessidades que não me convêm em nada, ainda mais que eu estava tão tranquilo, sem vontades... Só que virei um punheteiro de marcar maior de umas semanas para cá. Nem faço nada, só me vem mesmo a vontade. Cabeça pensante que não tem me ajudado no corpo não..."

O relógio toca pela terceira vez, depois de 10 minutos. Ele, estourando de vontade de correr para se aliviar do chamado da mãe natureza, impedido fica por alguns minutos em decorrência da ereção matinal. Espera... Espera... Seu corpo, mesmo que ele não desejasse, ainda que tentasse desviar a atenção, apresentava sua grandeza "ditatorial" dentro do castelo: ali, seu corpo desprotegido está dos pensamentos...

http://www.ten24.info/?p=899

domingo, 14 de julho de 2013

VIAGEM CXXIX - RECORDE NA IRA

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Andou pela casa a manhã toda de domingo, fumando um cigarro atrás do outro e também  fumou aquele outro cigarro - de maconha, que no tempo dele se falava baseado e que hoje é mais chamado de "beck" ou "beque", ele não sabia ao certo como escrever. 

Da garagem ao quarto, passando pela cozinha e sala e a ida matinal ao banheiro, todo o tempo antes das 12h estava sendo consumado por ali... Agitava-se com a nova gravação que faria logo passasse um pouco o efeito do THC para que não se esquecesse do que deveria falar, seguindo mais ou menos um roteiro que redigira logo que levantou, com a caneca de café em mãos.
Depois do grande dia, no qual bateu os recordes de eficiência bruta em menor tempo em cada realização, ele descansara por alguns dias. Mais do que jamais fizera. Desceu à garagem e iniciou o falatório. Gostava desta parte também.

"Ira, não foi isto? Se eu tenho certeza? Claro que sim! Porque raiva não foi, nem ódio. Ira é mais amplo, menos direcionado, portanto, tem um delta maior de rio no oceano de gente que merece ser escolhida por mim. Quase me perdi, quase perco o controle, porque este sentimento - o tal do pecado capital - não é boa prática para quem tem que fazer o que eu faço quase todo dia e noite também. Podia ter me atrapalhado e posto tudo a perder. mas chega de usar este verbo antônimo de ganhar. Eu ganhei mais um recorde! percebi também que a ira, ao contrário do que falam por aí, me ajudou na gana em trabalhar àquele dia de tantas contrariedade com tantas iniquidades dirigidas a mim e a algumas pessoas. 

Repete, não entendi... Ah sim. Verdade que eu me demorei mais, porém não porque fui mais lento. Demandei mais tempo do tempo porque estabeleci novo recorde! E um recorde duplo, porque em cada execução eu fui mais rápido, porque como tinha muita gente por perto, correr riscos desnecessários não é necessários".

Faca bem afiada de lâmina tinindo, um eficaz fio de náilon e suas mãos e pés. Esganou com elas, pisoteou com eles e cortou traqueias com o fio transparente; a faca só foi usada na primeira execução ao colocar para fora o bucho de um dos piores que ele cruzara no tal dia da ir: um arrogante motorista que estacionou em ,oca proibido com seu potente som ligado no talo. Este foi o mais rápido de resolver. O que mais aprovara me sua atitude foi o silêncio que ele perpetrara em todas as execuções: somente barulho dos estertores do esganar e do uso do fio foram feitos - uma tosse pela metade, um arfar mirrado e pronto!
"Vamos para o próximo. Aliás, agora quero 'a próxima'".

http://sermons.pastorkeithanderson.net/crossing-the-line-easter-3c/

sábado, 13 de julho de 2013

REGIC - REGIÕES DE INFLUÊNCIAS DAS CIDADES

Existe uma hierarquia dos municípios - as cidades, como são chamados no estudo - feita pelo IBGE¹ (sugiro a leitura do estudo REGIC²), considerando não somente, mas principalmente, tamanho de população, e também economia, distância geográfica de outros centros, a interrelação entre estas cidades e diferentes níveis, o fluxo de bens e serviços e de pessoas.
As principais categorias são:
Grande metrópole nacional: 
01. São Paulo

Metrópoles nacionais: 
01. Rio de Janeiro 
02. Brasília

Metrópoles regionais (em ordem alfabética): 
01. Belém
02. Belo Horizonte
03. Curitiba
04. Fortaleza
05. Goiânia
06. Manaus
07. Porto Alegre
08. Recife
09. Salvador

Depois existem capitais regionais A, capitais regionais B e capitais regionais C.
"A" (em ordem alfabética):
01. Aracaju
02. Campinas
03. Campo Grande
04. Cuiabá
05. Florianópolis
06. João Pessoa
07. Maceió
08. Natal
09. Teresina
10. São Luís
11. Vitória
obs.: notem que apenas Campinas (SP) não é capital de Estado, única do interior a figurar na lista, portanto.

"B" (por Unidade da Federação)   
BA
Feira de Santana
Ilhéus
Vitória da Conquista

MG
Juiz de Fora
Montes Claros
Uberlândia

PB
Campina Grande

PR
Cascavel
Londrina
Maringá

RS
Caxias do Sul
Passo Fundo
Santa Maria

SC
Blumenau
Chapecó
Joinville

RO
Porto Velho

SP
Ribeirão Preto
São José do Rio Preto

TO
Palmas
obs.: Todas as listadas localizam-se no interior, exceto Porto Velho e Palmas, que são capitais de suas unidades federativas respectivamente.

As de categoria "C" chegam a 39 e atingem todas as unidades da Federação.

¹ http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/default_divisao_urbano_regional.shtm
² http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/regic.shtm

quinta-feira, 11 de julho de 2013

85 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - ÁCAROS E ANOTAÇÕES NA GAVETA

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Em fase de descobertas de antigos papeis guardados em uma gaveta coberta por pó com a chave esquecida em algum canto...  Teve que arar toco para conseguir achar a tal chave e, se não a achasse, teria mesmo quebrado a fechadura porque estava a ponto de fazê-lo. Uma cômoda velha depositada no pequeno quarto pegado à área de serviço, do tempo de algum parente distante já morto - como quase todos para ele, estando materializados ou não -, ele então, abre a tal gaveta.

Incontinente, o pó lhe sobe às narinas acarretando um série de espirros por longos minutos, sem parar. Coça e coça a entrada do nariz parecendo que há ali um pelo perdido todo retorcido que faz ter a sensação de algo "penicando". Nem consegue mexer nos guardados porque levanta-se e vai lavar o rosto e inspirar um pouco de água - suficiente para lavar por dentro a mucosa do "veramente naso" italiano que possui. Certo alívio advém. Volta apressado à velha cômoda com a gaveta aberta para que os ácaros se espraiem pelo ar, minorando a sensação alérgica que sempre tem ao se deparar com coisas guardadas, quaisquer que forem.

Chaveiro, canetas sem carga, moedas de R4 0,01, cartões de pessoas esquecidas, uma borracha, uma revista pornô dos anos 90, comprimidos para dor de cabeça com validade inválida e um bloco de anotações; quase sem nenhuma delas e já amarelado. Apenas nas primeiras folhas existem escritos, de lavra própria.
O último gole de café para encorajá-lo no frio feriado paulista de 9 de julho, de pés sem meias, frios e de pelos eriçados. Quem faz companhia a ele? Os dois convivas: Felino e Rex. E, claro, o telefone instalado em cima da tal cômoda de madeira maciça, em estilo... Ele não sabe precisar.

"Nossa! Números de telefones celulares com apenas 7 dígitos! Estou mesmo ficando para trás, antigo. Alguns têm o nome... Vamos ver: Conrado? Não sei quem é. Laura? Também não. Viriato? Ah, este me lembrei! Cara gente boa, trabalhou comigo, morreu faz 3 anos. João do posto? Hum, não sei quem é... E estes sem nome? Impossível de saber né?".  
Tudo na primeira folha.

Lista de compras, na segunda folha, contendo itens de material de limpeza; endereço de um restaurante que já fechou há anos, mais números de telefones.
Folhas puladas e lá pelo meio, muito amarelado e com a tinta envelhecida, um quase poema. E acontece de novo a série de espirros, desta vez mais longa, mais forte, fazendo seu nariz ficar avermelhado e escorrer.
Passados alguns minutos andando pela casa com os dois atrás demandando atenção - concedida, claro - ele volta de nariz pingado de antialérgico para ler o que lá havia escrito. Sem demora.

"Da vida até aqui, de meus 30 e poucos anos, guardo as boas lembranças
porque das más basta elas terem existido
(talvez pela minha ainda juventude da época, como me falaram?).
Não foram poucas, e sim muitas: as boas e as más.
Na mesma medida.
O que supera tudo isto é a crença que as pessoas são mais apenas que as lembranças.
Por que? Porque não lembramos exatamente como as coisas foram, como aconteceram.
Apenas lembramos e pode ser que não seja com a exatidão que deveria ser.
Deveria ser? Por que mesmo?
Sei que me lembro e ainda creio em pessoas que passam pela minha vida, 
aconteça o que aconteça. Porque os acontecimentos são feitos pelas pessoas
e se eu me lembro assim, ou mais ou menos, é porque
Assim que deve ser".

Àquele época, do escrito datado de 1996, sem mês nem dia, ele possuía ainda a inquebrantável percepção de que as pessoas são boas por natureza e que depois são moldadas para o bem ou para o mal. Hoje, ele crê que as pessoas são o que são, fazem o que fazem e tampouco se explica. Porque não há necessidade de explicações, de expiações e de todo o resto. São o que são.
De novo, os ácaros rompem a barreira de pelos nasais e o distraem das anotações, se instalando agora no palato mole. Desta monta, além dos espirros sequenciais pela terceira vez, tosses e impaciência com isto tudo.

http://www.featurepics.com/online/Old-Card-Catalog-Drawer-553679.aspx

segunda-feira, 8 de julho de 2013

VIAGEM CXXVIII - SOBRE O ANONIMATO EM SÃO PAULO

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São Paulo é a grande metrópole nacional.
A cidade-alfa do hemisfério Sul.
Maior centro urbano das Américas e maior centro econômico da América Latina.
Tem os maiores problemas e a maiores soluções que todos as centenas de bilhões de reais podem trazer.

Mas o mais importante, em meio a estes números irrefutáveis de grandeza, o que apraz sobremaneira é a possibilidade, também irrefutável, do quase completo anonimato (o quase é um preciosismo, tão -somente).
Você é mais um em cerca de 11,3 milhões de habitantes, de Engenheiro Marsilac - perto do Atlântico - à Serra da Cantareira, do Itaim Paulista ao Jaguaré.
Anonimato: a possibilidade de intervir na sua vida única e exclusivamente seguindo seus direcionamentos e vontades... E controles também. São tantas as caras, os corpos, os modos de andar, de interagir. Alguns mais pesados, mais soberbos, outros mais leves, mais humildes.

Tem para todos os gostos e há que se saber procurar qual é o gosto do seu gosto entre tantas ruas, esquinas, gentes e lugares. Estes lugares variam bastante quando é dia e quando é noite: pelas manhãs, tarde, noites e altas madrugadas.
Diversão: de A a Z
Trabalho: idem.
E andam juntas em um mesmo lugares, um dos tantos que existem aqui na grande cidade depois da Serra do Mar, fundada quase 500 anos atrás.

Andamos debaixo da terra de São Paulo por 75 quilômetros; deveríamos andar mais, pelo 3 vezes mais estes 75.
Beleza a ser desnudada é intrincada, recôndita e de repetente que é, de repente ela verte em seus olhos, ouvidos e gostos, em uma mescla de sensações: sensoriais, todos juntos.
Frio de 5°C.
Calor de 35°C.
Dias de outono de 20°C: lindos, impressionistas e amenos. 
Comidas, pizzas, esfirras, sushis, bacalhoadas, churrascos, hambúrgueres, paellas e mais o que você quiser provar dos quatro cantos "redondos" do planeta aqui tem.

Homens e mulheres: negros, brancos, orientais, negras, brancas, orientais e suas misturas tão deliciosamente preparadas em anônimos lugares; vindos daqui do interior do Estado, de outros Estados, de outros países e de outros continentes. Gays, heterossexuais, bissexuais: representam a cidade de São Paulo.
Anônimos que se encontram e fluem o anonimato a sós, deitados, dentro dos carros, em escadas, quintais, apartamentos, prédios como o COPAN e casas.
Os anônimos são anônimos pelos  milhões, mas são conhecidos íntimos de outros anônimos.
E sim, aqui tudo isto é possível.

http://www.marketingweek.co.uk/opinion/blogs/lucy-handley/sao-paulo-ad-ban-makes-marketers-more-creative/4003461.article

sexta-feira, 5 de julho de 2013

VIAGEM CXXVII - BALANÇANDO A GENTE

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Embalando o balanço, eu vi o brilho dos seus olhos
em me olharem com calma e admiração.
estávamos ali, eu e você, fazendo o nada que sempre nos aprazia.
Verbos e substantivos e adjetivos e pronomes 
(o "nós") já tinham tido sua vez.
Àquela hora era hora de descompassar, de minha perna para fora e bater rente ao chão e balançar...
Sem mais, sem menos, só mais de nós mesmos.


Sentíamos tão cúmplices pelo vento, pela aragem de verão que fremia em nossos corpos,
nus em pelo, enroscados e misturados aos nossos cheiros.
Balançando... Balançando... 
Silêncio, quietude e respiração.
Fazíamos sem pecado, sem escrúpulos o que um queria do outro,
sem medo, sem reticências e com muito, muito, amor que balançava
minha vida e a sua vida.


Ficávamos a arder sob o sol, do império do calor, vindo lá de longe.
E nós, aqui, tão perto um do outro. Vibrando na brisa que fazia ao balançarmos juntos.
assim que combináramos: juntos, unidos, mesmo que separados fisicamente estivéssemos.
(como você falava mesmo sobre isto...? Hum... 
"Não dá para estar junto de você
todo o tempo atados pelo corpo todo, 
mas pelo meu coração e pela minha mente
eu estou onde você está. E você?)
Repetindo quase todo santo dia - porque é de santidade que você apareceu - eu dizia o mesmo, rindo.


"Levo você também, mesmo que tendo mais peso que eu". Aí você ria, ria... 
Parece que não parava.
E eu? Eu vendo aquele sorriso, ouvindo aquele sorriso, chorava quase de tamanha felicidade,
porque aprendi com você que também homem chora por estar feliz.
Balançando... Balançando... Ficávamos, feito 2 que pareciam 1.
Porque a vida nos deu este balanço de ninar. Porque eu te amo e porque você me ama.
Ainda restava muito tempo neste balanço sem parada e sem fim.

http://www.concerttee.com/posters/posters.php?item=3527088

quarta-feira, 3 de julho de 2013

84 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - NOS ANDARES MAIS ALTOS DE SÃO PAULO

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Ao castelo de bom tamanho, arejado quando necessário, aberto quando necessário, os três que lá vivem sentem-se protegidos encarapitados nos andares mais altos que a grande megalópole alfa São Paulo do continente e do hemisfério Sul e do mundo oferece na miríade de construções levantadas.

Proteção para viver.
Saciedade de mundo lá fora.
Visões e sonhos pesados, densos, aqui dentro do inatingível castelo.
Relacionam-se, quando necessário, com o mundo exterior.

Basta a vida lá fora: de mandos e desmandos, de tanto sofrimento e poucas alegrias. E se é para ter muito tanto e tanto pouco, ele fica melhor dentro do seu espaço trancafiado; mas ao sol é permitido por lá irradiar luz e calor (ainda mais neste julho gelado que a capital apresenta...). Das luzes laranjas, vermelhas e amarelas - as quentes - eles gosta de todas; acrescente-se os tons de roxo e azul.

Pela fresta aberta da grande porta que acessa a grande sacada, o vento, volte e meia, uiva por inteiro, assoviando feito lobos pelas planícies da Europa na antiga Idade do Bronze. Hoje, o que de metálico ele tem, resume-se a algumas peças de prata, ouro outras vindas da família e o agora possível ex-amigo que ostenta o sorriso metálico que mais tine por estas bandas; claro, e o cuidador de seus companheiros, o qual ele menos entende que o outro.

Nos dias em que noites de inverno judiam da população de rua do "Brasil potência" do governo das maravilhas maravilhosas de Alice instalado em pleno cerrado goiano - no coração seco do país - ele pensa que estes sofrem, tiritam e bebem, ou fumam aquela porcaria inventada por um ser que mereceria as correntes dantescas, ou ainda, comer junto ao Cérbero. Nos dias em que as noites de invernos descem abaixo dos 10°C ele se pergunta "onde está o calor tropical, a lascívia molhada de suor, partes de fora peladas, a preferência nacional traseira, que tanto encantaram os portugueses quando aqui viera e, ainda bem, nos descobriram?".

Nestas noite de frio, ele se veste com uma propriedade meio enviesada: meias grossas, gorro que cobre as orelhas e uma cueca. E só. De quando em vez, usa camiseta e minhocão. Raramente, deve-se ressaltar, ainda mais depois que comprara, à vista, um aquecedor elétrico grande; verdade, que quando se deita à frente, ele tem que disputar espaço com o conselheiro real principalmente e com o príncipe herdeiro.

Enfumaçando a parte social (denominação apenas para que entendamos a divisão do apartamento, porque ali não se recebe ninguém desde o grande fora depois da grande entrada que fizera lá mesmo: sexo dos bons, ao pelo, visceral e romântico, animal e carinhoso, sem pudores... Mas que fora a última vez, por vontade alheia a ele), o cigarro já queimara o carpete em alguns pontos, ali, perto da sacada. 

Porque na parte íntima (aqui, ressalte-se, termo bem apropriado), nada de fumaça. E de outras carnais coisas, apenas ejaculações pelo banho para espairecer toda a vida lá fora e da parte social já citada.

Deitado, hoje, está ele ali. Verbalizando a passagem do último contacto de pele que tivera (também já citado), que o carregara em frêmito ao gozo de ejacular feito uma torre de petróleo nas areias escaldantes de algum emirado distante. Distante mesmo foi o que ouvira logo depois. "Até nunca mais. Tenho que ir. Preciso ir. Eu vou. Sabe por que? Só porque eu já não controlo mais a situação, então eu vou me afastar, porque de sofrer eu não quero mais".

Tempo para responder que ele amava como nunca amara ninguém se desvaneceu e, ainda nu, viu a porta se fechar, com as mãos carregando algumas peças não vestidas. Ficaram o cheiro, o pensamento e, atônito, permaneceu ali na fresta da grande sacada dos andares mais altos sentindo o frio cobrir-lhe os pelos castanhos um tanto fartos: imaginando o porquê... Foi o começo do que se segue até agora.

http://www.roblox.com/Night-building-Texture-6-item?id=50102085

terça-feira, 2 de julho de 2013

CARROS MAIS VENDIDOS EM JUNHO

Não houve grande alterações, mas a ascensão do Fiesta merece nota em junho; e também o Etios H, Fiesta Sd e Agile.
Na 1ª lista/tabela os mais vendidos em junho de 2013, na 2ª mais vendidos no acumulado do ano (vale destaque para o Prisma):
1
Gol 22.541
1
Gol 121.354
2
Uno 16.326
2
Uno 96.507
3
Palio 14.088
3
Palio 90.740
4
Fox 13.807
4
Fox 67.234
5
Fiesta 13.764
5
Strada 62.026
6
Strada 11.770
6
HB20 61.838
7
Onix 9.743
7
Onix 58.522
8
Siena 9.581
8
Fiesta 56.758
9
Corsa Sd 9.195
9
Siena 55.961
10
Sandero 8.707
10
Voyage 48.951
11
HB20 8.408
11
Corsa Sd 43.690
12
Voyage 7.410
12
Sandero 42.762
13
Saveiro 6.577
13
Celta 37.081
14
Prisma 5.779
14
Saveiro 34.060
15
Ecosport 5.622
15
Ecosport 33.032
16
Civic 5.181
16
Cobalt 28.984
17
S10 5.053
17
S10 26.536
18
Celta 5.004
18
Civic 26.194
19
Cobalt 4.823
19
Corolla 24.858
20
Corolla 4.410
20
Montana 22.204
21
Fit 4.235
21
Punto 21.871
22
Duster 4.134
22
Prisma 21.084
23
Montana 3.964
23
Fit 20.669
24
HB20 S 3.609
24
Hilux 19.790
25
Hilux 3.576
25
Duster 19.129
26
Spin 3.513
26
Spin 18.806
27
Punto 3.318
27
C3 17.056
28
Fiesta Sd 3.276
28
Ka 17.046
29
Agile 3.221
29
Etios H 16.452
30
Etios H 2.799
30
City 16.291
fonte FENABRAVE.