sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

26 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - MERGULHAR

Reprodução, Tio Patinhas: o pato mais quaquilionário do mundo

Neste noites quaisquer após um longo demorado banho enevoado sem telefone, sem relógio, pela madrugada - como sempre - ele caminha pela sua cidadela inexpugnável, como aquelas áreas protegidas pelas muralhas romanas da antiguidade: Trajano Inferior, Trajano Superior no delta do Danúbio; no vale entre o Reno e o Elba; Adriano, Antonino na Escócia. 
Vasculha então o que fazer nas dezenas de metros quadrados de seu território único. Anda como o Tio Patinhas em sua Sala das Preocupações buscando uma solução para o roubo eventual - ou inevitável - que os Metralhas aprontariam para assaltar a caixa-forte. O chão gasta na tal sala.
Na dele, o carpete trocado faz pouco não padece deste problema; mesmo com o Rex correndo para lá e para cá durante o dia e boa parte da noite quando estão juntos; já o sofá de couro marrom-café sofria nas mãos - unhas - de Felino, o gato rajado de laranja e marrom.

"Só eu mesmo para rir... De mim. Pareço um fantasma nu de meia arrastando-se pela noite. Ainda mais lembrando do Tio Patinhas. Verdade que os motivos dele eram de vida ou morte, que para ele, se travestia em riqueza e pobreza. E não eram só os irmãos enumerados e listrados, os 167, 176, 671, 761... A Maga Patalógica querendo roubar a moedinha número 1.
Recordo mesmo que quando eu era moleque consumia estes gibis - revistinhas em quadrinhos - de forma voraz todo mês. No começo o Mickey, depois ficou o Tio Patinhas na minha preferência. E a minha sala... Bem, pode ser este apartamento 'o meu castelo' como era a caixa-forte do velho pato. E quando ele merguiçlhava npoas montanhas de $. Sempre quis fazer o mesmo. Lembro bem que os problerma para ele acabvam incotenienti ao mergulhar entre as moedas e notas. 
Realizar esta escavação por entre reais em m³s de $ é impossível para mim. Quedou lá trás a fantasia. Eu mergulho mesmo em meu mundo depois de todo aquele processo acontecido naquele tempo que não volta nunca mais, e as minhas precoupações se resumem ao gato, ao cachorro, ao trabalho. Dou conta de todos eles. Fica assim: a sala é meu castelo, a caixa-forte de meu pensamento lógico; os problemas são os bandidos aí de fora, um equivalente aos irmãos Metralhas".

Caminha com um copo de uísque escocês - por certo -  na mão, dos grandes, com gelo e Club Soda, pelo castelo protegido. Daqui a pouco vai amanhecer; só que hoje não haverá trabalho. Dormir pode esperar até o efeito da comida, do trabalho e do malte bater em seu corpo cansado. O que vem pela manhã é o grande sono dos justos, ressonando feito um marmanjo solitário,

VIAGEM XXV - A NADO PELO MAR

Reprodução, o grande Atlântico
Experimentos de espera no meio de uma vastidão sem tamanho;
sempre fora bom nisto e não seria agora hora de
espernear [porque só vai respingar água sem sair do lugar].
Iluminados por todo tipo de fosforência naquele pedaço de chão tão habitado e tão "cada um por si".
Redobrando o modo de 
Estrangular as dores do cotidiano que vinha de longe a galope
para poder assim enforcar aquela saída que almejara.
Saída que como uma porta de longe que em direção se corre e corre
e quanto mais a gente corre
mais longe ela vai ficando. Inalcançável.
Todo o mundo afunda agora no vai-e-vém estranho, amalgamado com
Certezas que... Tornaram-se vagas. 
Algumas destas, foram para a inexistência geral do
estatudo bem moldado e fiado pelo céu azul, pelo mar azul
Atlântico. Debruçado à África [ou à Antártida gelada?].
Mega-oceano, de milhões de grãos de sal.
Acorda pensando que o suor a
Escorrer pelo nariz até a boca. Não é. 
Voltado por inteiro à grande travessia sem preparar-se para o tamanho que virá decerto.
[pode ser na noite, podem ser 24h, pode ser a vida toda] .
Os tais experimentos deverão valer de algo.
Anoitecendo ou amanhecendo,
de medo, de pavor de não conseguir dar braçadas livres para chegar do outro lado.
O olhar para onde o sol nasce deve guiá-lo para lá.
E este lado ele nem sabe qual é.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

25 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - SAPATOS PRETOS

Reprodução
Refúgio bem montado era como caracterizava seu castelo, a cidadela intransponível pelos ratos, pelos humanos ratos e por toda espécie de ser vivo que pudesse e/ou quisesse adentrar pelas grossas paredes.
Com fervor especial, a hora mais avisada pelo cérebro depois que saia do enorme prédio de escritórios bacanas, habitado por mais de 500 pessoas, era aquela de apressar o passo e correr o mais rápído que conseguisse. 
Virando à direta, depois à esquerda, andando mais 300 metros e lá montado estava o soberbo, do tipo inabalável. Construção recente, erguia-se a mais andares do que qualquer outro ali pelos arredores citadinos de Vila Mariana. Olhava e via com satisfação aquele monumental prédio de apartamentos com as enormes sacadas dispostas em "L". O seu estava no 7º andar, não muito alto diga-se a verdade, mas o suficiente para ainda ouvir os barulhos da madrugada que vinham do rés do chão da rua até os aviões e helicópteros que margeavam perseguição a algum marginal que sempre lograva a máxima de Andy Warhol.

Nem mesmo dobrara à direita e chuva veio forte, pesada, primeiro de espaçados pingos; que logo fizeram um junta-junta. Saído de uma dor de garganta não tinha 2 dias não quis tomar a bênção exagerada vinda do céu. Abrigou-se embaixo de uma marquise até que limpa de bitucas para o horário.
Desde ontem quando pensara que quiçá fosse a hora de restabelecer algum contacto mais ativo, ele pensara o dia todo a respeito. Ainda não sabia precisar porque; viver sem precisar soava melhor para ele.
Protegido da  chuva - menos os sapatos pretos envernizados imaculadamente - ele perscruta, como faz pelas madrugadas de andanças internas do castelo, os passantes, os transeuntes.

"Restabelecer o que não é mesmo? Superei da outra vez, do ocorrido aprontado por um verme parasita"; aliás o tal verme em questão trabalha no mesmo local e ele é obrigado a conviver sem ao menos ter tomado uma vez sequer uma colherada das cheias de chá de vermífugo.

"Tenho que admitir que as pessoas são parecidas, mas não iguais. Aquela mulher alta, quase ruiva, por exemplo deve ser melhor. Com este sorriso, tem um cara de paz. Posso estar enganado. E o outro senhor ali, já com mais de 60 querendo aparentar menos de 40. Cada um que aparece".

Riu para ele mesmo. Os critérios utiulizados para comparar - mesmo que não gostasse de comparações - um humano com outro rezava pela cartilha de Pilatos quando lavou as mãos.
Ainda podia ver o prédio que trabalhava, havia apenas atravessado a movintada avenida entupindo-se pelo trânsito e chuva. Olhou de novo, de cima até a entrada de grandes portas de vridro blindado de tom grafite. Os segunraças de ma hálito ainda estavam por lá. As recepcionistas pareciam saair uma atrás da outra.
Ele poderia voltar, porque a chuva apertara e o abrigo quedava-se mais desabrigado e molhado.

"Porque mesmo eu tenhos que restabelecer contacto? Aqui eu onde eu trabalho e meu castelo são suficientes para minha vida. Aprendi e não prentendo desaprender a lição. Então porque fiquei pensando em alguma forma, em algum porquê para achar uma razão que me fizesse mudar".

Em um átimo, saiu à chuva e caminhou calmamente até sua casa. Os sapatos encharcaram-se e ficou todo molhado da cintura para baixo. Sentiu sua cueca empapar-se sob o fino tecido da calça. 
Subindo o elevador o sono como um "imperium" creditado ao césares augustos de Roma como de costume apareceu.
Enxugado todo, jantou e foi brincar com os dois seres do castelo. Não as ratazanas do poço, do fosso do castelo de pedra; a tríade formada agora ainda supria outras vontades.
Dormiu por ali, junto de Felino e Rex. Acordou no meio da noite com o braço esquerdo formigando. Pegou o par de sapatos deixados à porta de entrada e, no escuro total, foi à área de serviço e o colocou junto do aquecedor elétrico. Notou que mesmo úmidos o brilho do verniz não se desfizera deles.
A luz azul do corredor indicava o caminho correto: estirou-se na cama suado que estava e dormiu de imediato, vezo comum dele.
Os sapatos foram colocados na lavanderia junto do aquecedor elétrico.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

VIAGEM XXIV

Reprodução
Pelas luzes que fazem sombras desvirtuadas da realidade,
ele passa agora a pé observando toda esta gente da cidade
a comprar, a consumir coisas e pessoas.
Na sombra de seu corpo não há nada do que foi deixado para trás.
Resolve caminhar mais um pouco até virar a esquina e de novo
montar em seu carro e continuar o que vem fazendo desde tempos:
ficar sozinho e manter aquele contacto só quando é necessário, 
como fora agora minutos antes.
O contágio foi imediato e ele assumiu sem dor porque a dor já houvera. 
Então, mais uma ou menos uma, sem dieferença alguma. 
"Nem quero lembrar daquela dor de mim mesmo, daquela dor que eu causei".
Passos largos, montanhas de presentes, matilha de viciados e traficantes prontos a desossá-lo. 
Chegou ao seu salvo-conduto: o semi-novo sedã de velho.
O cheiro de suor misturado ainda se faz presente em suas narinas.
vidros abertos manualmente porque é mesmo de algum modo antigo...

Sem preocupação do que outros acham ou deixam de achar.
"Mas se estes se expressarem, aí posso mostrar a destruição da minha arma incorrigível. Vão se borrar todos, os mais valentões são meus alvos prediletos".
Ganha a avenida Ibirapuera e sai calmamente depois de resolver uma situação que o desgostou.
Não é de brincadeira o homem que sai andando de carro pelas noites iluminadas de artifícios de São Paulo.
O que só ajuda, porque as pessoas se aglomeram à frente de qualquer enfeite - "um porre" - nesta época do ano.
O anonimato ajuda a varrer os valentões prepotentes, aqueles que massacram, 
todos enganadores.
Um cigarro, vidros abertos e o dever cumprido.
"Eu sou viciado neste mês".
A cabeça arejada de mais uma noite. Sem fome, vai direto para casa descansar e guardar o que pegou... É... digamos emprestado. Não que pretenda devolver. Porque de quem foi subtraído nem notará nada.
"Estas luzes de dezembro. Quero sempre"

domingo, 18 de dezembro de 2011

30 MAIORES DE SÃO PAULO

Reprodução, mapa do municípios de SP, por quantis de PIB
[o mapa é do sítio do Seade: http://www.seade.gov.br/; eu recomendo]

Ainda sobre os números referentes ao PIB brasileiro divulgado no sítio do IBGE esta semana que passou, trago aqui alguns dados sobre os municípios do Estado de São Paulo, cuja soma dos 645 que o compõem, perfazem 33,5% de tudo que o Brasil produziu em 2009.
Antes, um dado importante: o município da capital responde com 35,9% do total do Estado (389,3 bilhões de reais dividido por 1.084,3 trilhão).
Abaixo, lista dos 30 maiores PIBs municipais do Estado de São Paulo em R$ bilhões:
1
   São Paulo
389,32
2
   Guarulhos
32,47
3
   Campinas
31,65
4
   Osasco
31,62
5
   S. Bern. do Campo
28,94
6
   Barueri
26,91
7
   Santos
22,55
8
   S. José dos Campos
22,02
9
   Jundiaí
16,59
10
   Santo André
14,71
11
   Ribeirão Preto
14,69
12
   Sorocaba
14,18
13
   Diadema
9,97
14
   Piracicaba
9,60
15
   S. Caetano do Sul
8,92
16
   Taubaté
8,32
17
   S. José do Rio Preto
7,88
18
   Paulínia
7,78
19
   Mogi das Cruzes
7,71
20
   Sumaré
6,90
21
   Bauru
6,79
22
   Mauá
6,57
23
   Americana
6,13
24
   Louveira
5,81
25
   Vinhedo
5,80
26
   Cubatão
5,79
27
   Limeira
5,75
28
   Suzano
5,56
29
   Cotia
5,43
30
   Matão
5,19

O município de São Paulo tem renda per capita de R$ 32.272, superior a do Estado, R$ 26.202 e quase o dobro da nacional, de R$ 16.918; tudo em 2009; Piracicaba tem renda ligeiramente inferior (-0,65%) à estadual, de R$ 26.030, mas ainda muito superior à media nacional.. Louveira, microrregião de Jundiaí, é o município com o maior valor agregado per capita, R$ 174.892.
Na lista dos maiores PIBs, os números renda per capita do 2º, 3º, 4º e 5º colocados. Os dois primeiros, por coincidência ou não, são os 2º e 3º, respectivamente, em população no Estado de São Paulo: 

2
Guarulhos 24.994
3
Campinas 29.732
4
Osasco 43.994
5
S. Bern. do Campo 35.680



A lista dos municípios pode ser encontrada no www.ibge.gov.br, página do PIB, notícia divulgada no último dia 14. Lá tem tudo sobre as Regiões, Estados e municípios; detalhados por atividade econômica.
Ou ainda vá direto:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pibmunicipios/2005_2009/defaulttab.shtm

sábado, 17 de dezembro de 2011

VIAGEM XXIII

Reprodução
De novo e ainda. Ok para ele o "de novo" e o "ainda". 
"Que se explodam todos".
Raspando pelas calçadas, manobra seu carro
como quem dirige sua vida de dias, durante a semana.
Calmamente, mas não agora, com todo este fim de semana prolongado pela vida toda
a partir de agora;
voltas e voltas e mais uma. E logo mais, outra.
É assim, não tem nada que ele possa perder a não ser ele mesmo. Perder?
"Bom, mas este eu já perdi faz um tempinho. E não consegui mais achar. Ou melhor, nem quero mais achar".
Sorri recordando de como permanecera por tanto tempo um idiota
crendo que o mundo, por ele ser bom, faria algo em troca.
Reciprocidade com o mundo não há, aprendera a intuir desde aqueles tempos de intensa vigília pelo grande amor
que aquilo tudo se transformara.

Pura estratégia de marketing o que sofrera, mas o 'mercado' - ele mesmo - caiu para demorar anos para levantar".
E ainda hoje ele anda meio bambo das pernas.
"O mundo, porém, não me pega mais desavisado não. Reconheci a lição por toda a vida. Que não sei quanto tempo terei... Depois de bombar, bombar e bombar, nunca mais vou repetir de ano".
Nas ruas, sente que as pessoas nem mudaram de maneira espalhafatosa, com aquele ziriguidum irritante do carnaval que alterca o breque seco com o intenso barulho que faz gringo sambar feito um idiota completo. Nem o crioulo doido sambando é tão ruim.
"O país do carnaval, do futebol... Então é isto? Só isto?"
Luzes: azuis, verdes e âmbares. Todas esmaecidas pela garou que persevera em cair do céu neste dezembro na cidade de São Paulo.
Tomando água, vira a garrafa inteira goela abaixo, seca que está.
"Opa! Nem 3h ainda. Tempo, hoje você está meu amigo porque tenho muito o que fazer no silencioso espetáculo de tristeza que estarei pisando".

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

5 CIDADES RESPONDEM POR 25% DO PIB

Reprodução, São Paulo manteve-se no topo com 12% do total
Fazendo uma conta bem simples: as 5 primeiros cidades somadas detêm 24,3% de toda a riqueza nacional.
O IBGE divulgou nesta semana os dados¹ dos PIBs dos 5.564 municípios nos quais o Brasil é dividido + Brasília (DF), referentes ao ano de 2009 em seu valores totais. De toda a nossa riqueza produzida em bens e serviços, ou seja agricultura, indústria e serviços, bem com os impostos arrecadados, no ano retrasado, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Belo Horizonte encabeçam a lista (desde muito tempo).

Nas sete primeiras colocações não houve alterações. 

Reprodução, Campos (RJ) caiu 8 posições na lista
Entretanto, de 2008 para 2009, houve descenso e ascensão na tabela de classificação, como por exemplo - e mais gritante que figura no topo da lista - o município fluminense de Campos, que caiu do 14º posto para o 22º; e Salvador subiu do 12º para o 8º posto; Campinas (SP) de 13º para 11º. Uma das razões: a crise mundial em seu ano de início que afetou diretamente a indústria do petróleo e seus derivados causou uma perda de 0,4% sobre o PIB do Brasil (representava 1% em 2008 e 0,6% em 2009), sobremaneira na queda campista. A capital baiana seguiu a tendência de alta do Estado que subiu 2 posições no ranking estadual: ultrapassou Santa Catarina e o Distrito Federal.
(São Paulo detém 12,01% do PIB do Brasil, o Rio de Janeiro 5,42%)
[recordando que o PIB total do Brasil foi de ~R$ 3,239 trilhões]

Vamos aos números totais dos 30 maiores, em R$ bilhões.
1
   São Paulo
389,32
SP
2
   Rio de Janeiro
175,74
RJ
3
   Brasília
131,49
DF
4
   Curitiba
45,76
PR
5
   Belo Horizonte
44,59
MG
6
   Manaus
40,49
AM
7
   Porto Alegre
37,79
RS
8
   Salvador
32,82
BA
9
   Guarulhos
32,47
SP
10
   Fortaleza
31,79
CE
11
   Campinas
31,65
SP
12
   Osasco
31,62
SP
13
   S. Bern. do Campo
28,94
SP
14
   Barueri
26,91
SP
15
   Duque de Caxias
25,75
RJ
16
   Betim
25,18
MG
17
   Recife
24,84
PE
18
   Santos
22,55
SP
19
   S. J. dos Campos
22,02
SP
20
   Goiânia
21,39
GO
21
   Vitória
19,78
ES
22
   Campos 
19,58
RJ
23
   Jundiaí
16,59
SP
24
   Belém
16,53
PA
25
   Canoas
16,44
RS
26
   Uberlândia
16,16
MG
27
   Contagem
15,41
MG
28
   São Luís
15,34
MA
29
   Santo André
14,71
SP
30
   Ribeirão Preto
14,69
SP

- somando os 5, chega-se ao valor de incríveis R$ 786,9 bilhões; vale dizer 25%.

Piracicaba (SP) ocupa a 47ª posição, com PIB total de R$ 9,6 bilhões, superior a muitas capitais brasileiras e a cidades que são maiores em população (nesta lista, segundo o censo do IBGE de 2010, Pira está em 60ª colocação).

¹100 maiores - http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pibmunicipios/2005_2009/tabelas_pdf/tab02.pdf

- página do sítio que possibilita acesso a várias tabelas
(http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pibmunicipios/2005_2009/defaulttab.shtm

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

CARROS DO BRASIL - ANOS 50/60 Nº2

Reprodução, Fissore 1964
Continuando o assunto da postagem anterior sobre os automóveis fabricados pela indústria automobilística durante as décadas de 1950/60/70. O mercado ainda continuava restrito e o acesso aos veículos esbarrava em fatores como a recente industrialização, o nível de renda do brasileiro e as condições ruins de nossas estradas, dentre outros.
Reprodução, JK 2000 1961
Única fábrica não instalada no Estado de São Paulo, a Fábrica Nacional de Motores No Rio de Janeiro, produzia caminhões e o automóvel de passeio como era chamado à época, JK 2000.
Durante este decênio, o Fusca reinou absoluto: o mais barato - junto com o Gordini -, motor mais resistente fizeram dele o mais vendido. Depois, o Aero e Rural da Willys, Belcar (sedã DKW), Jeep, Chambord, Vemaguet... Mas todos bem atrás do besouro alemão.


DÉCADAS DE 1950/1960
Willys Overland
Grande rival da VW, dispunha da mais completa linha de produtos ofertados até então ao mercado consumidpor brasileiro. Ao longo de sua existência fabricou automóveis pequenos como o Dauphine, o Gordini, o Teimoso e o Renault 1093; grandes como o Aero Willys, o Itamaraty, todos "de passeio", esportivo Interlagos com 3 opções de motorização, perua Rural, picape Rural e um utilitário, como o Jeep. Comprada pela Ford no fim de 1967, produziu quase 500 mil veículos; marca não igualada por nenhuma outra comprada na virada dos anos 1960.

Jeep (1958-1983)
Chegou ao Brasil ainda na década de 1940, durante a II Guerra Mundial para uso no exército, como faziam os norte-americanos. No Brasil, conquistou uma classe média de pequenos comerciantes, seja no campo ou na cidade. "Pau para toda a obra", o veículo é hoje objeto de adoração pelos colecionadores de raridades automotivas. Vendeu cerca de 150 mil unidades em seus 27 anos ano de produção pela Willys e Ford.
Reprodução, Jeep Willys 1960

à esq:
Veículo de grande aceitação popular em um tempo que o Brasil começava a ter sua segunda industrialização, o utlitário andava muito bem nas estradas de terra. Fabricado de 1957 a 1968 pela Willys e deste ano até 1983 pela Ford, vendeu mais de 150 mil unidades. Em 1975 recebu o moderno motor 2300cc que equipava o Maverick.
Dispunha de assistência técnica em todo território nacional. 
Não era pode-se dizer que era um transporte exatamente confortável, mas seu apelo de vendas ia em direção contrária: forte, robusto, para o campo e cidade, que passava por onde nenhum outro poderia.
Reprodução, Jeep Willys 1967
à esq:
Era também fabricado em outras versões para atingir um público jovem que queria um carro estradeiro com certo charme para se andar nas ruas de São Paulo e outras cidades. Praia ou campo, lá estava ele acompanhando um período de grande transformaçõa sócio-política e econômica.
Como dizia a origem do nome "general purpose" (em tradução livre do inglês "uso geral), era um veículo de multiuso.
Havia ainda uma versão 4 portas, de acabamento menos espartano, destinada ao uso comercial.


Aero Willys (1960-1971)
Foi o carro de maior sucesso de vendas da Willys, quase 100 mil unidades vendidas em seus 11 anos de produção. Inicialmente era uma cópia do Aero Ace americano, datado do começo dos anos 1950. Querendo dar uma imagem mais brasileira ao carro, os engenheiros projetaram o primeiro carro inteiramente concebido no Brasil: em 1962, como modelo 1963, era lançado o Aero Willys 2600. De linhas retas, vigente à época, tornou-se o carro da famíla média brasileira: era mais barato que o Chambord e o JK, concorrentes diretos.

Reprodução, Aero Willlys 1963
à esq:
Totalmente diferente do moldelo lançado em 1960, o carro teve seu lançamento no salão do automóvel em 1962. Mais moderno e confortável, o grande carro da Willys rapidamente ocuparia o segundo posto no ranking de  vendas no Brasil, atrás somente Fusca.



Reprodução, Aero Willys 1960 'saia-e-blusa
à esq: 
Aero ano 1960, "saia-e-blusa" (o carro em 2 cores). O veículo atendia às exigências de uma classe média de maior poder aquisitivo: ter em sua garagem um veículo tamanho família.

embaixo: um modelo 1968, já sob a batuta da Ford. Nota-se a diferença que salta aos olhos com relação ao modelo 1960. Neste ano de 68, as vendas caíram, mas o "pior" veio no ano seguinte: com o lançamento do Opala pela GM, o Aero viu suas vendas despencarem. Das linhas, saíram 99.621 Aero.
Reprodução, Aero Willys 1968 (fabricação Ford

24 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - MURALHAS III

Reprodução, muralha de Adriano, Centro-Sul da Escócia
Mesmo que não quisesse pensar assim, seu castelo em meio a maior urbe de todo o hemisfério ocidental e sul, com milhões morando sob o meu azul, tornou-se sua cidadela inexpugnável ao exterior. Reduto de tudo o que ele não podia mudar no mundo, no trabalho, na rua e em qualquer outro lugar/situação. 
Cidadela fortificada por anos a fio sem cochilar uma vez sequer. Muralhas ainda em condições de suportar o quanto mais viesse.
"Ficou bom assim", anuía falando em voz alta para as paredes ouvirem. 
Tudo conforme ele se dizia toda vez que fechava a porta pelo lado de fora e tomava situação do que ocorreria no mundo que não o dele, e toda vez que abria e jogava-se em qualquer canto do castelo. 
Seus companheiros povoavam a edificação. Havia seres, portanto.

Já naquele castelo insistemente aparecido em seu sonhos de noites por aí... 
Parecia tão distante e ao mesmo tempo tão solitário. Longe, frio e empoeirado.
Fortaleza. Apesar de o sofrimento emergir de tempos em tempos - leia-se quase todo dia -, aprendera que ao lidar com a vida pode-se ficar estacado em um ponto; mesmo que seja o ponto onde está o amor e a cumplicidade.
Desmemorizara-se desta parte. Desconfiara desde então de todos que fossem de fora da fortificação. O que as pessoas não entediam é que a maior fortificação, o maior castelo de pedra, imponente, é ele mesmo. É o que trazia de bagagem nas costas cansadas do começo de tudo até agora. 
Um dia acabará, por certo.
Ansioso que estava para retornar à cidadela sitiada, aumentou os passos só lembrando de como quedava-se relaxado ao andar descalço por ela. havia sim um sentinmento de pertença àquele lugar, habitado por ele mais de 15 anos.
Transformações aconteceram pela vizinhança. Observador, via tudo sem se impressionar pela qual fosse a mais alta, ou moderna ou mais cara. 
Nada disso.
"Bom mesmo é meu castelo. Tão bom que nem me patrulho mais em falar castelo. E não é? Tenho aqui tudo o que eu prdciso. Harmonia plena entre os habitantes do pequeno feudo e de harmonia é tudo o que é necessário. 
É suficiente o que tenho que ver, ou melhor, o que tenho que aturar onde o caos para uns predomina. Mas aqui, tenho eu, o Felino e Rex. Fica bom assim".

Chuva de verão e os passos corridos tornaram-se. Morava a 10 minutos do trabalho que o sustentava para que ele pudesse sustentar o suas construções morais marcando sua psique.
Via-se em seus olhos que o mundo para ele não trazia nada, ou quase nada, de surpresas. Falta de entusiasmo não era; faltava excitação, gana, pelas coisas aqui de fora que não fosse o trabalho.
Pronto, enfim chegou a salvo.
Tirou os sapatos logo na entrada. Gravata, camisa. Chegou no quarto viu o Felino olhar com aquela cara de sono. Rex, já passos atrás em seu encalço. 
Minutos de euforia. Afagando o cachorro, descobrira que coçar perto de suas orelhas o fazia acalmar. 
Deitou-se entção em seu local preferido do castelo: o chão da sala. Abraçado ao Rex, dormitou por duas horas

Séries de cruzamentos feitos pelo caminhar de séculos dos povos que por aqui passaram carregando armas e visões de uma terra melhor.
Onde está agora, havia nevado suavemente há pouco na virada da noite para o dia. O céu claramente aberto pela manhã carreava odores vindos de muitas das pequenas árvores limbosas em sua face sul. 
Vestindo o que se podia chamar de uma roupa que ele... Não sabe como chamar. Desconforto nos pés em que os sapatos pretos calçados de tamanho menor apertam os dedos e esfolam os calcanhares.
'Meus pés parecem que rangem dentro a cada passo. Lembra a porta daquele castelo escocês de pedra. Até que parasse de ranger doia meu ouvido toda vez que eu entrava lá... Agora o barulho se foi. 
O que eu ouço mesmo são os guinchos dos rastejantes peludos, bigodudos'.
Vê a muralha construída no ponto mais ao norte da Europa conhecida pelos romanos.
Segue pelo caminho menos nítido no chão e faltando alguns metros..."

Horas, horas... Noite alta já. Por isto mesmo, o estômago vazio o acorda roncando. Ainda deitado passa os olhos pela porta da sacada. Rex fora dormir com Felino não sem antes arrastar e espalhar o saco de ração em volta dele. O que ele enxerga é o mundo lá fora, ouve o mundo lá de fora. e pensa que "será que não está na hora de voltar?". 
Voltou a atenção aos dois outros e sua própria fome. Pizza congelada.  

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

CARROS DO BRASIL - ANOS 50/60 Nº 1

reprodução, Aero Willys 1960
A lista é grande. Tem haver até com fatores emocionais, na suave medida.
reprodução, Aero 1962
Aqui, concentrei-me em listar carros que foram importantes no desenvolvimento da indústria automobilística no Brasil. Desenvolvimento este traduzido em tecnológio e também no aumento impressionante nas vendas. O que se vendeu no mês de novembro último equivale ao total vendido em todos anos até 1969. Ou seja, se no mês passado foram vendidas ~310 mil unidades entre nacionais e importados (segundo a FENABRAVE), em 1969 este número ascendeu a ~355 mil.
Para escrever esta postagem urbi estive pensando em como fixar critérios para relatar sobre os automóveis que marcaram as décadas de 1950/60/70? Podem existir critérios variados para qualquer um de nós; como disse na primeira linha, mesmo os de carácter emocional não devem ser desprezados. Sendo assim, resolvi que para que eu não me perdesse, o fiz por décadas.
Ressalvando que eu não comecei pelo Fusca; variação é legal.

DÉCADA DE 1950/60

Esta primeira fase da indústria automobilística iniciada com a formação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística) em fins de 1955 - que possibilitou estabelecer diretrizes para o desenvolvimento do setor já no começo do governo JK - até aproximadamente 1968, com o advento da entrada das grandes norte-americanas no mercado de automóveis e peruas: lançamento do Galaxie em 1967 e do Corcel em 1968, ambos da Ford, e do Opala no mesmo ano.
Há controvérsias sobre qual fo o primeiro veículo fabricado no Brasil com alto índice de nacionalização. A questão, depois de pesquisada, parece favorecer a perua Vemaguet: em setembro de 1956 saia da fábrica do bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo. Outros afirmam ser a Rural Willys, em 1957.
Willys Overland, VW, Simca e Vemag fabricavam carros, peruas e picapes. A Willys produzia ainda o Jeep, que de 1957 a 1960 foi o véiculo de maior aceitação no mercado.
GM e Ford concentravam a produção até então em caminhões e picapes - as camionetas.A Chrysler chegou em 1966 no segmento de automóveis e em 1969 no das picapes.

Simca
Chambord (1959-1967) e família
A fábrica francesa iniciou as operações em São Paulo em fins de 1957; dois anos depois lança aquele que seria o seu grande e possilvemente úinico sucesso de vendas: o Simca Chambord. Fabricado até 1967, deu origem a primeira "car family" no Brasil com o lançamento do modelo Rallye mais esportivo, o Presidènce, de alto luxo para os padrões e finalmente com a perua Jangada em 1963. Teve ainda o Simca Alvorada, modelo despojado do Chambord, um "popular" da época.
reprodução, Simca Rallye 1963
à esq:
O modelo esportivo lançado em 1961, o Simca Rallye, prometia maior desempenho em uma época muito anterior ao primeiro choque do petróleo; foram fabricados ~4 mil unidades até 1966; notem as entradas de ar na frente do capô; por dentro o estofamento podia ser na cor vermelha. Foi o primeiro modelo esportivo derivado de um carro de produção em série


reprodução, Simca Presidènce 1965
à dir:
Simca Presidènce, destinado ao mercado de luxo; até a chegada do Itamaraty era, ao lado do JK 2000 da FNM, o carro mais caro do Brasil; fabricação total: 848 unidades. Notem o estepe coberto para fora do porta-mala.

abaixo:
E o Chambord, que vendeu ~43 mil unidades em seus oito anos de fabricação incorporou grandes avanções tecnológicos na motorização. Em 1964 lançam a série "Tufão" (modelo azul); e dois anos mais tarde, vem o motor Emi-Sul  (modelo vermelho), o mais potente da hemisfério sul à època como apregoava a campanha da fábrica. Tinha a fama de beberrão. Também foi um ícone desta primeira fase da indústria automobilística no Brasil

reprodução, Chambord Emi Sul 1966

reprodução, Jangada 1962
 A perua Jangada que alguns consideram o primeiro station-wagon do Brasil, nasceu em 1962; vinha com suporte na capota e porta traseira abria-se em 2 com boa capacidade de carga; fabricação: ~2.700 unidades até 1966 quando deixou de ser produzida em razão do lançamento do Esplanada. A motorização seguia a do irmão Chambord.

VW
Fusca (1959-1986 e 1993-1996)
Perpassou ao longo de no mínimo 4 gerações, o carrinho da VW tornou-se um ícone nacional. Chegou a representar, só ele, quase 50% do total de vendas de automóveis em alguns anos. Foi o mais vendido do início de sua produção em 1959 até 1982 em suas diversas motorizações: 1200 cc, 1300 cc, 1500cc (o "Fuscão) e 1600cc. Vendeu mais de 2,5 milhões unidades.
reprodução, Fusca 1200 1961
à esq:
Antiga propaganda na revista Quatro Rodas, de 1961. Eram comuns anúcuis desenhados como este. A Willys e a Vemag também utilizaram tal recurso. O Fusca, denominação genuinamente brasileira, se mescla à história recente do país.

 emb: 
propaganda em revista do Fusca 1500, 1971; ficou conhecido como Fuscão. Foi fabricado de 1970 a 1975.

reprodução, Fuscão 1500 197
Nesta primeira fase, a VW teve uma adversária ao longo de quase uma década: a Willys Overland do Brasil a "Fabricante de veículos de alta qualidade" como afirmava o slogan da empresa à época.
Embora a VW tenha sido sempre a primeira, a Willys consegui o feito em 1962, fato que só seria repetido em fins da década de 1980, quando a empresa alemã perdeu a primazia para GM e depois, em definitivo, para a Fiat.
A VW fabricava só o Fusca e a Kombi (1200cc e depois 1300 cc.) Em 1962, agregou a primeira versão do Karmann Ghia (1500cc).

Kombi  (1959-2013¹)
Antes na categoria de perua, agora mais modernamente é qualificada como monovolume.
¹fim da produção tem esta data em razão da nova legislação pois o projeto da Kombi não permite os requeridos avanços tecnólogicos na questão ambientam em todo o seu aspecto.
reprodução, Kombi 1961
à dir:
anúncio em revistas; eram comuns deste tipo o qual apresentavam-se as utilidades do veículo, tanto em uso urbano ou rural, familiar ou comercial; o modelo da foto tinha o antigo motor VW 1200cc.
O monovolume sempre teve um forte apelo de vendas em razão de seu espaçoso compartimento interno. A motorização seguia a do sedã: 1200, 1300, 1500, 1600, todos refrigerados a ar como mandava o figurino da empresa alemã. 
A Kombi já ultrapassou a casa do milhão em vendas: ainda hoje está na lista dos 35 mais comercializados.

VIAGEM XXII

Vidros abertos, todos os quatro do semi-novo sedã de "velho", e o vento revolucionando os objetos soltos - que jeito! - pelo carro. Papel, plástico, garrafas vazias;
o limite de velocidade nas placas verdes... Ali, no limite dele.
(gostava daquele verde-escuro)
Madrugada, em direção a qualquer lugar. Para um lugar que fosse como ele 
(não deve ser tão difícil),
Como ele está nesta madrugada insone/insana de verão ameno. De tempo de outono em dezembro na mega urbe de língua portuguesa.
Direção ao sul sem freios e a volta imensa pelo grande parque. 
Perto da avenida Repúblicado Líbano repúblicas de condomínios quase cerrados ao mundo aqui de fora.
"Mas não imunes a assaltos e arrastões". 

À noite como é bom andar pela cidade mesmo com a sensação de areia nos olhos,
o vento espanta este cansaço de fadiga das voltas pela cidade desde que o sol foi embora.
Piscar e abrir os olhos, duro, piscar e abrir e tudo de novo. 
Música para resgatar os ouvidos em um volume de paz, sem congestiomanento acústico.
Perambulação pela miríade de avenidas/ruas/pontes da grande urbe segue madrugada adentro de fumaça e bala de menta. E de barba de três dias.
São tantos os lugares que se pode passear sem ao menos ser notado sequer uma vez. 
E disto ele gosta, com especial fervor agora. 
"Para quê ser notado assim?"
Outros é só descer do carro e se misturar. Mais tarde, lá para o final.
Porém, hoje ele quer mesmo se misturar a ele tão-somente.
Sem dor sem culpas e sem as lacerações do último combate de semi-deuses no apartamento do 11º andar na rua Machado de Assis.

Acabaram-se as ruas do parque, ali da zona sul.
Direção mais para o centro.
O vento ainda e mais fresco agrada seus corpo quente da última atitude.
Luzes de época com cores a escolher na avenida Brasil.
Os quilômetros são vencidos sem consumação dele; os olhos e um colírio no sinal vermelho basta para solucionar o areia que não sabe de onde vem.
O tempo de olhar pelo retrovisor depois é o que basta. Segundos apenas.
"Calma, sem esta de olhar pelo 'retrovisor'. É para frente, como uma peça de teatro. 
Eu comecei, e por isto jeito de voltar não há".

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

GENTE DE MENOS NOS 7 BILHÕES

Reprodução - Kedainiai, Lituânia (gente de menos)
UNS GANHAM, MAS OUTROS PERDEM
Falou-se tanto nos 7 bilhões de homo homo sapiens que habitam o planeta Terra alcançados em fins de outubro, segundo estatísticas da ONU. Um verdadeiro e enorme formigueiro que demanda cada vez mais comida, tecnologia e o que mais lhe interessar. Tudo sempre mais: o consumo, o gasto, a guerra e a agora a crise, a miséria que ainda grassa pelos cantos deste mundo. E as pessoas.

China país mais populoso: 1,34 bilhões de habitantes
Divisão administritativa mais populosa: Uttar Pradesh (Índia), 199,5 milhões (mais que o Brasil todo)
Região metropolitana mais populosa: Tóquio (Japão) tem 35,6 milhões
Cidade com mais gente: Xangai, mas pode ser Istambul, ou ainda Karachi...
Dezenas de milhões. Por exemplo, na África a população, embora tenha havido certo arrefecimento, segue apresentando as mais altas taxas de crescimento populacional (txcp), superior a 2% a.a.; certo países atingem mais de 3,6% a.a.

Já na Europa, nascedouro de nossa civilização com gregos e depois com os maiorais de todos os tempos - romanos -, alguns países apresentam decréscimo acentuado da população; muitos destes são integrantes do Leste europeu. 
E falar desta subdivisão geográfica sem mencionar a Rússia seria inócuo, seria desafiançar qualquer escrito sobre o assunto.
O maior país do mundo, o gigante eslavo, vê descrecer sua população há mais de de 20 anos. É gente de menos.
Para comparar com o Brasil:


1979
1989
2002
2011
Rússia
137.550.949
147.400.537
145.166.731
142.905.208


1980
1991
2000
2010
Brasil
119.922.344
146.730.810
169.690.567
190.755.799

Pelo quadro, vê-se que até o início dos anos 1990, o Brasil era menos populoso que a Rússia que só fez perder população desde então: 4,5 milhões em 22 anos. Com a txcp em declínio, o Brasil terá o início de perda de gente por volta de 2030-2035, segundo o IBGE; hoje a txcp é de 1,18% a.a. Já na Federação Russa, é -0,47% a.a.

Em outras nações menores, o problema é agudizado em razão de esta população que já é pequena... Estar em queda livre!
A Bulgária é um caso clássico e merece destaque; mas Estônia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Montenegro, Croácia, Sérviasão outros exemplos; até mesmo a Ucrânia com 46 milhões e Romênia com 21 mi também tem gente morrendo mais que nascendo/tem gente saindo mais que chegando.
Bulgária (txcp: -0,77).
1985
1992
2001
2011
8.948.388
8.487.315
7.932.984
7.364.570
Em 26 anos a população decresceu 1,6 milhão! É gente de menos.

Lituânia (txcp: -0,28%)
1989
2001
2011
3.674.802
3.483.972
3.053.804
Em 22 anos, o pequeno páis Báltico, dos mais ricos da extinta URSS, perdeu mais de 600 mil habitantes; quase 20%! É gente de menos

Ucrânia, maior país da Europa (excluindo a Rússia), (txcp: -0,62) 
1979
1989
2002
2011
49.754.642
51.706.742
48.457.102
45.778.554
 Ainda na antiga União Soviética, a população aumentou para depois, já independente, cair quase 6 milhões! É gente de menos.

Das antigas repúblicas que compunham a Iugoslávia, a Sérvia (de 7,49 milhões em 2002 para 7,21 em 2011) a Croácia (4,44 mi em 2001 para 4,29 mi em 2011), as maiores e mais importantes viram sua população diminuir. Montenegro estagnou. Macedônia, Eslovenia e Bósnia-Herzegóvina tiveram ligeiro aumento.
Único país latino "do lado de lá" do rio Danúbio, a Romênia perdeu ~1,3 milhão em 18 anos; é gente de menos.
Isto tudo no lado menos 'glamuroso' da "península" asiática.

No lado rico, há a Alemanha, > PIB do continente, 4º > do mundo, motor (ao lado da França) da União Europeia não realiza um censo oficial desde 1987. Verdade! Também achei surpreendente e estranho. No começo de 2012 será realizado o recenseamento e muitos pensam: comprovar-se-á a tendência de queda na txcp e por conseguinte no total de habitantes. No último levantamento feito, foram contados 77,8 milhões de germânicos. As estimativas indicaram que até meados da última década a população aumentou exclusivamente em razão do fluxo de imigrantes.
(a Grécia teve ligeiro declínio segundo dados preliminares do censo 2011)

Países com crescimento acentuado na população apresentam, de forma genérica, problemas inerentes a este fato: ocupação desordenada do espaço urbano, migração em massa às cidades, sistema de saúde e transporte urbano precários, maior índice de criminalidade, falta de campanhas educativas de prevenção de gravidez e na raiz do problema: crescimento econômico inferior à txcp e com geração acentuada de desemprego. São nações da África e Ásia e outras espalhadas por América Latina e Oceania.
Do outro lado, países com txcp próximas de 0 ou ainda, menores que 0, terão problemas em um futuro não muito distante: previdência social e mercado de trabalho. Talvez não tenha tanta gente trasbalhando para pagar as pensões e aposentadorias, sem falar no esvaziamento econômico que certamente causará.