quarta-feira, 31 de agosto de 2011

13 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - TROVAS NAS TERRAS ALTAS

Voltara ao castelo em mais um dia nublado e de frio intenso; passeava pelos corredores descalços podendo experimentar um chão gelado, liso e refletindo todo o seu corpo de baixo para cima. Vira coisas que já pusera os olhos da outra vez... Mas estava descalço naquele frio escocês. No jardim de inverno do castelo, havia cadeiras de ferro, na cor de ferro, e pesadas. Uma fina rede fazia as vezes de teto. 
Plantas em vários tons de verde. O espaço era pequeno se comparando ao tamanho do castelo que fora construído em vários pavimentos.
Andou mais um pouco e pensou na tortre mais alta onde deveria ir salvar a princesa presa.
Que princesa? Dos sonhos de criança?
Passara da fase faz tempo.
Subiu as escadas em enorme caracol em mármore gelado nada poeirento, de corrimão iluminado fracamente,  até o último andar; não havia ido lá ainda da outra vez.
Subiu. Entrou em um quarto limpo de muitos móveis onde habitara segredos, gemidos, traições e escândalos.
"E daí? Não é porque minha vida é chatinha e sem-graça que toda vida deve ser assim". 
Saiu à sacada e de novo sentiu o cheiro do mar vindo a quilômetros. Olhou para baixo. "Deve ter uns 12/12 metros. Dá para se matar".
A águia grita, gira em cima dele. Pousa em seu ombro. A dor das garras o fez desconcentrar-se de alturas. 
Ouviu trovões perto dali. E perguntou-se qual a relação com a literatura de Portugal antes mesmo da total Reconquista da península Ibérica - Trovadorismo - com o outro fenômeno natural, o climático.
Nas velhas canções de amigo, trovas eram feitas pelas ruelas de Lisboa, Porto e Coimbra; um tratamento digno das alturas de uma amizade que ficará na época... Atrás.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

12 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - HORA MARCADA II

Na hora marcada, caminhou por todo o parque dando voltas completas por onde muitos corriam, paqueravam e o cheiro de mato orvalhado ainda resiliente, apesar do sol há brilhar na metrópole de tantos milhões de pessoas. E que possui cores inimagináveis aos olhos marcados com uma paisagem tão-somente, daqueles ensimesmados que julgam a beleza como solução de tudo...
Solidão.
Procurou e acabou por procurar mais um pouco. 
Sede. Tomou água-de-coco sedento, seco como o Saara. 
Suor. Olho no relógio e a hora marcada se aproximava a cada 5 minutos.
À espera de uma sub-felicidade. E riu desbragadamente de si mesmo pelo sufixo "sub"; lembrou-se de "só não me chame de sub, sub, sub, sub o quê?"...
Percebeu que das pessoas que corriam ao sol das 10h faziam carrancas, mas poderia ser também que elas estivessem fazendo carrancas de suar, desintoxicar sem hora marcada. "Porque marcar, só marcar, não adianta", anuiu para sua própria consciência.
Naquela manhã de domingo, ensolarada e frio de agosto, sentiu saudade de seu lugar de sempre, do Felino.
Saíra há 1h e pouco... 
Quadrou mais uma vez o círculo central, pessoas chegavam e respingavam vertendo vida pelos poros.
Fome. Lembrou-se de sua existência por um motivo tão... Tão ancestral.
Marcou no telefone um compromisso consigo mesmo, com aviso sonoros vários. Programou assim.
Marcara para daqui alguns dias. E espera que a tal hora chegue.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

CHEIROS, AROMAS... PARA O NARIZ

Claro, tinha que escrever sobre isto. 
Tenho aqui uma lista dos meus preferidos que me fazem ser feliz por instantes (claro, a lista é 'mutante' às vezes). Acabo que acrescento sempre mais um à lista.
O primeiro acho que quase sempre é o café, a coffea arabica. No puro latim.
Café. 
Quando se abre a tampa e sobe aquele cheiro de pó guardado; o cheiro do café coando pela manhã; o aroma intenso de uma torrefação de café; é um aroma essencial.
Maçã
Cheiro delicioso que fica suave pelo ar; o da casca é calmante...
Terra molhada.
Este para quem é do interior como eu é inigualável! 
Cheiro de chuva vindo.
Também para os caipiras esta; lá no interior, de onde eu venho (friso sempre) dá para sentir
Shopping.
Eu gosto, é bem característico.
Dama-da-noite.
Em uma abafada madrugada de verão piracicabano andando pelas calçadas; o cheiro é tão denso que parece que se pode pegar, como em desenhos animados.
Mar.
Nem dá para não citar né? Tão poderoso, tão imenso o Atlântico; lembro da infância quando descíamos a Anchieta até Santos; depois da última serra, quando se avista a Baixada, vem o mar até o seu nariz.
Gasolina.
Sempre gostei e nem se compara ao do álcool; superior.
Casca de mexerica.
Intenso, ácido mesmo; fica melhor sem muito sumo.
Ainda vou pôr mais odores.

domingo, 21 de agosto de 2011

11 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - HORA MARCADA

Nas horas marcadas há o desespero pela chegada.
Resolvera então esticar todo o corpo sobre o carpete fino e esperar. Espreguiçou-se como um velho cão. No apartamento debaixo as músicas de um rádio ligado chegava em volume ao longe. Distante.
Às vezes ele conseguia identificar, ao longe, qual música era, por outras não... "tudo o que eu ofereço é meu calor, meu endereço...". Esta frase ouvira bem. Relacionou com o seu endereço, na grande cidade que não disfarça nada, ela é nua e crua. "E eu tenho calor e endereço", pensara.
Felino veio e se alojou ao seu lado, miou parecendo pedir permissão e se recostou. 
"Assim como as canções, as paixões...".
Chovia uma chuva fina de fazer barulho para os ouvidos descansarem. ele nem bem sabia o que esperava e muito menos se serão canções ou paixões. "Bastava uma de cada uma e ficaria ótimo". As gotas se misturavam aos acordes e ao ronronar do gato ao seu lado. Olhos abertos fixou um ponto em seu teto, deitado no mesmo lugar de sempre.
Ainda pôde ouvir a fim da canção e a voz do locutor abrindo a tramela.  Estragou todo o momento das horas marcadas.
Desconcetrou-se então porque não queria ouvir a voz de ninguém. Passou a mão pela cabeça do grande gato com cuidado para não interromper o sono solto. Sentiu-se bem de novo.
Esperaria mais um tanto. Confortável com a cabeça no travesseiro, meias grossas nos pés e um gorro, fechou os olhos, continuou escutando a chuva, o barulho suave e calor do Felino ao seu lado.
Recordara-se que nas horas marcadas de sua vida muitas se foram para bem longe, perdida sabia lá onde. Hoje, vendo tudo, como uma retrospectiva de tv em fim de ano, conscientizara-se que há coisas, situações e pessoas que devem ser exatamente o que são; mesmo porque elas não mudam, tampouco desejam isto. Para todo o resto "a minha cara lavada".
Conseguiu sorrir antes de imergir em sono profundo, com sonhos coloridos. O vento frio e úmido de agosto, em uma aragem, fez o que ele necessitava àquela hora da noite: sentiu-se vivo. Pôde dormir então; o ponto fixado logo antes embaçou e desapareceu.
(a ansiedade pelas horas marcadas fora mandada para longe; paz)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

RODEIO, UMA SAFADEZA DE MAU-CARATISMO

DIGNIDADE ANIMAL
Volto aqui no urbi-et-orbi para reafirmar meu asco pelas festas de rodeio que acontecem Brasil afora. É, de uns tempos para cá isto virou um coqueluche (viral!) nacional importada dos EUA. Importar coisas de países desenvolvidos não é nada raro aqui na ex-colônia portuguesa. Fazemos isto desde que nos descobriram lá no final do século XV. Primeiro a nos impingir modos, costumes e hábitos foram os lusos. Importamos muitas danças e pratos típicos de lá. Tirante o idioma, ora pois!
Depois veio a grande admiração pela França em meados do século XIX até a década de 1920. Expressões, roupas, e o estudo do idioma de Proust era obrigatório. A Inglaterra também influenciou as classes mais abastadas.
Aí, já nos 1930, a grande dominância veio dos EUA: cultural, econômica, no cinema, comida fast food, hábitos, admiração e muitos sentimentos outros. Isto persiste até hoje. Não que não possuamos cultura rica e diversificada; pelo contrário e a música é um bom exemplo de nossa - incipiente - independência sócio-cultural-econômica. 
O american way of life não me apraz em sua totalidade, apesar que nenhum modo de viver pode ser estabelecido por governo, mesmo os mais déspotas.
No meio deste bololô todo, veio um 'hábito' e um desejo incomensurável de imitá-los que são as festas de rodeio, ou festa de peão de boiadeiro.
Que nojo!
Mau-caratismo. Velhacaria e safadeza.
Imbecilidade ao levada ao extremo.
Corja de sádicos (o pior é que são licitamente aceitos).
Aqui não vou reiterar minha indignação com substantivos e/ou adjetivos/advérbios, tampouco usarei mais verbos que transmitam o que sinto desta gente toda. Fiz aí em cima.
Verborragia não ajuda em nada.
Então fica aqui o meu protesto a este bando faminto de piranhas por sangue e pela supremacia humana sobre o animal.
E sabe o que mais me enoja, porém não me surpreende, é o público que lá vai para ver o espetáculo de horror, de dor e de sadismo. Porque os outros idiotas que compõem esta amálgama com gosto de bílis são apenas idiotas tentando ganhar $. Os empresários estão um degrau acima na safadeza: têm bois, cavalos treinados e que lhes alegram porque rendem muitos reais (sempre o $).
Mas no topo da escada da safadeza rumo às trevas está o público. Ele se diverte vendo aquilo. E paga por isto! Ele adora ver a dominação humana, satisfazendo um desejo ancestral de submeter todos os seres viventes.
Eles acham lindo.
Eu acho desprezível (como diria o Patolino, lembram?).
Repito: safadeza, mal-caratismo. Nojo.
Se eu tivesse um pouco de poder, só um pouquinho, punha esta gente toda para ser montada, como eles fazem com os cavalos e touros.
Ah, e claro, um cinto para apertar os bagos.
Vamos ver quem corcoveia mais?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

VIAGEM V

Remediar uma crise. Recorrer a redes que arrastam corpos ao longo de romarias
em busca de redenção; redes... Aprisionam? Recuperam?
Mesmo as sociais, de ritos de restos de mentira.
Carregar culpa por rotos anos de repetição infindável. Ruptura definitiva irrompeu no imenso rolo compressor que rasgo de lucidez lhe deu. Invadiu-se e conquistou o território porque sentia-se em desterro
Viciante.
Crise, caos, desgoverno. Rumo ao abismo e daqueles de que se enforcaram.
Ramos quebrados e secos, ensurdecem o martelo, o estribo e a bigorna.
Riscos e mais riscos durante a esfarrapada vida. Tentativa de tomar rumo.
Então, na crise, tudo
Reverberou no cérebro: os ratos que passaram por sua vida. Qual remédio? Veneno com prazo de validade marcado, dentro dele
Rapidez. Matou tudo aquilo, arrancou com as mãos raízes irremediáveis e as jogou na 
Rua, ao relento. Inspirou profundamente como um ato vindo das vísceras. Verteu o ranço para fora o 
Rancor ficou para trás, diante da nova vida. Estabeleceu a ele mesmo que não encotraria mais
Rival à altura que escalara. Sua rouquidão se derramava pelo ar, insistindo em se fazer ouvida. Grave, cada vez com mais esforço.
Rijeza no olhar. Quebrado o rastro de rotas ruas percorridas, na ribalta enganadora. As luzes apagar-se-ão.
E o ritmo frenético transcorrerá à revelia do que el quiser.
Virão outros à ribalta.
Passou, tudo isto passou. 
Revelou-se então o que havia embaixo das roupas: ele, nu em tudo, ruborizou-se ao olhar para trás e 
Retomar valores retos, cordatos, rotineiros à maioria.
Rutilante é o seu amor como um rugido de fera. Rústico e nada renitente.
Rogo a Deus, e rego todo dia o rústico amor. Em Roma havia gladiadores que poderiam viver ou morrer
sem serem amados, o polegar para baixo, a morte.
Escapara desta época porque ele estaria no Coliseu em uma luta
Renhida. Não há perderia, nem àquela época na qual... Fazia como os romanos.

O BRASIL COMEÇA AQUI - ILHAS DO ATLÂNTICO

Reprodução, Martim Vaz (ES)
[o mapa à direita mostra uma foto por satélite do grupo Martim Vaz, com o ponto mais oriental do Brasil na ilha Sul, embaixo]

O BRASIL ORIENTAL, ILHAS
O Brasil tem uma grande extensão litorânea, mais de 7.400 km ao Atlântico, ou quase 9.200 km se se considerar as reentrâncias. Desde o Oiapoque, no Amapá, ao Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul.
Ilhas costeiras temos algumas importantes sob várias razões. Ilhabela, de Santo Amaro, São Vicente, Ilha Comprida, do Cardoso, Ilha do Mel, de Santa Catarina, de São Francisco do Sul, de Vitória, Itaparica, Grande, de Itamaracá, Grande de Santa Isabel, de São Luís e maior de todas... Do mundo: Marajó e ilhas adjacentes são maiores que o estado do RJ ou do ES. Alguns geógrafos a categorizam como ilha flúvio-marinha.
Não as temos em profusão.
As tais ilhas no oceano Atlântico. Outros países como Estados Unidos, Canadá, Noruega, Japão, Reino Unido, França possuem territórios insulares bastante distantes de suas respectivas costas.
Mas é importante este nosso grupo de ilhas. Território da República Federativa do Brasil.
Cinco são os grupos de ilhas atlânticas:
1. Arquipélago de Fernando de Noronha - com 26 km² é o de maior extensão - 17 km² a ilha principal - e único permanentemente povoado; é distrito estadual de PE (distante 545 km do Recife); a ilha principal tem ~ quase 3 mil habitantes; ingleses, franceses e holandeses tentaram anexar o território (aliás, os de sempre!); descoberto em 1504 oficialmente Portugal toma posse definitiva em 1737

2. Arquipélago de São Pedro e São Paulo - tem 13 mil m² (0,013km²); 986 km do ponto mais próximo do continente; pertence também a PE; (fica a 627 km ao norte de Fernando de Noronha); o mais perto do Equador; descobertos pelos lusos em 1511

3. Atol das Rocas - tem 360 mil m² (0,36 km²); pertence ao RN; fica a 267 km de Natal; duas ilhas: Farol e do Cemitério; primeira menção sobre em 1502; o local é dos mais inacessíveis com inúmeros naufrágios registrados no século XIX

4. Arquipélago de Abrolhos - tem 91.600 ha (0,91 km²); pertence à Bahia; a 72 km de Caravelas, ponto mais próximo; primeiro parque marinho do Brasil

5. Ilhas de Trindade e Martim Vaz - tem 10,4 km²; formado por dois grupos: Trindade (9,3 km²) e Martim Vaz, ilhotas e rochedos, separados por 48 km; pertende ao município de Vitória, ES (Trindade); descobertas em 1501 (MV) e 1502 (T); em Trindade está o pico mais alto de todas as ilhas do Brasil: do Desejado, 620 metros; na Ilha Sul de Martim Vaz está o ponto mais oriental do país

Vale dizer que os britânicos ocuparam a Trindade em 1890, abandonando a ilha em 1896 depois de contencioso diplomático com o Brasil mediado por Portugal.

Ponto mais a leste, cerca de 1.200 km do litoral capixaba.
O BRASIL COMEÇA AQUI.

E se não fossem estas últimas, não haveria nenhum contraponto ao domínio britânico no Atlântico Central e no Atlântico Sul. O Reino Unido domina, Tristão da Cunha, Ascensão, Santa Helena - ambas mais ao centro - e Malvinas, Geórgias do Sul e Sandwich - todas ao sul, entre a Antártida e a América do Sul. Friso que apoio a reivindicação argentina sobre estes arquipélagos. Se assim for um dia, de fato, o Brasil só tem a ganhar: a Argentina é mais parceira de nosso país que o Reino Unido além de ambos terem interesses comuns na região em razão dos tratados Mercosul e da UNASUL. Temos mais meios de manejar interesses de fora com as ilhas sob comando dos argentinos.

Nada de imaginar inimigos tampouco se permitindo ao ufanismo nacionalista idiota... Todavia... Descobriram petróleo na Bacia de Santos, portanto no Atlântico Sul o que pode toranr a região, digamos, mais atrativa a investidas de cobiça de alguma forma.
Bom ficar de olho. Os portugueses nos deixaram este legado insular pequeno, nem por isto desimportante. Ali é Brasil como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Amazônia são. Ilhas grotescamente pequenas em relação ao 'continente brasileiro' que podem ser mais e mais estratégicas.
É bom ficar esperto, olhos bem abertos, porque há de se manter em vigília.

sábado, 13 de agosto de 2011

10 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - CORREDORES

Pó, poeira e e teias de aranha; um quadro esquecido ali em cima
Daqueles pendurados como na década de 20, formando atrás deles um 'ecossistema'. Abundância.
Faixa preta em paciência.
Os outros caminhando pelo castelo sem arrastar correntes irremovíveis. Não ele.
Aprendera a conviver com seu amigo de décadas. Em todo lugar.
Às vezes o amigo quedava-se quieto. Calmaria de oceano sem-fim.
Às vezes o amigo em total ebulição quedava-se. Tormentas monçônicas.
Mas ali, no castelo etéreo criado pelo inconsciente... Nada o incomodava quando caminhava pelos largos cômodos sentindo o cheiro de velharia em cada um deles. Umidade. Mofo.
Caminhava descalço entre os corredores de fim certo. Frio nas pernas. Abismo.
Será mesmo toda esta velharia o destino reservado a ele? Improvável, mas possível.
Não queria ter que andar por charnecas escocesas onde os jutos e pictos iniciaram a civilização nesta terra. Nova Caledônia, antes chamada assim pelos romanos.
Velhas armaduras revistadas com esmero metalizado. Inexpugnável.
Na pequena fresta de sol no imenso castelo perdido nas Terras Altas. Um alento.
Pôde mesmo sentir o sol em seu rosto anguloso. Despertar.
A nesga de sol vinha já pela manhã. No lugar de sempre onde dormira. 
Felino preguiçosamente espreguiçando-se. Bom dia em um miado.
Ronronando sob seu peito. Ele sorriu para o gato que recuperado da queda, voltara a brincar. Seis vidas agora.
Aragem da manhã com perfume de laranja. Dias sem agonia.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

VIAGEM IV

Mula-sem-cabeça. Mentira.
Você falando a verdade. Mentira.
A cara lavada, após a noite mal dormida. Mentira 2 vezes. E não adianta perfume, um longo banho e o que mais fizer. Nunca você faz na real. Verdade.
Sem chance de acreditar no que você diz. Boa parte, mentira. Verdade.
Na noite de domingo tudo aquilo dito, de amor, para sempre. Mentira.
E quer quer eu acredite. Verdade, você quer. 
Vertigem em lembrar, uma náusea que me faz arrotar bílis. Sensação de estômago virando. Verdade.
Apareceu aquele dia, prometendo, gesticulando. Não sei.
Eu quis muito crer. Eu cri até agora. Verdade.
Eu não quereria parar de... Mas só motivos me deu. 
Mentiras; momentos montados na mentira? Subiu nas costas do cavalo para continuar a mentir.
Verdade. Aconteceu mesmo: a paixão. Verdade.
Veio o amor torrencial, desmedido. Alegria
Suas juras. Agradaram meus ouvidos inquietos e cansados. Verdade.
Mas depois... Revelaram-se mentiras.
O que você quer? Assim, eu crendo em tudo por conta de tudo que tivemos/temos?
Mentira, só pode ser mentira.
Mesmo a verdade de amar, você conseguiu quebrar e foi meu corpo, minha cabeça.
Eu acelerava tudo por você.
Verdades e mentiras são da sua natureza. Superdimensionadas.
Beijo meu grande amor. Verdade, você me mostrou um novo tom, uma cor viva e vibrante de estar por aqui vivo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

EXPANSÃO DO BRASIL

 Portugueses, bandeirantes e brasileiros
Reprodução, Brasil em 1846
 O Brasil, com desempenho impecável em termos territoriais durante sua história, mostra que fomos mais afortunados que os vizinhos de colonização espanhola - principalmente -, inglesa, francesa e holandesa.
Ganhamos praticamente deles todos nas disputas que nos envolvemos ou que nos envolveram, desde tempos coloniais até o início do século XX Portugueses, bandeirantes e depois, os brasileiros como um todo.
Todos os países do mundo estiveram envolvidos em disputas territoriais por motivos econômicos, geopolíticos, culturais, religiosos e mais um gama que se possa imaginar. Houve também os impérios que ficaram pela histórias e aqui a o rol e extenso. 
As civilizações mais antigas nasceram no Velho Mundo: na Ásia, na Europa e na Ásia.
Os europeus expandiram seus domínios por todo o globo, cada um deles pegando o naco que podia e não podia. 
Aqui na América do Sul, são 12 países mais o "departamento ultramarino" da Guiana Francesa e a discrepância com relação às Ilhas Malvinas (a demanda argentina é legítima).
O Brasil teve disputas fronteiriças com todos eles, com exceção do Chile, cujo país nunca na história foi vizinho nosso. O Equador não faz fronteira com o Brasil, mas um dia já fez e não tem muito tempo não: por volta dos anos 40 é que a fronteira foi definida entre os equatorianos, que saíram perdendo, e o Peru. O Brasil se viu envolto no "imbroglio" entre ambos.
Vamos lá.
Países-
1- Argentina: ganhamos por arbitração internacional (presidente americano) Cleveland território disputado situado no oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná. Estes limites já eram objeto de discórdia desde quando as antigas metrópoles Portugal e Espanha dominavam Brasil e o páis platino. Questão de Palmas, de 1895.
1x0

2- Uruguai: não foram ganhos expressivos e até "cedemos" o acesso deles à Lagoa Mirim; mas todo o sudoeste gaúcho voltou para nós, ainda no reinado de D. João VI - Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve.
2x0

3- Paraguai: precisa dizer? Conquistamos um pedaço de terra no sudeste do Mato Grosso do Sul. Guerra do Paraguai (1864-1870), a maior do subcontinente.
3x0

4- Bolívia: precisa dizer? Parte II? O Acre está aí, como Unidade Federativa brasileira. Questão do Acre, resolvida em definitivo no ano de 1903. Na verdade, um acordo de 1867 (Tratado de Ayacucho) ja favorecera o Brasil.
4x0

5- Peru: sim, não é muito conhecido, nem houve guerras, mas em razão da antiga investida portuguesa quando ainda éramos colônia pela Amazônia, acertamos por tratado com claras vantagens.
5x0

6- Colômbia: também de forma pacífica, mas conquistamos a região conhecida com Cabeça de Cachorro, com a linha trçada de Tabatinga (AM) e Letícia (Colômbia), no noroeste do Amazonas. Antes, estas fronteiras eram mal e porcamente delimitadas.
6x0

7- Guiana: antes Guiana Inglesa, foi aqui que perdemos... Arbitrado pelo rei da Itália em 1904, ficamos com 40% da área em disputa, em Roraima e os ingleses com o restante. Verdade que se não fosse a atuação do Barão de Rio Branco, correríamos o perigo iminente de perder tudo. Questão do Pirara.
6x1 (pode ser um 7x1?)

8 - Guiana Francesa: os franceses apanharam primeiro dos portugueses e definivamente depois pelos brasileiros que obtiveram a totalidade das terras reivindicadas, ali no Amapá, no rio Oiapoque. Questão do Amapá, de 1900.
7x1

9- Ilhas do Atlântico: sim, já tivemos problemas com Fernando de Noronha e Trindade principalmente. Conseguimos manter todas conquistadas por Portugal: Atol das Rocas, Penados de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha, Trindade e Martim Vaz. Disputamos com o poderoso Império Britânico.
8x1

Vencemos como poucos países venceram ao longo de sua história. E hoje, graças primeiro - lá trás - aos portugueses, temos dimensões de continente: 8.514.878 km².
Com a Venezuela (tratado de 1859) e o Suriname (tratado de 1906) as delimitações fronteiriças foram pacíficas arbitradas pelos envolvidos.
Temos paz com nossos vizinhos há mais de 100 anos, fato que poucas nações do mundo com tantos países límitrofes podem ostentar.

09 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - MOVEDIÇO

Vertical. Não se cansara ainda do longo dia de trabalho.
Podia ser que os pés e tornozelos reclamassem um pouco, ainda mais o direito. Torção anos atrás.
Matar um mastodonte de segunda a sexta lhe fazia um certo bem, de desprendimento em importar-se. Horas e horas.
Vertigem por trabalhar lá em cima. Como um corpo que cai acompanhado por olhar algum, não atrevia-se a recostar no parepeito. Poça.
Nos dias que a noite começa ganha do dia, subir lá. Vento. Vastidão.
Sempre que podia, ele ia. Fumar um cigarro com rapidez. Um só.
Café logo por cima e pronto ficava para reiniciar o que quer que fosse.
E o qualquer que fosse era tanto. Dinheiro para tudo isto, se não como compensar as horas?
De dormir sem relógio?
Pensou em viajar para algum lugar quando viessem as férias. "O sonho de outro dia. De outros e outros dias".
De veraneio? Para algum casstelo no extremo norte da Escócia? Quisera mesmo ir. Para valer
As longas conversas com o Felino, entre português e miados, havia comentado que pesquisara sobre o lugar.
Conversou longamente inerte a tudo o que fosse lá fora, confortável pelo dia. Nublado, friozinho. O ronronar. Sensação de paz.
Deitados, quase na varanda.
Terminado mais um dia. Daqueles uns...
Verteu uma lata de suco. Caminhava rápido para reencontrar, todo dia mesmo que fosse, seu permanente castelo, tão bem escolhido por ele que não poderia sequer imaginar morar em algum outro lugar.
Viagens por ali. Sem medo.
Territórios que não eram de ninguém podiam ser experimentados. Mesmo que movediço sejam.

sábado, 6 de agosto de 2011

052 - "ESPETÁCULO" I

O cheiro de jaula ficava cada vez mais forte. 
Chegaram naquilo que era um arremedo dos antigos teatros de arena gregos; Zeus, o do Olimpo, por certo não gostaria nada, nada, deste lugar.
Fechado na porta principal, que depois vieram a saber que era a destinada aos convidados, o local fora iluminado como uma farmácia 24h. Mesmo com o cheiro forte espalhado pelo ar, o lugar quedava-se limpíssimo como um hospital sem infecção hospitalar. 
"--- Em cinco minutos vocês verão o maior espetáculo feito desde o tempo em que cristãos eram jogados aos leões no Coliseu. Desde o tempo em que Spartacus tornou-se campeão, matando vários outros gladiadores. E outros animais também, mas os de 4 patas".
Riu escarnecidamente expondo os 4 pré-molares de ouro, que refletiam a luz 'farmacológica' do novo Coliseu dos trópicos. 
Duílio e Simão entreolharam-se. E foram surpreendidos quando os separaram, indo cada um de um lado da arena que valia tudo. Não deveriam se comunicar durante os 20 minutos de espetáculo, por isto foram separados. Tampouco nenhum dos convidados deveriam se olhar durante e para isto a arena fora construída em 3 partes com tapumes de 2 metros de altura. 
Aquilo deixou Duílio tão apreensivo que pensou mesmo em dar meia volta, ir embora, um desejo de "quero fugir deste lugar", e quase o fez. "O que o Simão está achando disto? Porque nos separaram?".
Uma sirene soou. Respiração em pausa e o silêncio pesado como um bate-estaca antes do tsunâmi imperava inequívoco. Zeus fez a contagem regressiva."
Prontos? Todos? 10, 9, 8...".
De uma porta saiu um cara grande, forte, parrudo e armado apenas com uma rede e um capacete com motivos gregos. Calçava sandálias fechadas e vestia um shorts de couro preto. O fato real: o gladiador tinha corpo de um e parecia ser bom lutador. Simão notou que o rapaz deve ter praticado aquelas lutas de vale-tudo: suas orelhas carcomidas estavam. "Sem falar no nariz quebrado". 
Simão, na divisão ao lado via aquilo tudo sentindo a adrenalina correr pelo seu corpo. Ansioso, estralava os dedos, cruzava e descruzava as pernas. Queria fumar um cigarro para conter parte de seu nervosismo.
Outra porta se abre, diferente da outra bem à vista, esta estava pintada e desenhada como cor dos azulejos da arena. Passou despercebida pelos dois. Ela corria para cima.
Nova contagem regressiva. 
"Deve aparecer um cara do mesmo tamanho. Talvez, com armas diferentes... Machadinha, lança".
Ele levantou-se atordoado com o que vira. 
"--- Vai começar o show! É aqui que me divirto. Aproveitem", disse Zeus.
Assim que a porta se abriu apareceu uma onça-pintada, das grandes. O felino logo avistou seu oponente, rugiu e avançou veloz, sem medo. 
Simão realmente não esperava por este tipo de luta, nem em sonhos. Quem desejava ir embora agora era ele.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

08 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - SONHO DE AGOSTO

O ano está passando. Chegamos em agosto, oitavo mês dos loucos, dos azarentos, das luas cheias, dos gatos pretos, dos lobisomens, das sextas-feiras 13. Logo mais já se considera fim de ano.
Via o andar dos acontecimentos envolto em pensamentos que se desencontravam parecendo que 'as ideias não correspondem aos fatos'
Vestido com grosso sobretudo, estacou em uma esquina, como tantas na cidade, e observou as pessoas sob a garoa fina é gélida.  'Corre-corre danado' para chegar logo em casa, ver seu amor, descansar, tomar banho, comer ou ainda, corre-corre para não chegar em casa. Motivos são arrumados.
Ele sempre queria e caminhar por 20 minutos no frio de agosto não lhe faria mal. Apressou-se sem temor do frio 'siberiano' que envolvia o país tropical.
Sentiu saudade de afagar seu gato, Felino, e ouvi-lo ronronar em sua barriga mexendo levemente a ponta do rabo.
Ambos dormiram em frente à televisão não deu uma hora depois de ligada. Cinzeiro cheio ao lado.
A ave de rapina voava sobre seu corpo dando voltas e rodopiando com calma e leveza em uma envergadura do tamanho de um homem. Atenção.
Vinha a jato ao longe e no meio da rota aérea, vinha devagar perto. Susto.
Pôde sentir o ar movimentando-se pelas grandes penas, todas cinzas de vários tons. As garras fincaram em seu ombro. Desnudo não sabia porque. 
Estavam em um lugar longe, no qual ele ouvia o barulho do mar, as ondas batendo em rochedos, vergastando-os sem trégua. Luta titânica.
Ficou onde estava, não gostava de lutas homéricas assim. Sentiu o aroma da maresia. 
A ave girou a cabeça, alçou voo e sumiu. A sensação, ainda etérea, das pinças em seu ombro permanecia.
Acabou assim, em um átimo. 
Sedento, bebeu 1 litro de água de uma vez. Vida.
Olhou a sacada, a porta entreaberta com a persiana a balançar em suaves formas. 
Vertigem só de pensar em caminhar até ao parapeito. Melhor o resguardo disto e aconchegar-se em sua cama. Pronto, a cota de aves, rochedos, garras, maresia ficara no sofá.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

VIAGEM III

Para a manhã bem cedo. Café preto, amargo.
Para sair de casa. Banho e barba feita.
Sentir-se confortável. Roupas e mais roupas.
Inverno na megalópole. Garoa. Vento.
Agosto, o mês 'maldito'. Sempre muito vento.
Para os que nasceram em agosto. Sigam em frente, é um mês igual aos outros.
Para lidar com as perturbações. Escrever.
Para o corpo. 'Ferros acadêmicos'.
Viajar para qualquer lugar. Ver gente, conhecer.
Tramas sórdidas. Desprezo.
Para o preconceito de todos contra todos. Educação. Tolerância.
Torcida organizada, serve para que? 
Para estas facções. Educação.
Aos que dominam e que dominam muito, gente, terras, $, sentimentos. Menos, bem menos para vocês.
Para os escarnecedores do sentimento. Aprender na carne.
Aqueles extremistas que matam. Confinamento até o fim.
Às peles que embelezam pessoas. Feiura. Nojo.
Para a humanidade mesquinha. Jesus Cristo.
Para os compulsivos em qualquer coisa. Calma. Ajuda.
Aos solitários impávidos. Remédios. A vida lá de fora.
Para mim que tanto almeja. É paz de espírito.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

PIRACICABA, 244 ANOS

Piracicaba, outono, o rio, emb. à dir. av. Beira-Rio
244º - PIRACICABA
Hoje 1º de agosto é dia do aniversário de Piracicaba, 244 anos desde aquele distante 1767. Fundada pelo capitão Antônio Corrêa Barbosa. A Casa do Povoador está lá para comprovar.
Hoje a cidade tem 365 mil habitantes.
Hoje o município de Piracicaba é o 46º PIB do Brasil.
Hoje a cidade, como ontem, fala arrastado. 
"R" retroflexo. Entonação firme no imperativo: "ande", "pare". Estão todos lá.
Hoje a cidade respira ares de um certo cosmopolitanismo. Sem perder o ar de interior por quanto tempo?
 E para rir, porque piracicabano é um povo inovador desde muito tempo: o Salão Internacional de Humor, o mais antigo dos três principais do mundo.
O rio de Piracicaba que corta a cidade em duas está lá, serpenteando, menos poluído, mas longe do ideal; de ver peixes como há 60 anos.
Hoje o rio ainda faz aquele barulho de águas correntes. Para embalar sono. 
Hoje a cidade implanta o seu terceiro distrito industrial. Tem fábrica de automóvel coreana que vai se instalar.
A ponte do Mirante, Irmãos Rebouças o nome oficial, será duplicada: 4 pistas de para o centro e 4 para a Vila Resende.
Hoje o XV de Piracicaba voltou à elite da elite dos campeonatos estaduais.
O perfume de dama-da-noite andando pelas calçadas em noites de verão piracicabano, daqueles parados, sufocantes, é constante.

A névoa úmida e fria que cobre toda a cidade em alguns dias de outono e inverno quando não se vê o prédio vizinho.  (FOTOS)

 névoa de outono - vista para o rio Piracicaba/Vila
A música "O Rio de Piracicaba", nossa primeira referência cultural "ouvida" perante ao Brasil.
Sempre cantada e sempre conhecida.
Estudantes se misturam aos locais  há décadas. Muitos se tornaram piracicabanos e geraram filhos da terra.
Reformas por ali e por todos lugares; um canteiro de obras a céu aberto.
Um clima quente de modernidade, pode-se ver isto pela cidade toda.
E as pessoas? 
Vivem ainda como na Piracicaba interiorana - a Noiva da Colina -  exclusivamente interiorana, ou estão (estamos também) preparados, dispostos a receberem novas informações? 
Novos conceitos? 
São os tempos que vêm por aí.

07 - ALEATÓRIAS HISTÓRIAS - AGOSTO

Vento, muito vento assobiando pelas janelas do apartamento de madrugada. Ele acordou sonhando com um alguém que gritava em seus ouvidos, alternando ora ou mora outro, com voz aguda e parecendo uma lâmina a cortar sua carne.
Barulho. A porta de vidro da cozinha bateu e rachou um tanto. Despertou assustado tentando entender estes barulhos todos e o sonho em que ele estava em um teatro com uma orquestra e a voz aguda, ele achou, que era um saxofone desafinado. 
Estancou a respeiração e quase sorriu aliviado em saber que p vento é que uivava por todas as fresras possíveis. Sentou-se na cama e coçou-se. 5h25 marcava; daqui a 1h teria que se levantar para fazer o exame. 
Levantou-se para beber água. viu que o estrago no vidro foi grande e requereria trocar o nada robusto vidro que separava o cômodo da área de serviço.
Luz ligada. Ainda estava escuro e detestava tatear pela casa. Nunca gostara de escuridão e lhe confortava que vampiro algum ousaria entrar em sua 'castelo'. 
Andou descalço com cuidado mas foi inevitável. Corte na planta e um sangramento copioso. Correu para o tanque e lavou-se com cuidado porque um caquinho havia se incrustado na sola, arrancou-o cokm vontade. Uma colher cheia de açúcar e pronto. Sangue para dentro de novo.
Assobio aumentou e se não precisasse ir fazer a bateria de exames, voltaria à cama para continuar a dormir sem preocupação alguma. Nem poderia se quisesse. 
Voltou mancando até o quarto e o Felino começou a roçar-lhe as pernas cabeludas. Fome.
Sangue, HIV, hepatite, triglicérides e mais uma quantidade grande destes exames. tudo daria certo, sem sopetões emocionais. Era uma certeza na qual ele não se demoveria.
O oitavo mês do ano começou hoje. Vento, muito vento. Sexta-feira, dia 13. Poucos casamentos. 
"Bobagem. Idiotice. Como daqueles que Netuno entra na '1000ª' casa influenciando negócios, amor. Bobagem. O que Netuno tem a ver comigo? Daquela distância toda...?".
Serão 31 dias os de agosto, com carinhos e avanços. 
Despedida do Felino que subira na cama e aninhou-se por ali.
Olhou ao sair a sacada, o carpete fino, a persiana. Dormiria na volta ali, no final de tarde sentindo o vento de agosto.