quarta-feira, 30 de junho de 2010

008 - NAS MANHÃS, BEM CEDO

Então ele acordava bem cedo nas manhãs geladas e garoentas de inverno só para ppoder fazer o café e sentir o aroma se espraiando pela casa. Contemplava também pela janela do apartamento no 8º andar o corre-corre logo cedo dos paulistanos que iam ou chegavam em apressandos andares de quem ainda não chegou lá. A xícara fumegava e quase o queima o lábio. Da janela da área de serviço, com a xícara em punho, via também o prédio vizinho; uma construção bem robusta com a marca de um arquiteto famoso no mundo inteiro com 30 andares e sacadas amplas e envidraçadas. O privilégio, ou melhor dizendo a visão estratégica que tinha da sala e dos quartos do edifício possibilitara em ocasiões nem tão raras assim ver cenas particulares de um cotidiano que até "ontem" ele detinha e menosprezava.
Sempre às 6h10, o casal de meia idade que morava no apto com uma sacada cheia de folhagem - bem vindo à selva - acordava e a esposa regava com generosa paciência todos os vasos e se ele não se enganava e se pudesse ler lábios decifraria o que tanto ela os mexia. Podia ser que estivesse falando com o marido que nunca regava nada porque além de mexer a boca gesticulava o  braço esquerdo parecendo clichê de comédia italiana dos anos 1970. Ao lado, em cima, moravam duas mulheres que promoviam jantares todas as sextas para um grupo seleto de amigas: apenas mulheres, faixa etária a mesma, loiras, morenas e uma negra. Pareciam ter saído de um desfile do SPFW de tão magras silhuetas trajando vestes conceituais coloridas como um campo de primavera.
Já o cara ao lado do casal da folhagem morava sozinho, ou parecia morar. Sozinho e ligado horas em frente ao computador. "Que vida social um cara assim pode ter". Intuiu que deveria trabalhar em casa como web designer. Devia ter no máximo uns 30 anos, da cor branca tom paulistano, e o uso dos óculos, modernos é verdade, escondia alguma incorreção visual. O apto deste era o mais bagunçado que ele já espreitara, o que condizia com o seu logo que virava as coastas e se deparava com a pilha de roupa suja para lavar e etc etc etc...
No meio deste devaneio xereta houve um dia que Simão ligou antes das 7h. Bêbado que estava acabara de sair de um "clube noturno" perguntando para ele absolutamente nada. 
---Tô ligando porque você é meu melhor amigo e também porque tô indo embora e queria falar. Eu sei que você já deve estar em pé faz tempo. Parece até que tô sentindo o cheiro de café.
--- Quer passar aqui? Faço outro para você.
--- Nossa, nem... Estou com uma cara bem feia, tipo monstro do pântano tá ligado?
--- Ok, você que sabe. Se mudar de ideia, seu maluco, me ligue.
Mais uma manhã de tentativas de arrumação emabalda pelo treino do vizinho debaixo tocando o violino clássicos de Villa Lobos. Supôs que fosse. A garoa, naquela manhã, intensificou-se e ele aninhado na cama dormiu sonhando com a cara de monstro de Simão.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

007 - CONTRATEMPOS

Verdade mesmo que ele nem tinha horário regrado para nada: comer, banhar-se, limpar o que fosse, andar de bicicleta no Ibirapuera, procurar emprego e sair para beber... 
Tudo isto era desprovido de tempo cronometrado, o que permeava sua vida mesmo era os contratempos. E apareciam com frequência, para ele vendo a vida dos outros, inusual. Não que aqui coubesse o papel de vítima biologica ou emocionalmente, só afirmando que ou ele procurava os contratempos ou estava fadado a isto sem que procurasse sarna para se coçar. 
Por exemplo e este lhe é bem claro e caro: sua presumível capacidade de respirar - igual a que existe para os 7 bilhões de pessoas, nossos convivas - quedava-se mais e mais em patamares insuficientes. E porque? Bem, havia nascido com tudo que era possível de complicação no trato aéreo do seu corpo. Lembra-se muito bem fora impedido tantas vezes em sua infância de realizar determinadas brincadeiras tais como uma guerra de travesseiro, acampar com os amigos da escola, brincar de pega-pega, jogar bola; até rir muito poderia desencadear uma leve insuficiência respiratória. 
Um desvio de septo. Alergia a poeira, a mofo, a tinta molhada... 
Quanto ao pó branco, aquele que vem da terra do índio cocaleiro, seu nariz reclamava mas ele mandava para o inferno. E resiliente que tornara-se psicologicamente, nem dava a correta preocupação para a 'não-alergia'.
Quando adulto, mestre que se tornara em fazer sexo, a tal dificuldade em respirar atrapalhava sua longas pedaladas pelo Ibira e por São Paulo toda. E de uns tempos para cá, cansava-se com mais rapidez quando na cama para foder. "Eita, como tô ofegante. Tenho que disfarçar".
"Nossa, aquela vez que fiz a avaliação física fiquei quase sem fôlego. Foi bem ruim. Passei só porque o educador físico é primo de segundo grau". Recomendaram-no que pegasse leve com os pesos para que não se sobrecarregasse os alvéolos.
Neste mesmo dia, Simão passou com "louvor". Não que fosse também um primor físico, entretanto não detinha o tal contratempo para respirar. Somente mais magro do que desejava o que poderia ser resolvido com seu $ e um intenso treinamento. "Com $ todo mundo fica mais interessante" replicava.
E tossir. Duílio tossia repetidamente comendo bebendo ou até com a própria saliva. Aí vinham aqueles longos minutos de recuperação para que tudo voltasse ao normal. Irritado que ficava logo pensava que é "assim mesmo. Devo estar a pagar algo do passado". Nem sabia se tinha vivido no passado.

sábado, 26 de junho de 2010

006 - AQUELE QUE ESTEVE AQUI

A manhã irrompeu a noite toda faceira e com a certeza que o céu abrigaria brigadeiros e o Atlântico almirantes. Bem, esta é a primeira vitória de Duílio no dia que começou antes do sol dizer que é ele que manda e desmanda.
Revirando-se na cama permanecia com o pensamento na viagem que no fim das contas teria que perder a oportunidade porque $ seria improvável arrumar por estes dias; ainda mais com o prazo dado por Simão findando-se. E Simão era o tipo de pessoa que não estendia nada a ninguém: "uma vez, naquele tempo naquele lugar", assim vociferava aos ouvidos de outros.
Viajava abraçado aos 2 travesseiros esperando o dia nascer para iniciar o que poderia fazer. Virava-se de um lado para o outro já sem as meias que pusera para dormir arrumando  toda vez os edredons que teimavam em pender de um lado da cama Viajava irriquieto até que quedou-se paralisado, sem mexer um músculo nem o tique de balançar dos pés para ajudar na vitória do sono; só o despertador com o tique-taque reverberava pelo silêncio (quase) absoluto no apartamento em meio mais um dia de metrópóle na zona sul de São Paulo. 
Não era mais hora de dormir.
"Porque tem que ser assim? Bem agora que estou sem um real sequer recebo uma proposta de viajar!".
Ficou rememorando a última viagem que fez à praia dois anos atrás. Foi aqui mesmo no litoral norte de São Paulo onde passou os quinze dias mais tranquilos de toda a sua vida de marmanjo. Foi sozinho, Simão apareceu por lá três dias antes de partirem, e fez os seus horários para tudo.
Visitas? Claro, as recebeu só para contrapor e "nadar contra a correnteza" do restante dos dias que vivera até ali. Sem encanações nem pensamentos que fazemos em 'filmes-cabeça'.
Ele estivera ali para repor energias e acabou foi que ele repôs. 
"Incrível né? Eu achando que não tinha nada disto aí para passar desejando só que me transferissem... Acabei mesmo por transferir e assim passando a energia que eu pensava nem ter mais. Só agradei".
Pronto chega de ficar à milanesa na cama.
"É, mas agora não está mais aqui".

sexta-feira, 25 de junho de 2010

005 - DUÍLIO: DAS LUTAS INGLÓRIAS

"Um exemplo que eu sempre falo é o das filas de banco. Incrível, como parecem aumentar mesmo com toda a parafernália automatizada, informatizada e as quebradas que os bancos possuem para o auto atendimento. Outro dia ouvi que era pronto atendimento o que me lembrou de pronto-socorro.
Tudo mentira. Sabem quais são mentiras as mais canalhas/absurdas: aquelas propagandas de banco que para mim se repetem. E aqui vou usar uma expressão que eu gosto muito: o mais do mesmo. Gente linda que nem parece que fica na lida, que trabalha, sempre sorridente, bem vestida, com carrão, roupas bacanas e acima de tudo com muito $. Claro né?
Porque todos - os bancos - afirmam que o que importa mesmo é o cliente?
Huahuahuahuahuahuahua. Papagaiada das maiores estas. Eles até podem enganar a todos, ou a quase todos o tempo todo mas a mim... Nem fodendo... Ops, nem ferrando.
Outro dia fui ao banco com o Simão, o da viagem, porque eu estava sem fazer nada mesmo e ele me afirmou, reafirmou, reiterou e ratificou que seria tudo muito rápido.
Huahuahuahuahuahuahua. Foi demorada para cacete.
Argumentaram para  gente que é dia 10, do pagamento, que existem os velhinhos e que dois funcionários faltaram, um por doença e o outro pela morte da avó. Deve ser a quinta que ele mata.
Redarguimos (esta é foda!) que se é assim todo dia 10, e é assim e 'e vocês sabendo disto realoquem funcionários'.
Reclamamos por várias vezes. Ligamos para a ouvidoria (este órgão também merece a gargalhada de ironia porque "eu vou o dar o meu desprezo para você que me ensinou" sobre as coisas do banco) na frente de todo mundo.
O Simão está esperando até hoje o retorno".
Aquele dia, depois 2h30 dentro do inferno e tendo saído ambos já quase noite naquele fim de tarde escuro de inverno paramos no primeiro bar que passamos. Acho que não foram nem 50 metros do infernal banco. O lugar era meio seboso de um estilo sem estilo mas depois de tanto estresses para a glória da luta inglória beberam 2 doses de conhaque cada um. E não pensem que foi de marca boa não. Tá bom: foi das medianas.
E Simão concordou que a luta por um melhor atendimento em banco é perda de tempo. "Verdade Duílio. É uma luta inglória".
Saindo do bar a garoa bateu no rosto deles, um de barba feita o outro de dias.
"E a viagem? Você está resolvendo. Te falei: seu prazo está terminando".
Da resposta que não veio, Duílio emendou com a ideia de passarem no amigo da Vila Monumento.

terça-feira, 22 de junho de 2010

004 - DUÍLIO E A VIAGEM

Seguindo a postagem anterior que versa sobre um covite para viajar.
"Não ter $ para viajar me incomoda, é verdade. Mas não ter $ para me dar alguns regalos nesta vida é ainda pior e quando falo de regalos nada a ver com àquelas pessoas que estão 'querendo sempre aquilo o que não tem'. 
Eu não tenho cara de abortado.
Difícil mesmo é abdicar de necessidades básicas para mim; quanto aos luxos que se lixem.
- plano de saúde
- academia
- investir em um curso de língua estrangeira
- trocar a fiação do velho apartamento
Estas são as necessidades que me lembrei agora. Há outras. E gosto muito de todas elas, mesmo que eu as não possua. Trocar os vidros da janela também está nas prioridades... E aí, o Simão ve me falar de viajar não sei para onde sabedor das minhas dificuldades. Queria saber o porque desta provocação e a surpresa se eu souber acho que vai ser ainda maior. Ou não é provocação. Devo crer em sentimentos 'nobres' vindos dele?
Despeito? Que nada! É dureza, chama-se estar na própria pindaíba. Curto muito esta palavra porque ela dá a exata dimensão pelo o que estou a passar (esta e dos portugueses) nesta década que malç terminou e já se prenuncia a que vem vindo aí como... Sei não. Melhor nem falar.
Vender, o que eu tenho para? Só se fosse o corpo pelas ruas Rego Freitas, Peixoto Gomide... 
Hum, talvez pudesse vender substâncias ilícitas. Não seria nada mau para realizar um $ rápido. Sem pudores, sem escrúpulos, afinal, no passado cheguei bem perto disto.
Amigo de Simão há tempos. ele é um cara destes que se veem aos montes pelas ruas de São Paulo se misturando aos brasileiros alegremente porque tem a ginga, a cor, o way of life e tudo o mais de brasileiro. Daqueles que se ficarem na praia por 1 semana volta preto. O contrário dele: branco como leite azedo.
Simão retrucava: 'Duílio, eu tenho avô negão daqueles bem pretos. Minha avó diz que eu sou meu avô amorenado. Por isto, quando tomo sol fico bem pretinho. Você fica um pimentão.
E ria.
E eu também rio quando me lembro deste diálogo. Ele pretinho retinto e eu branquelo azedo. Huahuhuahuahua.
Mais um motivo para eu me virar e conseguir as verdes com a imagem do tio Sam. Simão, me aguarde".

segunda-feira, 21 de junho de 2010

003 - DUÍLIO E O AMIGO SIMÃO

VIAGEM PARA VENDER
Um estava quebrado. O outro arrumara há tempos um bom emprego - mais um bom emprego - e seguia de traulitada a vida e os outros; típicamente prepotente transgredindo a regra que pela ética não se deve subjugar ninguém pelo $. Mas ele estava endinheirado e transitava a matéria - agora mais ao gosto do mercado de gente - nos bons lugares. Este era Simão, seu amigo de anos, e como ele dizia "de outros carnavais eu o conheço".
Simão afirmava que o único ser que ele se dava permissão para não manter-se arrogante era duílio, o amigo de jogar futebol nas várzeas da Mooca na década de 1970. simão ostentava uma cicatriz no nariz fruto de uma dividida entre os dois... Em times dieferentes naquela única ocasião, Duílo subiu de boca aberta... Simão subiu também e o ambos se chocaram no ar e a arcada eficaz cravou feroz o nariz do amigo.
"Quando eu estou como o Simão, não sei porque sinto duas coisas juntas ao mesmo tempo: uma é que eu gosto muito dele e por isto gosto também do que ele me proporciona de conforto A outra é que não acho muito legal estar sempre quebradaço e ele de bem., claro, deve ter uma pequena inveja por aí né?
Que sentimento ambíguo, dias caras. como eu sou tantas caras nos minutos transcorridos. O lance é que ele sabe que eu tenho esta inveja 'branca'. palavra foda. 
Ontem mesmo ele me convidou para ir viajar e não é para Santos não. ele quer pagar minha passagem para passarmos agosto inteiro dele em Portugal. Roteirizou plano de viagem: visitar a cidade de seu avô, no sul e enmcotrar os Malheiros Ribeiro; primos, tios e tias. tem até um deles que é prefeito da cidade, pequena não tem mais que 30 mil habitantes.
Claro que eu quero ir e estou bem propenso a ir...
lembrei - ma coisa que eu gosto: turbulência em avião. Amarradão em sentir aquele mede que esfria aqueles pêlos que pouca gente vê.
Tenho vontade de ir. O Simão até sugeriu viajarmos dia 5 e voltar 25. só fez uma condição:
--- Duílio, eu pago passagem ida e volta. Isto é de verdade, quede-se tranquilo, ok? Agora, você só tem que arranjar uma grana para passar os dias lá. E nem é tanto assim porque 10 dias vamos ficar na casa da minha tia-avó, solteira, uma casa bem grande. Se vira, porque você não é quadrado.
E o que eu posso vender? 
Alma?
Corpo?
Ou tudo isto e levando de roldão o espírito. Se é que tenho todas estas "coisas".
Que jeito eu vou dar?
E ele? O que vai pensar se eu não conseguir descolar esta grana? Incompetência?
Total. Para quem não tem nada, resta mesmo é ser competente".

sábado, 19 de junho de 2010

002 - O ROMANO DUÍLIO

NOME DUÍLIO
Da lista anterior... nenhum foi escolhido. Achei outro percorrendo sítios de nomes antigos na Roma Antiga, desde a fundação, passando pela República, ao Império: Duílio.
"Numa destas segunda-feiras quaisquer de junho, logo pela manhã, fui fazer um serviço de banco. Na verdade, em dois: um estatal e o outro privado. E não sei qual é o pior para arrancar o couro da gente. O privado é descarado mesmo e arranca mesmo e que se lixem eu e os clientes que não tem o status "personalidade", "ouro", "rico"... etc, etc. Já o estatal, se não arranca disfarçando porque por vezes tem taxa de juro menor, é pior no atendimento ao público. As filas são intermináveis.
De toda forma, como disse o Tarquínio, meu amigo desde os tempos de república da faculdade, é uma reinvenção do capitalismo aprimorada para explorar na cara-de-pau costumeira dos banqueiros nossos salários/dinheiro.
Lembrei de mais uma coisa que detesto:
- fila de banco, de farmácia, de metrô de qualquer coisa. Além da demora no atendimento sempre há clientes que demoram ainda mais procurando coisas nas bolsas e mochilas; sem falar no livro que é impresso toda vez que se paga com cartão de crédito. Devagar quase parando! E as velhinhas/os, mulheres com bolsas enormes? Nossa, são os que mais embaçam.
Bem que eu podia me controlar um pouco... Ao menos tentar, mas não consigo. Fico na minha mas vocifero em pensamento meu desagrado.
Como prometi para mim mesmo, eu o neto de italianos vindos de Roma e Gênova, escrevo também uma coisa que eu gosto para não parecer que sou um mal-humorado (hahahaha)... Até parece
Gosto
- Fumar um baseado logo pela manhã em um sábado ou em um dia de férias... Fico viajandão sem parar... fazendo tudo com muita calma.
Depois tem mais..."

sexta-feira, 18 de junho de 2010

001 - O ROMANO AQUI DO BRASIL

VIDA DE UM CARA DE 35-40
Criei um personagem que a partir de agora entrará no blog sempre que ele estIver disposto. Pode assumir várias profissões ao seu bel prazer enredando-se em qualquer situação e envolvendo-se com diferentes e diferenciadas pessoas neste corre-corre que é a vida dele.
Mora em São Paulo, ali no bairro do Paraíso sozinho já faz um tempão; e tem mais ou menos uns 35 anos... 35-40...
O nome? Ainda não fechei mas deve ser de origem romana com maiores chances ou ainda grego. 
Nomes candidatos
1- Licíneo
2- Rômulo
3- Augusto
4- Tibério
5- Maximiliano
Mas outros podem entrar...
"Acordei cedo hoje, muito cedo, às 5h35. E me lembrei de todas as dívidas que eu tenho no banco. Mais de R$ 7 mil. Quer saber: estou me fodendo para eles.
Acho que eu deveria fazer uma lista daquilo que gosto e não gosto para aquele gerente e esfregar bem na fuça dele que eu não gosto que me liguem antes das 8h para me avisar que eu tô devendo. Porque isto eu sei. Dá vontade de ligar lá e dizer com uma ironia igual à usada quando eu enganava e inventava os professores: 'Viu, me conte algo novo porque dever eu sei que estou devendo'.
Gosto
- coca-cola gelada depois de um salgado
- acordar cedo e ter dormido cedo
Não gosto
- banco ligando pela manhã
- central do cartão de crédito ligando pela manhã
Putz, acordei hoje mesmo duro. Ahahahahahahaha.
E pelo visto vou ter que resolver sozinho porque hoje sendo terça-feira não tenho como chegar junto. Vamos ver se vai rolar o que eu tanto elaborei ontem.
Gosto
- beijar na boca com muito amor
Não gosto
- gente que é fria ao toque"

quarta-feira, 16 de junho de 2010

OVERDOSE? TÔ FORA

ADICÇÃO PELO FUTEBOL
Nestes tempos de Copa do Mundo na África do Sul há uma verdadeira avalanche, que não de neve mas sim de futebol, que me faz sentir plenamente em um estádio de Durban, Joanesburgo ou Cidade do Cabo. Nossa, que coisa mais exagerada.
Tenho vistos alguns jogos e como eu torci no de hoje: Suíça 1 x 0 Espanha. Para os espanhóis claro, porque mi avuelo quedaria nervioso caso fosse o contrário: nem adiantou porque os suíços plantaram uma zebra diante da Fúria espanhola, uma das favoritas ao título. 
Esclarecendo: o problema não são os jogos televisionados; o que é irritante e que depois se transfporma em enfado ou fastio são so progbramas de mesas redondas sobre aquele jogo, aquele lance, aquele jogador. E as discussões sugerem um infidável desconforto de posicionamentos sobre detalhes de um jogo.
Nossa! Como é chato! 
Será que dá tanta auduência assim? Opa... Esqueci dos patrocinadores, óbvio. As cotas vendidas pelas emissoras sempre se sobrepõem ao bom gosto, à razão e a (quase) tudo mais. 
Os meus detratores - que devo ter aos montes - rebamtem dizendo que é apenas e tão-somente no período da copa que ocorre esta overdose e que eu o chato sou eu.
Pode ser, de fato. 
Mas que zapear pelos canais de TV abertos e ver horas e mais horas de "especialistas" discutindo futebol é de uma chatioce atroz. Eu pulo, tô fora.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

CONTO X

TRÊS HISTÓRIAS: ROMA, GRÉCIA E IRLANDA
Mais um trecho de um conto que escrevi. É o último pronto. Versa sobre o relacionamento de três pessoas descendentes de italianos, gregos e irlandeses. Exponho aqui vários ranços e preconceitos que permeiam o pensamento humano, com uma clara dominância para os que estão bastante presentes em nossa sociedade: homofobia, preconceito por origem geográfica e de nível educacional.
Espero que leiam. Aguardo comentários, sejam bons ou maus. O personagem principal é o brasileiro-grego "Stavros", se bem Marco Antônio (italiano) e Kevin (irlandês) são co-protagonistas.
Valeu pela atenção.
Chama-se: "Relação a 3" (nada sexual).
"E falando em período helenístico, já neste verão do Velho Continente ele vai à Grécia passar 40 dias na passeando pelo país. Tudo reservado e ainda ansiado por causa de querer viver um sol tórrido em terras civilizadas. História, praia, estatuária, música eletrônica, mitos, um tanto da psicanálise e de Zeus estão lá. Olimpo, Santorini, o Colosso de Rodes debaixo do mar, o Egeu, o Jônico, o calor do verão; ver a Creta Minóica de leste a oeste e seus palácios; as plantações de oliveiras na Tessália; destrinchar Atenas: a Acrópole, Parthenon, os teatros e muitos... Muitos homens. Subir ao norte de carro até chegar a Salônica. Ares, nervosinho de tudo. Conhecer Esparta (um fetiche), Corinto; as ilhas de Delos, Tassos, Lemnos, Quíos, Samos; todos os “dedos” do Peloponeso. Ver as escavações da Civilização Micênica. Colunas dóricas. Certo que 40 dias não serão suficientes para se ver tudo, ou melhor, tudo que ele deseja; quem sabe no próximo verão grego, ele não tira férias por três meses? Estuda grego, o moderno, já faz meio ano e aprendendo fácil está. FPS número 100 na praia. Estudioso dos filósofos e dos esportes da Antigüidade o conhecimento sobre o pedaço final da península balcânica avançava dias seguido de dia. Mastigando gelo. E os grandes naufrágios acordados por Netuno, o rei daqueles tempos dos mares. Haveria de pesquisar um vaza-barris. E na próxima semana freqüentará uma academia de luta greco-romana (que está extraindo-lhe o regato tranqüilo do sono). Dono de quatro décadas e alguns – vários – anos, deverá o ser o “decano” na escola que oferece lutas diversas ali na avenida Ipiranga, perto do metrô República.
De uns tempos para cá ele tornou-se confidente de alguns clientes e funcionários agenciados. Amigos? Os tem em conta dos dedos da mão... Mais pela consideração do passado e de um presente meio instável que acaba por fazê-lo desencanar e não pensar nele – no passado. E vivia bem assim, sem muita interferência pessoal, executando o que bem lhe aprouvesse durante os dias. Os rapazes agenciados o tinham mesmo com um ‘mentor’ paciente que ouve a tudo e com um razoável nível de compreensão. Alguns, com o passar dos meses, quedavam-se mais próximos, chegando inclusive a fazerem programas de diversão pela cidade: cinema, passear em shoppings, comprar roupas novas...
Ouvir aquiescendo de pronto às histórias contadas tornou-se a chave para ele melhor entender quem participasse de sua vida; fosse diante da mesa da sala do escritório, no prédio cujo qual fora eleito o síndico (perfil, o do estereótipo bem aplicado a ele) e reeleito uma vez ou em ocasiões sociais; por vezes no passear/viajar sozinho que realizava. Possui desenvoltura absoluta para relacionamentos epidérmicos diversos porque a exterioridade, além do fundamental ouvido, é receptiva aos que se aproximam. Um professor querido, contudo implacável na correção (não exatamente no carácter do próprio) e acima de tudo, justo: já escutara ao depauperamento que “você parece um professor que eu tive na escola”. Ele ria desbragadamente porque remetia a palavra ginásio que havia quedado lá trás na memória e que, por conseguinte, denotava a idade... Dele.
Histórias de tantas histórias que são contadas e acontecem exatamente à risca de como contadas e que são contadas e acontecidas por estes que as relatam. Tem altercação. A cada minuto vicejam e pululam em todos os cantos redondos deste planeta. E mesmo em outras dimensões. Semelhanças de fatos, lugares, pessoas, cores, cheiros, músicas existem e são reais. Há não apenas as exceções há muito mais que estas. Há o que cada um tem em si próprio e vamos reiterar que isto é idiossincrático para cacete. Algumas são interessantes chegando à página três e soníferas adiante. Stavros remói nos dígitos do computador as bóias de verdade que nem sempre pautavam pelo ineditismo: um critério ajustado para ele é que novidade trazia interesse, entretanto não enchia o pote. Devia conjugar maneira de se portar também porque se era tão-somente ouvidos no momento do colóquio de perdas e danos relatados... Em mercador transformar-se-ia caso percebesse intenção de ludibriar por parte do interlocutor. Às verdadeiras somariam uma compaixão tenaz. E o oceano tomado por Netuno encontrava-se imerso em grandes mentiras, daí então as bóias para ele não afundar.
Ao ligar o rádio ouve ‘estresse faz aborrecer, amor rejuvenescer’ E ri sem fazer rogo. Ele se escracha em rir. Sorrindo ao abrir a janela do apartamento trapezoidal que era assim que ele o via. E falando em via, Stavros em vias de largar tudo – o seu negócio – e sair andando sem ao menos olhar para trás. E morar andando, sensação persecutória recorrente. E o trapézio se justificava porque a sanca (de que ‘língua’ veio?) insinuava a figura geométrica ginasial: três diferentes trapézios, palavra que não escreve desde que... Não recorda. São as décadas abrigando o istmo de vaga memória.
E se largasse tudo mesmo? Dinheiro guardado ele tem – uma pequena fortuna – que permitiria passar um tempo sem preocupações de trabalho. Vontade ele tinha e de sobra. O que pensava para se contrapor se cabia na questão que na prática aos 50 anos, sair e largar tudo sem ao menos olhar para trás beirava o ridículo, para não mencionar a tamanha estupidez se cometesse tal ato. Esta vontade o perseguia porque seu trabalho, nestes tempos, ensejava pouca ou quase nenhuma satisfação. Como proprietário, havia as obrigações sociais, digamos assim: funcionários que dependiam da agência, os encargos trabalhistas todos pagos religiosamente. Improvável que largasse tudo para se mandar por aí. Procurava resignar-se, então, de forma que não afetasse sua vontade de viver fora do horário de expediente. Sabia em seu íntimo que aquele havia se tornado o último negócio de sua vida, porque os dias apresentavam escassez tão-somente: batalhara muito para ser dono de si próprio, portanto, recomeçar demandaria tempo que ele se julgava ser devedor. 

domingo, 13 de junho de 2010

IDOLATRIA IDIOTA

OS VALORES ESQUECIDOS
Na verdade, pode-se dizer de valores relegados a segundo plano ou até relegado a plano algum. O ser humano em sua trajetória de desenvolvimento biológico desde nossos parentes neandertais se apresenta como espécie dominante sobre todo o planeta utilizaqndo-o como bem entende e ao seu bel-prazer. Aqui vai um adendo: Deus, quando permitiu que houvesse vida neste grão de poiera perdido no imenso cosmo, por certo não "imaginava" que os valores por Ele determinados seriam postos de lado. Relegados a um plano inferior na escala de prioridades que o homo homo sapiens elaborou ao longo de sua história.
Não é uma sacanagem sem tamanho que tenhamos que aturar a idolatria a pessoas que são fisiologicamente iguais a você ou a mim? Aí aparece então a questão da inversão de valores cuja expressão máxima pode ser entendida como aquela em que milhões de pessoas idolatram herois (?) do esporte, ou que idolatram os caudilhos populistas travestidos de democratas, ou ainda aqueles que idolatram o bandido em detrimento do (bom) policial.
Não canso de repetir que heroi para mim não é aquele que ganha milhões jogando bola e que ainda tem comportamento questionável sob à luz dos valores ditos médios da sociedade burguesa, nem aquele que ostenta dezenas de porcentagem de boa popularidade. Estes são destestáveis e desprezíveis; não pelo seu ofício que é digno como qualquer outro mas sim por suas atitudes no trabalho de cada dia. Até porque existem os que jogam bola e são avessos a histerias idólatras. Quanto aos políticos... Prefiro nem comentar.
Porque alguns se julgam acima dos outros?
Ratifico que heroi é o bom policial que luta contra os canalhas traficantes, estupradores, estelionatários... É a professora mal remunerada que ministra aulas a crianças quase desnutridas e que nem assim perde o tesão de lecionar; heroi é o operário que atravessa uma grande metrópole para trabalhar e sustentar a família; o casal gay que deseja adotar uma criança; a dona de casa que cuida dos filhos e marido sem dia de folga. A lista é grande, tenham certeza.
Quanto ao resto vê-se que é vezo da humanidade idolatrar imbecis e achar lindo a soberba e a empáfia. O ser "marrento, pegador, fodão" é o que conta.
Não nos resta consolo aqui nesta vida. Pelo menos há a outra vida.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

COPA 2010

LATINOS (E AFRICANOS) DOMINAM COPAS DO MUNDO
Começa hoje a XIXª Copa do Mundo de Futebol. Como não sou um expert em futebol  não farei aqui análises técnicas; entendo pouco do esporte mais popular do planeta e por isto arrisco aqui alguns palpites das seleções que são favoritas. Claro, em minha modestíssima opinião.
Tirante o Brasil, sempre favorito emocionalmente para mim, cito:
- Espanha: em que pese ser esta mais uma edição de copa que a Fúria é considerada favorita, mas que nunca chegou a um jogo de final; de toda forma, é candidata pelas qualidades individuais
- Itália: já ouvi falando que a Azzurra não é favorita, que é uma "Ferrari" quebrada... Bobagem, a seleção da bota sempre é candidata ao título; bom lembrar que é a única que pode se igualar ao Brasil pentacampeão em levantar a taça.
- Argentina: claro, por mais que eu ache o Maradona desprezível, um ser saído do pântano, não há como negar que o país platino, pela raça e qualidade técnica, está na lista dos favoritos.
- Alemanha: tricampeã, é canditada toda edição.
Em seguida, listaria a França (quase tão detestável "futebolisticamente" quanto a Argentina), Portugal (que tenho grande simpatia sempre) e Inglaterra (que como vantagem em relação à Espanha, ganhou um título).
Estava pensando que pelo menos no esporte bretão (sim, lá mesmo que foi inventado), nós de latinidade mediterrânea dominamos por completo no que se refere a número de títulos: 
5 do Brasil - 1958, 1962, 1970, 1994, 2002
4 da Itália - 1934, 1938, 1982, 2006
2 da Argentina - 1978, 1986
2 do Uruguai - 1930, 1950
1 da França - 1998
Já os germânicos anglo-saxões possuem apenas 4 títulos
3 da Alemanha - 1954, 1974, 1990
1 da Inglaterra - 1966
E reduzindo ainda mais o universo da latinidade-romana, cristalino fica que os ibéricos mesclados ao africanos, dominam o futebol quando se trata de selecionados nacionais: 5+2+2 = 9.
Brasil hexa-campeão. 
Se não der certo, tenho 3 seleções nas quais posso apostar a torcida; Itália, Espanha e Portugal... nesta ordem. Mas isto só se o Brasil não chegar a final.