segunda-feira, 31 de agosto de 2009

AGOSTO – PARTE III

AINDA SOBRE O SOFRIMENTO ANIMAL
Último dia do oitavo mês do calendário gregoriano do ano de 2009.
Vi ontem uma profusão de notícias acerca daquela famigerada “festa macabra” que acontece neste mês e que ontem, finalmente, terminou. Mas não se equivoquem; ano que vem tem mais (que tristeza sem tamanho).
Reitero que não vi um único veterinário, ambientalista, defensor da causa animal ser entrevistado pela mídia para discorrer sobre a dor impingida à revelia a estes seres vivos, companheiros desta nossa melancolia humana (inspirei-me em uma música da Rita Lee).
Li por alto que os EUA ganharam a prova de montaria, de virada, arrancando do Brasil o primeiro lugar. Pelo menos nisto não seremos os campões.
Quanta vergonha!
Sempre tive para comigo que agosto é desgostado por uma parcela considerável da população; elencando a lista dos porquês poderia citar como sendo mês de cachorro louco, ou mês em que a sexta-feira 13 pode acontecer, sem esquecer que não me recordo de ter ido a algum casamento em agosto. Porque será?
Também já ouvi muito: agosto é mês de vento e aqui no Estado de São Paulo há pouca chuva.
Esqueceram de avisar o clima porque neste inverno choveu mais do que o habitual e os índices pluviométricos alcançaram cifras inéditas.
Como se vê... Nem tudo é o que parece.
Mas uma coisa eu concordo. A maior “festa” macabra que se tem notícia no Brasil é esta do peão de boiadeiro, justamente em agosto, parecendo anuir toda espécie de mau augúrio que paira como nuvem no mês que homenageia um governante da Roma Antiga.
Começa amanhã setembro e fico paralisado esperando pela dor do agosto de 2010.

domingo, 30 de agosto de 2009

E O OUTRO LADO? CADÊ?

MÍDIA DE QUINTA CATEGORIA!
O mês de agosto é mesmo infedectivelmente um mês que causa sensações as mais diferentes. Não é um mês, para alguns supersticiosos, de bom augúrio! Quanta bobagem! Mas o que é pior é a cobertura que a mídia - de 5ª categoria - faz daquela horrenda e sádica "festa" (?) do peão de boiadeiro de barretos (isto mesmo, tudo em caixa baixa). Ontem mesmo vi no JN que agora são equipes divididas por países que "concorrem" na tal "festa".
Inacreditável! A bandeira do Brasil levantada por aquele bando de beócios afirmando que representam o país. A mim não! Não me representam em nada. E a mídia, feliz como pinto no lixo, noticia isto, aquilo e aquele outro.
Cadê o o utro lado? Os que são contra? Os defensores da dignidade animal? E os veterinários conscientes (sim, porque deve haver os sanguinários que se tornam comparsas dos canalhas que promovem a "festa"), onde estão suas opiniões?
Falta bom senso à mídia brasileira. Ou melhor, falta uma cobertura isenta, imparcial e verdadeiramente digna. Falta tudo então.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

DIGNIDADE VERSUS DINHEIRO

AS IGNOMINIOSAS FESTAS DE RODEIO
Desde tempos imemoriais o bicho homem – última espécie a aparecer no planeta, em uma rara convergência entre criacionistas e darwinistas – subjuga outras espécies de animais, seja por necessidade de sobrevivência, seja por qualquer outro motivo torpe. Claro é que o motivo torpe sempre se sobrepõe à sobrevivência; afinal, não precisamos mais lutar contra as feras do último período glacial e nos séculos subseqüentes, portanto, quando subjugamos uma espécie hoje, em 2009, é uma questão de supremacia especista. O homem, esquálida imagem daquela que os criacionistas conhecem, se diverte e imputa sofrimento extremo aos animais.
E não se enganem porque este sofrimento não se expande apenas em animais “selvagens” (e o homem não é selvagem neste sentido?), mas também em animais domesticados há dezenas de séculos.
Poderia aqui fazer um arrazoado histórico da supremacia humana sobre os animais. Exemplos existem para cachorro! Não é minha intenção.
Como disse os domesticados também sofrem em nossas “delicadas” mãos. E para exemplificar um dos extremos deste especismo sórdido e macabro e que quero discutir com vocês leitores é a questão destas ignominiosas festas de rodeio. É a canalhice atingindo o zênite do mau-caratismo humano!
Uma praga que se espalhou pelo interior do Brasil, inclusive em cidades em que a tradição “country” (esta é boa!) não se fazia tão presente. Fui a Piracicaba neste fim de semana, cidade a 160 quilômetros de São Paulo e onde passei grande parte de minha vida. Sou um caipiracicabano morando na metrópole com muito orgulho. E não é a minha surpresa que semana retrasada aconteceu a Xª Festa do peão de boiadeiro da cidade? Escrevo tudo em caixa baixa porque a festa é rastaqüera!
Shows com as bandas do momento, artistas se apresentando e os animais na arena sofrendo. E a casa cheia. E isto me entristece, ou melhor, me indigna porque pessoas de bem não deveriam compactuar com o circo de horrores que é o que estas “festas” são.
O que realmente me espanta e, portanto me assusta, não obstante não me surpreenda, se refere ao fato de que o público paga para ver animais sofrendo e se divertem com isto.
Incrível! Não posso pertencer à mesma espécie destas pessoas que gastam parte do suado dinheiro que ganham para se divertirem... Assim! Diversão é sinônimo de crueldade?
E os artistas? Cantores/cantoras/ muitos destes têm posições politicamente corretas quando o assunto é racismo, intolerância religiosa ou sexual; mas no que concerne a ganhar dinheiro nestas festas de peão... Não há politicamente correto que resista não é? Os reais serão sempre indiscutíveis e bem gordos.
Não sei como, mas deveríamos pensar e organizar uma discussão ampla para que estes artistas não comparecessem a esta ignominiosa “festa”, para que não fechassem os olhos diante da ganância humana a qual os bichos que lá “se apresentam” são expostos.
E voltando à questão da dignidade quero aqui ressaltar que toda e qualquer espécie vivente deste tão maltratado planeta tem esta dignidade, tão aviltada pelo grande “fodão” que é o homem. Já não basta a domesticação? Já não bastam as várias espécies extintas?
Como é possível que as pessoas se divirtam vendo animais sofrerem? Isto eu não entendo nem aceito. Então é normal ver outro ser vivo sofrer, gritar, corcovear e achar divertido? Que espécie somos nós que se alegra com a dor? Seria patético se não fosse bizarro.
Conversando com pessoas conhecidas que foram à tal festa macabra, todos foram unânimes em afirmar que não gostam de rodeio nem de ver animais sofrendo e que lá foram porque queriam ver/ouvir os artistas que se apresentariam. Enfim, se divertirem.
Uma escusa bem da esfarrapada. Ora, se não apreciam ver animais na arena sofrendo com um monte de estas sim bestas-feras aplaudindo não deveriam ter ido. Porque de uma maneira sub-reptícia, corroboram para que a tal festa macabra se perpetue perpetrando agonia aos pobres animais.
E a dignidade do bicho? Onde fica? Para onde a varreram?
Respondo aqui sem titubear: a dignidade do bicho fica no lixo.
E o dinheiro auferido com o sofrimento dos bichos engorda a conta bancária dos espertalhões de plantão.
De que adianta lutar pela preservação da Amazônia? De lutar pelo Projeto TAMAR? De se criar Reservas Ecológicas? De que adianta se não olharmos no que acontece mais perto de nós: estas festas tétricas se espalhando como metástase de um câncer bem debaixo de nossos olhos e, o que é bem pior, com nossa anuência.
E para terminar o pior de tudo: estas “festas” sádicas agora são correlatas do futebol, do vôlei, da natação. Verifiquem agora o sadismo se tornou esporte. E afiançado em lei!
(Rita Lee mexeu na ferida, vociferou, fez abaixo-assinado... E perdeu na justiça... Justiça?)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

AGOSTO - PARTE I

O MÊS DO CACHORRO LOUCO
O inverno em São Paulo está rebelde como ele só. E a água que cai do céu é a prova de tamanha rebeldia. E olha, não é aquela chuva fininha não: pelo contrário é de moderada para forte e não para de cair. Junto vem o frio.
Desde 2005 não chovia tanto assim no inverno e em particular neste mês dedicado ao imperador Augusto: em um dia da semana passada choveu o equivalente a 40% do esperado para a estação.
E agora continua a chover na megalópole.
Mês de cachorro louco; mês que as noivas não gostam de casar; mês em que pode existir sexta-feira 13, lua cheia; mês de virginianos de primeiro decanato.
Será que estamos sendo preconceituosos com o 8º mês do calendário gregoriano?

CHEIRO DE PIZZARIA AO LONGE

O POVO QUE SE LIXE, NÃO É?
Internautas, como não falar deste lodaçal que se tornou parte da política do “Gigante do Sul”. Gigante mesmo só em tamanho, população, economia... Sim, aplicar o termo à política na República Federativa do Brasil soaria descabido. Mentiroso mesmo.
E não é isto que a grande maioria do Senado pensa, aqueles mesmos 81 senadores eleitos pelo voto dos eleitores com relação à grande sacanagem que se esconde em cima de comportamentos vestais que servem somente para nos “embrulhar” (nem sei o porquê são três por unidade da federação... Porque não dois? Porque não um? Porque não nenhum...?). Só ressaltando que muitos dali sequer sofreram o testa da urna: sã os suplentes. Têm algumas figuras bem estranhas. Um deles parece ter saído de um Woodstock às avessas. Sabe-se lá o os outros de onde é que vieram trazendo os respectivos séquitos (amigos, camaradas, parentes, conhecidos, indicados e o que mais eu esqueci).
Tudo arquivado? Resolvido às escondidas?
É o que parece para os mais de 130 milhões de eleitores que se perguntam como cabe tanta desfaçatez na capital do Brasil. Reitero que Brasília sofre com a comparação não é mesmo? Patrimônio único da humanidade acossado por espertalhões de todos os matizes.
Uma pergunta que martela em minha cabeça como o som emitido pela araponga que tinha lá em um sítio em Piracicaba: Porque existe o Senado? A araponga existe, está aí e cumpre função. Pode-se dizer o mesmo das “Suas Excelências”?
Reformulando: porque existe “este” Senado e com “estes” senadores, nobilíssimos (uma pequena figura de linguagem) políticos?
Quanta safadeza.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

REFORMA DO CONSELHO

TUDO ESTÁ FORA DA ORDEM NESTA ORDEM
Cinco são os países que têm direto a voto no Conselho de Segurança (CS) da ONU: Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia. Estes têm poder de veto – permanente – sobre qualquer discussão interna do CS, o que basta para inviabilizar negociações, aprovar moções e tudo o mais.
A ONU foi fundada em 1945 logo após o término da II Guerra Mundial e hoje abrange mais de 190 países que lá possuem assento e voto em Assembléias Gerais. Os vitoriosos do conflito são as nações já citadas e que por “coincidência” mantêm um poderio nuclear para efeito dissuasivo.
Durante décadas este CS se manteve ao longe de reformas e questionamentos de mudança em seu seio, entretanto, nesta primeira década do século XXI, alguns países começaram a intencionar uma reforma para que a nova ordem mundial estivesse mais bem representada. Claro está que o país mais reticente a um rearranjo é o EUA de Obama. Mas quem acharia diferente não é? Eles são os superpoderosos americanos, ou melhor, norte-americanos. Afinal, americano eu também sou; assim como qualquer guatemalteco, trinitino, paraguaio...
Voltando à reforma do CS. Diante deste anseio quatro países (G-4) se juntaram e apresentaram por duas vezes uma proposta de reforma: Alemanha, Brasil, Japão e Índia. Vale ressaltar que o CS é formado por 15 países, sendo dez rotativos distribuídos eqüitativamente (?) entre os continentes e com mandato de dois anos. Além do quinteto, Áustria (Europa), Burkina Fasso (África), Costa Rica (América Central), Croácia (Europa), Japão (Ásia), Líbia (África), México (América do Norte), Turquia (Ásia/Europa), Uganda (África) e Vietnã (Ásia) estão representados no clube superpoderoso. Mas sem direito a veto. Propõem, discutem, votam... E pronto.
A reforma apresentada pelo G4 previa a inclusão, obviamente permanente dos respectivos e uma melhor distribuição na rotatividade dos outros que são eleitos nas Assembléias Gerais. E decidiram, para tornar a proposta palatável, manter o poder de veto apenas para os cinco. Nem assim passou, devido à morosidade e a falta de interesse dos EUA, mas também a fortes resistências de outro grupo – “G-4 do B” – que se opôs com veemência à inclusão de Brasil, Alemanha, Índia e Japão.
E quem são eles? México e Argentina se são contra a inclusão do Brasil como membro permanente e propuseram então uma rotatividade na representação latino-americana. Onde fica a permanência? Creio que a Argentina poderia rever sua posição... Não somos irmãos de mercado? Vizinhos inexoravelmente ligados e interdependentes?
Contra Alemanha veio a Itália que se sentiu discriminada por não estar incluída no G-4. Acrescenta-se o fato também que das potências européias, seria a única não representada e por isto os italianos se declararam formalmente contra a inclusão dos germânicos, a menos que fizessem parte. O caso do Japão soa mais complicado porque quem se opõe é a China que mantém uma disputa velada (por vezes escancarada) pela supremacia econômica na Ásia e por laços históricos marcados por ódio mútuo: guerras, limpeza étnica, conquistas territoriais fazem parte do “imbróglio”. E por fim temos o caso da Índia que o Paquistão, outra e única potência nuclear islâmica, não vê com bons olhos (e diga-se de passagem vê com péssimos olhos), a inclusão de seu vizinho e adversário militar há décadas no clube superpoderoso. Tensões militares e religiosas estão no balaio.
Como se vê, a questão vai se arrastar por mais um tempo. O que não elimina o fato de que – mesmo os que são contrários à reforma – mais tempo menos tempo a reforma virá e todos sabem disto. Necessário se faz restabelecer uma ordem mundial porque esta ainda se prende às amarras do século XX.
Por uma nova ordem mundial já!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

MARTÍNI AO PÔR-DO-SOL

PARA O RESTO É DUREZA!
Começo com versos de uma música do Dylan que me parece apropriada para os dias de hoje, dias de agosto nada usuais: úmidos e sem vento.
“Now all the criminals in their coats and their ties,
Are free to drink martinis and watch the sun rise”
A música de Bob Dylan escrita no longínquo ano de 1975 não envelheceu...
Será que chegamos a um fracasso retumbante e “tsunâmico” da sociedade formada pelos homo homo sapiens?
Tanta iniqüidade parece justificar a gana e os ganhos que alguns têm aqui e em todo o mundo. Às margens do Paranoá, a baixaria corre célere; solta como criança no quintal. O decoro passa longe e os decanos parecem ser os piores. Os mais novos são fiéis seguidores. E os atos secretos, apadrinhamentos, e os “eu repilo”, os “vossa excelência” seriam patéticos se não fossem um escracho sem tamanho!
Alguns tomam seus martínis às margens do Paranoá observando o lindo poente do cerrado que envolve Brasília.
Alguns querem a seco... Outros com gelo.
Mas todos querem entrar para a súcia. E ver o pôr-do-sol mais poderoso destes confins sul-americanos. Para o restante é só dureza. “Ferro neles!”.
(a letra da música refere-se a um fato histórico no EUA... Quem quiser ver: http://vagalume.uol.com.br/bob-dylan/hurricane.html

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

ASTRAL VERDE

PALMEIRAS NA LIDERANÇA
Aqui vai um comentário bem rápido: o Palestra Itália manteve a liderança isolada no Brasileirão 2009. Estamos chegando ao final do primeiro turno restando três rodadas para tanto. Eu estou em êxtase com o meu time.
Melhor defesa, segundo melhor ataque, um vice-artilheiro e vários guerreiros.
Marcos, Diego Souza, Obina e Pierre são, em meu parco entedimento sobre o esporte bretão, os destaques da campanha palmeirense neste turno.
Rumo ao pentacampeonato com o "mal-humorado" Muricy.
Saudações Alviverdes!
Palmeiras, primeiro, único e imponente!

RECESSÃO DEMOCRÁTICA

MOCINHOS CONTRA OS BANDIDOS
Do Rio Grande – fronteira do “quintal” do poderoso Tio Sam com o México – até a Terra do Fogo o que se viu em décadas recentes foram arbitrariedades, massacres, intolerância que culminaram em golpes de Estado e em ditaduras. Apesar de que alguns ainda insistem em regime de partido único, coisa que os dirigentes da maior ilha do Caribe se aferram (aqui não vou mencionar as ilhas do Caribe em poder de (ex)-metrópoles européias, Porto Rico que não sabe o que quer ser e as excrescências coloniais na América do Sul: Guiana Francesa e Malvinas).
Bem, voltando ao imenso naco de terra aqui do Ocidente habitado por mais de quatrocentos milhões de habitantes, o que se vê é uma democracia em recessão, como afirmam alguns analistas políticos e que a presidente do Chile, Michele Bachelet, parece concordar. Segundo a mandatária chilena, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, “há especialistas que dizem que vivemos tempos de recessão democrática, que existem democracias débeis. É preciso olhar com cuidado os processos que podem estar acontecendo na América Latina e possam estar debilitando a democracia. A democracia precisa ser cuidada por todos, o tempo todo. Mas é preciso oferecer, ao mesmo tempo, os bens e serviços que a população necessita”.
Bachelet entrega o poder ao sucessor no fim do ano terminando assim seu mandato de quatro anos com índices de popularidade que chegam perto de 75% de aprovação. Entregará o poder ao sucessor de maneira pacífica e democrática.
Será que o Chile é uma exceção no que concerne à democracia e a provimento das necessidades básicas?
Se olharmos com atenção, a recessão democrática (termo para mim muito bem empregado) atinge alguns países aqui da América Latina. Senão, vejamos: Honduras, Bolívia, Venezuela, Equador, Colômbia. Não incluo Cuba em recessão democrática, pois para haver tal recessão tem que haver democracia, o que não é o caso. Desde a independência da Espanha em 1898 quando foi ocupada pelos “mocinhos americanos” até agora o povo cubano nunca experimentou o poder que emana do povo.
A época dos golpes, da censura, do fechamento de empresas de telecomunicações, da arbitrariedade parece que reviveu qual a Fênix. Honduras é o exemplo mais gritante: lá, o louco do Zelaya tentou dar um golpe e os tão loucos quanto, porém mais ‘sagazes’, contragolperaram o golpe que não se consumou. É um precedente perigoso em um dos países mais pobres do continente. Chávez, como lhe é bem idiossincrático, vocifera, bate na mesa, diz que restituirá o poder em Honduras. Ora Chávez, o melhor e se conter e recolher-se a sua insignificância no conflito. Em tempo: ele quer fechar várias rádios e TVs em seus domínios. É no mínimo risível caso não fosse disparatado: porque os dirigentes políticos têm dificuldades em conviver com a imprensa? Censura? Sentimento egóico?
Rafael Correa, o presidente equatoriano, parece procurar por encrenca ao lado do seu mentor e caudilho venezuelano, contra o lacaio dos americanos: Álvaro Uribe, presidente da Colômbia. Uribe também tentou o terceiro mandato; Chávez em sua democracia de farrapos cheia de referendos e plebiscitos alcançou poder ter reeleições ilimitadas.
Não nos esqueçamos também que há rusgas entre Bolívia, Peru e Chile; Venezuela e Guiana; Colômbia e Nicarágua. E só para citar as rusgas internas o caso boliviano é bastante premente; entretanto, o México é um caso à parte. Como diz um velho ditado da terra de Emiliano Zapata: “pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”. O narcotráfico começa assustar o “establishment” de Obama e fronteira entre os dois países é emblemática: do lado de cá os esfaimados, do lado de lá os opulentos.
O que me assusta é a tal da recessão democrática que parece se “tentacular” cada vez mais. Só que vale acrescentar que enquanto o Brasil estiver sobre os trilhos democráticos fará a balança pender para o time dos “bonzinhos”. Caso contrário...